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São Paulo, quinta-feira, 18 de dezembro de 2003

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PAINEL DO LEITOR

Presidente no Congresso
"Em relação à reportagem "Congresso reage mal a autoconvite de Lula" (Brasil, pág. A5, 17/12), quero registrar que, há alguns dias, manifestei ao presidente da República a satisfação que teríamos com a sua presença na cerimônia de promulgação das emendas constitucionais da reforma da Previdência e da reforma tributária. Não podíamos fazer o convite formal em virtude de não sabermos -como até agora não sabemos- a data em que o ato acontecerá, pois ainda tínhamos de realizar a votação em segundo turno da reforma tributária."
José Sarney, presidente do Congresso Nacional (Brasília, DF)

Balanço
"Não é verdade que o Palácio do Planalto esteja produzindo dois balanços sobre o primeiro ano de governo, como afirmou a reportagem "Planalto anunciará dois balanços distintos do 1º ano de gestão Lula" (Brasil, 16/12). O que está sendo elaborado, como foi amplamente anunciado pela imprensa, é uma prestação de contas do governo que será divulgada hoje, em cerimônia que contará com a presença do presidente Lula. Portanto carece de fundamentos a afirmação de que o governo possui uma avaliação "para consumo interno", em forma de balanço, sobre a atuação de qualquer ministério."
Fábio Kerche, Secretaria de Imprensa e Divulgação da Presidência da República (Brasília, DF)

Resposta do jornalista Kennedy Alencar - Ministros e assessores do presidente foram claros em conversas reservadas com a Folha. Um balanço é público. Outro, para consumo de Lula, é duro com áreas do ministério avaliadas como muito fracas e problemáticas.

Advertência
"Que o fim dramático e humilhante de Saddam Hussein sirva de advertência para os outros ditadores do mundo."
José Elias Ajub (Mogi-Mirim, SP)

Últimos românticos
"Esta seção "Painel do Leitor" tem publicado muitas cartas de leitores decepcionados com o PT e com o governo Lula. Além disso, diversos intelectuais ligados ao PT têm recebido muito espaço na Folha para demonstrar insatisfação com o PT. Todos utilizam o espaço para dizer que estão saindo do partido. Nesse quadro, como "petista de carteirinha", gostaria de afirmar a todos os decepcionados a minha convicção no Partido dos Trabalhadores e no governo federal. Abandonar o barco no primeiro ano de governo e diante de tantos desafios, preferindo ir sonhar com uma revolução que nunca virá, é uma atitude mais apropriada para os últimos românticos do século 20. Tenho orgulho de pertencer ao PT."
Marcos Vinício Borges Mota, servidor público federal (Brasília, DF)

Promoção 1
"Em referência à nota "Muito além", do jornalista Janio de Freitas (Brasil, 11/12), que finaliza com a frase "Apolônio de Carvalho é muito mais do que general: é herói, um verdadeiro herói", sinto-me obrigado, por um dever de consciência, a fazer alguns reparos. Primeiro, generalato e heroísmo não admitem parâmetros de comparação entre si. Para ser herói, não é necessário ser general. A nossa história registra como heróis inúmeros militares de hierarquia rasa e paisanos que nunca vestiram farda. Portanto a comparação está prejudicada. Segundo, a afirmação de que "Apolônio de Carvalho resistiu à ditadura de Getúlio nos anos 30" carece de fundamento. Ele foi expulso do Exército em 1936 por ter participado da Intentona de 1935 -antes, portanto, da chamada ditadura Vargas, que só ocorreria a partir de 1937. Quanto ao jornalista considerar Apolônio de Carvalho um herói, é um direito que lhe assiste. O que o articulista não deve fazer, sob pena de tornar-se faccioso, é querer impingir aos leitores como verdade um ponto de vista pessoal que a maioria do povo brasileiro abomina. É certo haver brasileiros que comungam da sua idéia -que são os desinformados e, obviamente, os engajados, orgânicos ou não. Para muitíssimos outros, o senhor Apolônio de Carvalho é um ex-guerrilheiro e traidor da pátria. Cada um escolhe os seus heróis. Os meus heróis, entre muitos outros sem divisas ou galões, são o soldado Mario Kozel Filho e o soldado-corneteiro João José de Jesus (herói de Tuiuti e que empresta seu nome a uma rua em Jacareí -SP). Não tenho a veleidade de ministrar aulas de história ao senhor Janio de Freitas. Sugiro, porém, que ele leia o que publicou "O Estado de S. Paulo" sob o título "Um herói stalinista brasileiro" (pág. 3, 14/12). Aí, então, o jornalista poderá reformular os seus conceitos. O seu facciosismo é evidente e tem odor de revanchismo. Isso, porém, não me dói. Apenas torna mais pesado o meu fardo no campo didático."
Pedro Schirmer, coronel, editor do jornal "Ombro a Ombro" (Rio de janeiro, RJ)

Resposta do jornalista Janio de Freitas - Apolônio de Carvalho foi declarado herói e, como tal, condecorado pelos governos da França e da Espanha, que não estavam praticando revanchismo (ah, essa pobre desculpa). Convenhamos que condecorações e promoções por bravura em batalha não são o mesmo que promoções e condecorações ganhas por mero convencionalismo burocrático.

Promoção 2
"Causa-me extrema revolta a decisão do ministro do STF Celso de Mello de defender a promoção de Carlos Lamarca ao posto de tenente-coronel. Como promover um desertor? Um desertor é um covarde que abandonou a Força em que servia e foi lutar contra a nação. Além de desertor, Lamarca é ladrão, pois roubou armas do Exército."
Luiz M. Leitão da Cunha Viera Souto Costa (São Paulo, SP)

 

"A carta do oficial reformado Pedro Cândido Ferreira Filho ("Painel do Leitor", 16/12) contrária a promoção de Apolônio de Carvalho reedita um ranço antigo, dos tempos da Redentora. Apolônio não saiu do Exército porque quis e não será o Exército que lhe pagará o soldo -assim como não é o Exército que paga o soldo do missivista. Quem o paga é o povo, essa eterna vítima dos regimes autoritários, que só são barrados pela luta quixotesca dos abnegados Apolônios. E insinuar que o interesse de Apolônio é meramente pecuniário é de uma simplificação criminosa e mal-intencionada."
Landro Oviedo (Porto Alegre, RS)

Boas-festas
A Folha agradece e retribui os votos de boas-festas recebidos de: Vicolo Nostro (São Paulo, SP); Roberto Civita e Maurizio Mauro, Grupo Abril (São Paulo, SP); Luiz Eduardo Cerqueira Magalhães, Colégio Santa Cruz (São Paulo, SP); Roberto Nicolsky, diretor-geral da Protec -Sociedade Brasileira Pro-Inovação Tecnológica (Rio de Janeiro, RJ); Dinah Zekcer, vereadora pelo PTB (Santo André, SP); Alfa Romeo Studio (São Paulo, SP); Dirk Hellings, Vinicius Prianti e Cláudio Colzani, Unilever Brasil Ltda. (São Paulo, SP).


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