|
Próximo Texto | Índice
CRÉDITO CARO
Pesquisa realizada pela Fundação de Proteção e Defesa do
Consumidor (Procon) registrou mínimas reduções nos juros cobrados
no cheque especial e em empréstimos para pessoas físicas depois da
redução de meio ponto percentual da
taxa Selic, em junho. O trabalho focaliza as taxas máximas para clientes
não-preferenciais em 12 instituições
financeiras na cidade de São Paulo.
Segundo os resultados, publicados
pelo jornal "Valor", as linhas de empréstimos pessoais foram as que
apresentaram maior redução. As taxas passaram de 6,22% ao mês, em
média, para 6,02%. No cheque especial, a oscilação foi de 9,43% para
9,27%. Em comparação com o ano
passado, esses valores permanecem
substancialmente mais elevados.
Com a homeopática redução da taxa básica, a remarcação dos juros nas
instituições financeiras foi praticamente imperceptível. De fato, uma
variação de 0,2 ponto percentual não
faz diferença para um tomador de
empréstimo pessoal se a taxa mensal
está no patamar de 6%. O panorama
é semelhante nas linhas para empresas, que permanecem muito acima
do razoável.
Esse cenário não apenas enfatiza a
necessidade de uma queda mais profunda da taxa básica já na próxima
reunião do Conselho de Política Monetária como reforça as apreensões
acerca da disponibilidade de recursos para financiar uma futura retomada do crescimento. Por mais que
alguns esperem das instituições financeiras públicas, como BNDES,
Banco do Brasil e Caixa Econômica,
um desempenho importante no financiamento da atividade, o setor
privado terá de exercer seu papel
-clássico- de conceder crédito,
com "spreads" minimamente razoáveis, ao setor produtivo.
Na situação atual, em que a oportunidade de deter títulos públicos remunerados pela taxa Selic apresenta-se aos bancos muitas vezes como
mais atraente e segura do que destinar recursos para o crédito, a função
precípua de financiar a produção lamentavelmente desvirtua-se.
Próximo Texto: Editoriais: LAMENTO TUCANO Índice
|