São Paulo, sábado, 18 de novembro de 2006

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PAINEL DO LEITOR

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Moda e anorexia
"Interessantes as palavras da Chanel a respeito da morte da modelo Ana Carolina Reston ("Para Chanel, moda não pode ser responsabilizada por anorexia", Cotidiano, 17/11). Não se pode dizer que a afirmação seja falsa, mas também não é toda a verdade. Se hoje a imagem perfeita é a da menina esquelética, é natural que algumas tentem alcançar esse corpo como o objetivo de suas vidas. Daí para a anorexia/ bulimia basta um pequeno empurrão, uma história de vida, de família, que favoreça a doença.
Realmente, a moda que cultua a magreza não é responsável pela morte de ninguém, mas o número de casos de anorexia e bulimia seria provavelmente muito menor se as modelos/artistas fossem escolhidas pelo fator saúde em vez de pelo fator beleza (leia-se magreza)."
ANA FLÁVIA TAVARES (São José do Rio Preto, SP)

Justiça
"Acredito que "nunca antes neste país" as paixões político-partidárias e pessoais contaminaram tanto o debate sobre assuntos que merecem racionalidade e bom senso -mas são tratados com nuances puramente maniqueístas. Refiro-me especificamente ao artigo de Rogério Cezar de Cerqueira Leite, a quem tributo o maior respeito pelos artigos ponderados que publica neste jornal ("Indignação e justiça').
Primeiro, declaro que não li a sentença que condenou Emir Sader -e, para efeitos da discussão que desejo colocar, seu teor pouco importa. Mas eu só posso creditar às paixões partidárias o fato de o autor do artigo condenar toda a Justiça, acusando-a indiretamente de autoritária, por uma sentença proferida por um juiz de primeira instância.
Em seguida, faz uma comparação absurda entre a sentença de primeiro grau, ou seja, passível de ser refutada por vários recursos a instância superior (e aí se pode dizer que reside um dos tantos problemas do Judiciário: a possibilidade de interposição de numerosos recursos) e um ato institucional, instrumento nefasto utilizado pela ditadura para a usurpação de poderes e a restrição a direitos fundamentais.
Não se deseja aqui tolher o direito de qualquer cidadão de criticar as decisões judiciais, mas imputar a uma instituição a pecha de autoritária dessa forma descabida faz com que Rogério Cerqueira Leite possa ser comparado a todos aqueles que criticou quando vituperaram o presidente da República e o PT."
GUILHERME FREDERICO HERNANDES DENZ, juiz de direito (Curitiba, PR)

"Parabenizo Rogério Cerqueira
Leite pelo artigo de 16/11. Finalmente uma voz sensata e equilibrada analisa sem paixão o que aconteceu com Emir Sader. Os juízes opinam e condenam, por meio de pesquisas, a corrupção como o entrave para o desenvolvimento do país.
Concordo, porém eles se esqueceram de opinar sobre a corrupção existente no Judiciário e calaram-se sobre se é ético empresas com pendências judiciais patrocinarem eventos de magistrados."
ORLANDO FRONHA FILHO (São Paulo, SP)

Para as calendas
"Tendo em vista reportagem da Folha -e outras análises com a mesma conclusão- sobre o aumento dos gastos com os servidores e com o INSS previstos para 2007 ("Gastos com servidores e INSS barram alta do investimento", Dinheiro, 16/11), começa a ficar cada vez mais claro que o famoso espetáculo do crescimento vai ficar mais uma vez para as calendas.
Não há desenvolvimento sem investimento, e não sobram recursos para investimento público.
A menos que alguma coisa inconfessável esteja se formando na cabeça do presidente para reduzir milagrosamente a dívida pública, como na Argentina, o crescimento de 2007 será ainda menor que o de 2006, em torno de 2,8%."
PAULO SERODIO (São Paulo, SP)

Incor
"Interessante o artigo de Elio Gaspari de 15/11 ("O Incor gostou da UTI do BNDES", Brasil), no qual conclui que a crise do Incor se deve à "(...) leviandade financeira de sua expansão e porque montou uma sucursal em Brasília (...)".
Atribuir esta "crise" somente a erros de gestão mostra o despreparo da "mídia" para discutir, criticar, cobrar e ponderar sobre soluções e investimentos na saúde.
Quanto pagam o SUS e convênios privados para os hospitais por procedimento/dia de internação/profissionais?
Quanto esses valores foram reajustados nos últimos anos?
E os investimentos em pesquisa e qualificação dos profissionais?
Aproveitemos o exemplo do Incor para discutir melhor a situação da saúde no Brasil."
GEOVANNE FURTADO SOUZA, médico, secretário da Sociedade de Medicina e Cirurgia de São José do Rio Preto (São José do Rio Preto, SP)

Publicação
"Como participante do projeto Outro Brasil desde o seu início, em 2003, devo afirmar que o que diz César Benjamin não corresponde à realidade. Ele iria publicar o livro "Governo Lula: Decifrando o Enigma" por R$ 31,5 mil, mas desistiu quando soube que era necessária uma licitação, como é sempre o procedimento correto. Feita a licitação, apresentaram-se três editoras.
A Boitempo foi a vencedora, tendo publicado o livro por uma cifra menor do que aquela que iria receber César Benjamin, conforme relatório entregue -e aprovado- à Fundação Rosa Luxemburgo.
Cabe ainda informar que o projeto já foi renovado mais duas vezes e continua funcionando, com o apoio da FRL."
MARIANA SETÚBAL (São Paulo, SP)

Cracolândia
"Em resposta à carta do leitor Antonio Barreto dos Santos (17/11), a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social entende que os planos de Jaime Lerner para recuperação da região da Nova Luz são ambiciosos e que o poder público e a sociedade civil são capazes de diminuir os graves problemas que envolvem os jovens usuários de drogas na área.
A secretaria atua na região com o Projeto Quixote, um trabalho de abordagem diária a crianças e adolescentes em situação de rua e vítimas de dependência química. São feitos encaminhamentos às famílias e ao Centro de Referência da Criança e do Adolescente. Das 300 crianças/adolescentes em situação de risco na região central, 90 moram nas ruas, 10% foram reinseridas em suas famílias e 20% foram acolhidas na rede de proteção da SMADS, participando de atividades como hip hop, grafite e capoeira, entre outras. O projeto já trabalhou com 50 famílias e obteve sucesso de 25% na reinserção dos menores."
FLORIANO PESARO, secretário municipal da Assistência e Desenvolvimento Social (São Paulo, SP)

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