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LUCIANO MENDES DE ALMEIDA
Participação política
Aproxima-se o dia das eleições
municipais. Por meio do voto, o
cidadão exerce o direito e o dever de
escolher os candidatos que hão de assumir o Poder Executivo e Legislativo
nos municípios.
É momento de grande participação
política. Precisamos ter o devido discernimento para eleger pessoas e partidos que melhor promovam o bem
comum, isto é, a ordem social justa,
estável e solidária.
1. Da parte do eleitor, requer-se preparo e consciência para escolher os representantes. Trata-se de um dever de
cidadania. Ninguém pode se omitir
quanto à obrigação de contribuir para
o bem comum. O voto responsável
não pode estar a serviço de vantagens
e benefícios individuais ou familiares.
"Voto não tem preço". Perde a dignidade quem troca o voto por favores.
Também não se vota só por amizade
ou gratidão.
É, portanto, necessário conhecer os
candidatos e partidos para identificar
as qualidades e os valores em ordem à
construção da sociedade comprometida com os direitos e deveres humanos.
2. Na escolha dos representantes do
povo, há critérios a serem obedecidos:
a) a qualidade primordial dos candidatos será sempre o pleno respeito à
dignidade da vida humana, que implica honestidade pessoal e coerência
com os princípios e os valores éticos e
morais. Houve notável progresso com
a aprovação da lei 9.840, que exclui todo tipo de corrupção eleitoral e prevê
a punição do candidato que violar a lei
-com cassação do registro ou do diploma;
b) outro requisito é o do preparo, da
competência e da transparência administrativa, comprovada pelos serviços
já prestados à comunidade;
c) além disso, torna-se mais forte a
exigência de colaborar com a comunidade, lutando pelos seus interesses,
abrindo espaço para a participação
política ativa e consciente nos conselhos paritários e nos encontros freqüentes com a população;
d) diante da gravidade das injustiças
sociais, é urgente indicar representantes capazes de elaborar leis e políticas
públicas que garantam o acesso dos
desfavorecidos a condições dignas de
vida e, em especial, a superação da fome, a criação de empregos e o assentamento dos sem-terra.
3. Nestas semanas finais das campanhas políticas, seja-nos permitido relembrar a importância do bom relacionamento entre candidatos e partidos, evitando críticas e ataques recíprocos e qualquer tipo de manifestação hostil.
Acima de toda diferença política,
mesmo no mais aceso da campanha, é
indispensável manter o respeito e a estima para com todos na busca conjunta do bem comum. Esse empenho
contribuirá para o aprendizado cada
vez maior da convivência pacífica e
solidária.
Na experiência do amadurecimento
democrático, muito coopera a Igreja,
respeitando a diversidade partidária e
a livre opção do cidadão.
Pertence à missão da Igreja, à luz do
Evangelho, cooperar na proposta e na
promoção dos valores que salvaguardam a dignidade da pessoa, a justiça e
a concórdia entre partidos, grupos e
todos os cidadãos.
Dom Luciano Mendes de Almeida escreve aos
sábados nesta coluna.
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