RIO DE JANEIRO - A preocupação da campanha de Anthony Garotinho (PSB), neste momento, é estancar o processo de queda detectado nas últimas pesquisas eleitorais antes que caia abaixo do marco simbólico dos dois dígitos e sinalize prematuramente a sua inviabilidade.
Atribui-se, normalmente, aos efeitos da propaganda gratuita nas TVs as ondas de crescimento que já beneficiaram todos os candidatos, inclusive o próprio Garotinho. O que não se sabe ainda, com clareza, são as causas das quedas, com a exceção óbvia da de Roseana Sarney.
As pesquisas eleitorais mostram que Garotinho vem tendo perdas significativas em praticamente todos os segmentos analisados. Mas a queda maior ocorreu na região Sudeste, exatamente a com maior concentração eleitoral.
Há outros indicativos ruins para o ex-governador, como o crescimento paulatino do índice de rejeição. Ele tem grandes dificuldades de adesão entre os que têm curso superior e os que ganham mais de dez salários mínimos. Em compensação, mantém seus melhores índices nas periferias, áreas mais sensíveis ao discurso popular e religioso.
Alguns assessores atribuem ao bombardeio ininterrupto que identificam na imprensa a causa do estancamento da campanha, que chegou a ocupar o segundo lugar. Mas está claro que o candidato cometeu erros.
O primeiro deles foi a assinatura sigilosa da aposentadoria, no apagar das luzes do seu governo, em abril, o que levantou uma suspeição moral. O último, a desgastante polêmica com a Globo e o resto da imprensa por contas da divulgação das fitas.
Entre os dois fatos houve erros menores de condução de campanha provocados por um esquema que às vezes parece ser semi-amador. São problemas que sumirão se a campanha recuperar fôlego com o início do horário eleitoral. Até lá, persistirá a sensação de debilidade que continua a alimentar o boato de renúncia.


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