![]() São Paulo, quarta-feira, 18 de setembro de 2002 |
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TENDÊNCIAS/DEBATES A busca de um Estado perdido
PAULO MALUF
Acrescente-se um benefício extra a quem pretende vir trabalhar aqui ou continuar com suas atividades em São Paulo, que é o da segurança. Em meu governo, a violência diminuirá, e a falta de segurança também. Hoje somos todos prisioneiros dentro de nossas próprias casas. Empresas e indústrias não estão fora desse constrangimento. Já disse que em todo o Estado o policiamento ostensivo vai voltar às ruas. Pelotões da Rota serão criados em todas as cidades médias de São Paulo, com soldados recrutados naquelas regiões. Serão construídos em meu governo, em médio prazo, presídios agrícolas e industriais, onde os presos trabalhem, e que são mais baratos. Sem recuperação, o bandido volta a roubar e a matar. A longo prazo, haverá investimento maciço na educação, na saúde e em atividades que gerem empregos e afastem os jovens e suas famílias dos falsos atrativos da criminalidade, criando perspectiva de futuro para todos. Finalmente, há a questão dos pedágios em São Paulo. Nossa malha viária foi entregue a empresas particulares, que nada mais fizeram do que implantar nas estradas paulistas mais de 80 praças de pedágio. No meu primeiro dia de governo, determinarei que o pedágio não seja cobrado entre 23h e 6h. Ao mesmo tempo, oficiarei ao Ministério Público para que investigue como as concessões das estradas a particulares foram feitas. Rediscutirei o preço dos pedágios, que em certas estradas é mais alto do que na Europa e nos EUA. O Ministério Público também investigará o aumento de 70% no preço das obras do Rodoanel e do metrô -após a concorrência pública de ambos os projetos ser aprovada anos atrás. Serão investigados com rigor os inúmeros contratos irregulares da CDHU para a construção de casas populares. O mesmo rigor será aplicado para que se restabeleça no Estado uma educação eficiente, que acabe com o sistema de progressão continuada que os tucanos impuseram no ensino básico paulista. A progressão continuada permite aos estudantes passar de ano sem exames, o que faz com que crianças saiam da escola sem saber ler e escrever. A progressão continuada ainda tira a auto-estima dos professores, impedindo-os de aprovar ou reprovar seus alunos quando necessário. Esse sistema será extinto. Também o atendimento à saúde exigirá de minha administração muito trabalho. Os hospitais do Estado estão sucateados, faltam em todos equipamentos básicos e remédios para os doentes. É mentira que consultas possam ser marcadas pelo telefone. Quem vai a esses hospitais sabe que terá de esperar quatro ou cinco meses para uma cirurgia, mesmo no caso de moléstias graves. Sei como fazer com que a saúde pública funcione, e este é outro assunto que merecerá a atenção pessoal do governador. Isso tudo não significa, porém, que os demais setores da administração ficarão em segundo plano. Mas que o governador, no princípio do governo, dedicará sua atenção pessoal e trabalho às urgências. E significa também que o governador cobrará com vigor, dos responsáveis pelos demais setores da gestão do Estado, os melhores e maiores resultados. Quem trabalha comigo sabe que faço isso e peço, com vigor e energia, conta das tarefas que delego. Paulo Maluf, 71, engenheiro, presidente nacional do PPB, é candidato ao governo do Estado de São Paulo pelo partido. Foi deputado federal (1983-86), prefeito de São Paulo (1969-71 e 1992-96) e governador do Estado (1979-82). Texto Anterior: Frases Próximo Texto: André Franco Montoro Filho: O Brasil pode crescer? Índice |
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