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São Paulo, sábado, 19 de julho de 2003

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PAINEL DO LEITOR

Previdência
"O problema de comentários como o do senhor Franz Josef Hildinger ("Painel do Leitor", 18/7), que simplificam ao extremo questões complexas como a da Previdência, é que eles soam como música aos ouvidos dos malinformados, mas não resistem à mais simples das análises. O erro na sugestão de "que o governo crie uma previdência especial (...) para esses trabalhadores especiais" está no tempo do verbo, porque o governo deveria ter criado um sistema de capitalização dos 11% sobre o salário bruto que os servidores recolheram mês a mês. Assim, hoje haveria um fundo gigantesco para pagar os aposentados. Quem duvidar que faça as contas, colocando os menores juros que poderiam ter sido aplicados. Os 35 anos de contribuição de um fiscal federal que terminasse a carreira com um salário de R$ 6.500 dariam um pecúlio acumulado de R$ 1,2 milhão. Se o governo não aplicou, não foi por culpa dos funcionários. O que é preciso entender é que, sempre que falta coragem para atacar as verdadeiras causas dos problemas, a alternativa dos governantes é avançar sobre os direitos dos funcionários públicos, com o apoio de endividados veículos de comunicação."
Pedro Eduardo de Felício, professor-associado da FEA-Unicamp (Campinas, SP)

 

"É realmente desanimador o comportamento do Judiciário e dos servidores públicos diante da proposta de reforma da Previdência. É sabido que todos somos iguais perante a lei. A todos nós é garantida constitucionalmente vida digna, salário, lazer, educação, saúde etc. O curioso é que, na hora de pôr em prática os direitos constitucionais e principalmente o exercício de um Estado democrático de Direto, nós nos confrontamos com protestos e paralisações que prejudicam a coletividade, defrontamo-nos com o poder público paralisado e vemos o povo experimentando prejuízos infindáveis por causa de uma classe que se mostra individualista e despreocupada com a igualdade social."
Rodrigo Martineli Reis, advogado (Ribeirão Preto, SP)

Ao alcance de todos
"Com os altos níveis de desemprego -e o consequente crescimento da marginalidade-, com a educação e a saúde sucateadas, com uma poluição ambiental grave e com o transporte coletivo deficitário, há autoridades empenhadas em trazer uma Olimpíada para o Brasil. A atividade física é benéfica à saúde e deveria estar ao alcance de todos em centros desportivos públicos, nas escolas e nas empresas, não se resumindo a um espetáculo a ser presenciado das arquibancadas ou diante da TV."
Afonso Monteiro (São José dos Campos, SP)

CUT
"A propósito da reportagem "Governo negocia pontos da reforma com a CUT para atenuar desgaste" (Brasil, 16/7), quero esclarecer que a CUT "não se posicionou contra a greve dos servidores públicos", conforme afirmam os autores do texto. Esclareço ainda que as posições da Central Única dos Trabalhadores são expressas pelas resoluções de suas instâncias. Nesse sentido, a resolução da Executiva Nacional de 24 de junho passado, disponível no site www.cut.org.br e divulgada para toda a imprensa, afirma que: "...além de continuidade nas negociações, a proposta da CUT é intensificar a mobilização dos trabalhadores, de forma que, se a negociação se mostrar infrutífera, esteja preparada para a necessidade de recorrer à greve. É esse o caminho para que as reivindicações dos trabalhadores sejam ouvidas, em particular as justas reivindicações do funcionalismo público. Com o objetivo de reforçar a unidade da Central em torno dessas bandeiras, a Executiva Nacional está convocando reunião com entidades do funcionalismo público para o próximo dia 1º de julho, quando espera construir uma plataforma de negociação e de luta para o próximo período, respeitando o espaço de autonomia dos sindicatos e entidades e manifestando, desde já, sua solidariedade ao calendário de lutas que vem sendo construído pelos trabalhadores"."
Antonio Carlos Spis, secretário de Comunicação da Executiva Nacional da CUT (Brasília, DF)

Prefeitura de São Paulo
"Reporto-me ao artigo "Reeleger a prefeita" (Opinião, pág. A2, 17/7), de Otavio Frias Filho. Embora concorde com o teor geral do texto, permito-me oferecer um esclarecimento sobre a afirmação "depois de um período inicial de austeridade nos gastos e de criação de novas taxas, voltado a corrigir o descalabro do período Maluf/Pitta (...)". Não é correto afirmar que houve descalabro na minha administração. Ao contrário, a minha gestão foi pautada pela austeridade e pelo equilíbrio das contas públicas. Prova disso são o superávit orçamentário de R$ 1,3 bilhão registrado no último ano do meu governo e a renegociação em condições excepcionais da dívida da cidade com a União -graças à qual foram liberados os financiamentos do BNDES citados no texto."
Celso Pitta, ex-prefeito de São Paulo (São Paulo, SP)

Governo Lula
"Concordo plenamente com o leitor Geraldo Fernandes ("Painel do Leitor", 14/7) sobre a "parcialidade" da Folha em relação ao governo do presidente Lula. Sou assinante do jornal há mais de 30 anos e nunca me indignei tanto como atualmente. A imparcialidade é característica primordial de um veículo de comunicação numa sociedade democrática. Mas a imparcialidade não está sendo praticada pelo jornal, que privilegia de maneira escancarada as críticas negativas ao PT (vide o "Painel do Leitor')."
Icléia Dornelles Machado (Bauru, SP)

PSDB no ES
"Em relação à nota "Depois do vendaval" ("Painel", Brasil, pág. A4, 13/7), solicitaria a gentil atenção ao que segue: 1. deixei de ser presidente do PSDB do Espírito Santo em 30/4/2003, ao cessar o efeito da resolução da Executiva Nacional que me designou e a outros seis membros, inclusive o prefeito Luís Paulo Velloso. Apresentei, de acordo com a legislação, prestação de contas de todo o meu período na função, com protocolo firmado em cópia em mão de tudo enviado ao TRE/ES; 2. minha saída do PSDB e a de todo o grupo de dez que saíram no mesmo período basearam-se mais em questões externas, apesar de eu individualmente ter trabalhado pela candidatura do atual governador do ES, Paulo Hartung, do PSB; 3. após o veto à entrada dos deputados federais de Pernambuco Joaquim Francisco, Armando Monteiro e Zé Chaves, que provocou a saída dos deputados Zé Múcio, Luiz Piauhylino e Roberto Magalhães, os líderes abusaram de sua autoridade, da verborragia caluniosa e de outras ações ao perseguirem, sem nenhum motivo real, os colegas Osmânio Pereira e Salvador Zimbaldi, fundadores do PSDB. Tais fatos, extremamente mal conduzidos, levaram, num momento crucial do partido, a uma insegurança e a uma instabilidade muito grande e persistente na bancada -inicialmente refletida na atitude de dez de nós sairmos do PSDB; 4. não pude, com meus companheiros, identificar os cardeais do partido que adequadamente articularam as duas bancadas (Senado e Câmara), o Diretório Nacional e os governadores da sigla, que representam a administração de 50% do PIB nacional."
Feu Rosa, deputado federal (ES) sem partido (Brasília, DF)


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