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DEFESA AMERICANA
O presidente George W.
Bush enviou ao Congresso seu
plano para incrementar a segurança
doméstica. Declarando a proteção
aos EUA "nossa mais urgente prioridade nacional", Bush apresenta, depois de nove meses de elaboração,
uma proposta bastante ampla, que
prevê a criação de um Departamento
de Segurança Interna, a reestruturação de agências e a revisão de leis.
Embora ainda seja enorme o consenso dos norte-americanos quanto
à necessidade de melhorar a segurança, deve-se reconhecer que Bush
já viveu melhores dias em termos de
apoio no Congresso. Parlamentares
do Partido Democrata classificaram
partes do plano como "arrogante" e
"pobremente concebido". Na verdade, queixam-se de não terem sido
consultados em sua elaboração.
O processo foi de fato conduzido
em meio a segredo e sem maior respeito às instituições. O secretário de
Defesa, Donald Rumsfeld, chegou a
afirmar a senadores que o governo
não tentaria modificar a "Posse Comitatus", a legislação de 1878 que
restringe a participação de militares
em repressão interna. No plano
apresentado, contudo, o governo pede a revisão da "Posse Comitatus".
Era natural que, com o tempo, declinasse o tremendo apoio, popular e
parlamentar, de que o presidente se
valeu logo após os ataques de 11 de
setembro. Agora, passados dez meses dos atentados, parlamentares já
começam a pensar em termos mais
partidários. Em novembro, haverá
eleições para renovar parte do Congresso e dos governos estaduais.
Além disso, o desempenho do governo Bush, mesmo no quesito segurança, não foi dos mais brilhantes. A
Casa Branca, vale lembrar, também
sofreu desgastes quando se tornou
público que a administração Bush
escondeu informações importantes
sobre os atentados.
Tudo sugere que o plano, depois de
negociações, será aprovado, mas parece claro que presidente George W.
Bush, felizmente, já não dispõe de
carta branca.
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