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São Paulo, segunda-feira, 18 de agosto de 2003

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FERNANDO RODRIGUES

O vice paulistano

BRASÍLIA - Há certos movimentos em política que representam muito mais do que a ação em si. Um deles é a escolha do candidato a vice-prefeito paulistano na chapa de Marta Suplicy à reeleição no ano que vem.
A prefeita petista de São Paulo tem hoje o vice ideal. É Hélio Bicudo, uma espécie de Marco Maciel do PT.
A manutenção de Bicudo significará um caminho suave para Marta no caso de uma reeleição. A prefeita ficará tranquila para, em 2006, tentar o governo do Estado. Deixaria em seu lugar alguém de confiança.
No PT, essa estratégia não é consenso. Cresce no partido a idéia de ampliar a política de alianças. Isso significa ter um vice-prefeito de outra sigla. Seria como demonstrar na prática que a agremiação de Lula caminha para uma convivência mais pacífica com seus adversários.
Se vingar essa tática, a depender de quem for o escolhido, deixará de ser tão fácil para Marta abandonar a Prefeitura de São Paulo em 2006 -o ocupante do cargo pode não ser um aliado tão fiel. A petista estaria condenada a ficar quatro anos na cadeira, na eventualidade de ser reeleita no ano que vem.
Não por acaso essa tese do candidato a vice-prefeito interessa a alguns petistas de olho na disputa estadual de 2006 em São Paulo.
Há pelo menos quatro petistas importantes sonhando com o Palácio dos Bandeirantes, nesta ordem: José Genoino, José Dirceu, Antonio Palocci e João Paulo Cunha.
Essa discussão ainda não transbordou para fora do PT com a intensidade com que se dá dentro do partido. Experientes, cada um dos protagonistas tateia o terreno antes de abrir o jogo. Será uma das grandes disputas de poder dentro da sigla.
 
Lindberg Farias pediu um registro em maio. "Voto contra taxar inativos", disse. "A ver", escrevi.
Lindberg votou a favor. Com tal convicção ideológica, vai longe.



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