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DISCIPLINA NO CENTRO
Embora insuficiente , vai na
direção correta o projeto de lei
aprovado na Câmara Municipal de
São Paulo que veta a veiculação de
anúncios em outdoors, cavaletes,
bandeiras e painéis em parte do chamado centro histórico da cidade. Para vigorar, a lei ainda depende da
sanção do prefeito José Serra e de regulamentação acerca de aspectos
importantes, como as punições a serem aplicadas aos infratores.
Trata-se, sem dúvida, de um avanço. A poluição visual é um notório fator de degradação da paisagem paulistana. O excesso de placas e outdoors existentes na cidade contribui
para aumentar a sensação de caos ou
desarmonia urbana, além de esconder o que resta do patrimônio arquitetônico da capital.
Infelizmente, apesar de endurecer
as restrições à publicidade, o projeto
é vago quanto a uma das facetas mais
relevantes do problema. O texto
aprovado parece passar ao largo da
regulamentação das placas, letreiros
e cartazes que identificam a localização das lojas e estabelecimentos comerciais existentes na região.
É bem verdade que já há algumas
normas para esse tipo de sinalização.
Contudo, dada sua profusão na área,
seria desejável que o projeto de lei recém-aprovado também contemplasse a questão. O chamado "anúncio
indicativo" é o mais abundante no
centro da cidade e, por isso mesmo,
tende a ser aquele que causa mais danos à paisagem urbana. Seria preciso, portanto, discipliná-lo, sem ferir
o direito elementar do comerciante
de exibir a marca de seu negócio.
Nunca é demais lembrar que, por
mais que se constate a necessidade
de aprimorar as leis, a simples aprovação de novas normas não basta para efetivá-las. Sem a devida ação fiscalizatória, elas podem não passar de
tinta sobre papel.
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