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CSN INTERNACIONAL
Ainda está para ser estabelecido o significado da fusão entre
a Companhia Siderúrgica Nacional e
o grupo anglo-holandês Corus. O
conglomerado nasce como a quinta
maior corporação siderúrgica internacional. Ao que consta, na controladora da empresa que surge, a CSN
terá poder de veto e seu voto terá, em
regra, peso de 30% nas decisões.
Uma primeira avaliação do negócio
parece positiva principalmente do
ponto de vista do diretor-presidente
da CSN, o empresário Benjamin
Steinbruch. Mas, como a fusão vai
ter de passar pelo crivo do BNDES,
que financiou a transmissão do controle da CSN para Steinbruch, será
preciso questioná-la não apenas sob
estritos critérios financeiros. Cumpre definir se os interesses estratégicos que levaram o BNDES a emprestar o dinheiro permanecerão preservados no novo arranjo.
A fusão das duas siderúrgicas segue tendência mundial do setor, que
é de concentração, visando, principalmente, à conquista de fatias
maiores do mercado norte-americano. Ocorre que, nesse processo, há
dúvidas relevantes sobre o papel do
Brasil, que tem grande potencial de
prospecção mineral e que, bem ou
mal, desenvolveu ao longo de sua
história boa capacidade de processar
o minério de ferro em território nacional. Nessa redefinição de papéis,
seria péssimo se esse segundo elemento se perdesse ou fosse bastante
reduzido; se o Brasil fosse utilizado
apenas como uma base de extração
de minério bom e barato -ou de
produção de aços pouco elaborados.
Nesse caso, com as etapas de maior
agregação de valor executadas no exterior, o Brasil perderia oportunidade de gerar mais renda e empregos.
Resta saber se, no caso da internacionalização da CSN, o interesse da Corus de baratear custos -através da
obtenção de minério a preço de custo
da mina brasileira de Casa da Pedra- será ao menos matizado pela
possibilidade de participação da
CSN na tomada de decisões.
O aspecto estratégico para o país da
fusão entre Corus e CSN deve ter seu
peso na análise que fará o BNDES.
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