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SABOTAGEM NO IRAQUE
A resistência à ocupação do
Iraque pode estar mudando
suas táticas. Nos últimos dias, além
dos ataques, que já se tornaram rotineiros, contra militares americanos,
houve operações de sabotagem contra a infra-estrutura do país bem como ações que visavam alvos civis.
Na sexta-feira, ativistas iraquianos
explodiram mais um trecho do oleoduto que leva petróleo produzido no
Iraque para a Turquia, de onde ele é
exportado. Pouco antes da meia-noite do sábado, morteiros foram disparados contra a prisão de Abu Ghraib,
onde os Estados Unidos mantêm
suspeitos de ações contra seus soldados. No sábado, o alvo foi o sistema
de abastecimento de água de Bagdá.
A confirmarem-se as mudanças de
tática, os ativistas iraquianos estariam ampliando seus objetivos. A
idéia seria não apenas atacar as tropas ocupantes, mas também golpear
os EUA em seus planos econômicos.
Cada dia sem exportar petróleo pelo oleoduto de Kirkuk custa US$ 7
milhões aos cofres iraquianos. E o
atraso na implementação de um governo civil iraquiano acaba sendo
bancado pelos EUA, na forma do
prolongamento da ocupação militar,
estimada em US$ 5 bilhões por mês.
Além disso, os sabotadores parecem apostar que as privações a que a
população iraquiana é submetida
com os danos provocados na infra-estrutura acabarão se transformando, no médio prazo, em revolta contra a presença norte-americana.
Se o cenário de ações de guerrilha e
sabotagem se confirmar e prolongar-se no tempo, os EUA poderão ter
de repensar sua posição. Os planos
de uma guerra curta seguida de uma
ocupação também curta vão correndo risco. Diferentemente do Afeganistão, no caso do Iraque Washington precisa apresentar sucessos no
campo bélico e também administrativo, sob pena de comprometer a
idéia de que Estados democráticos e
pró-EUA na região são viáveis.
Para dificultar as coisas, 2004 é ano
eleitoral nos EUA e todos estarão
atentos às notícias que virão do Iraque. Para Bush, que disputará a reeleição, elas poderão ser amargas.
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