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BRASIL OLÍMPICO
De um modo geral as avaliações sobre a participação da
equipe brasileira nos Jogos Pan-Americanos, em Santo Domingo,
convergiram para uma visão positiva. Foram conquistadas mais medalhas do que nas edições anteriores do
evento, e o país cresceu como força
esportiva na região.
É possível, como alguns avaliaram,
que o avanço obtido possa ser parcialmente explicado pelos efeitos da
chamada Lei Piva, que destina recursos de loterias para o Comitê Olímpico Brasileiro e as diversas federações.
Ainda que bem-vinda, a lei é, no entanto, insuficiente. A atividade esportiva no Brasil ainda esbarra em
problemas básicos, como a falta de
maior enraizamento no circuito de
escolas e universidades, a exemplo
do que ocorre em outros países. É ali
que os talentos podem mais facilmente aparecer e iniciar seu desenvolvimento.
A boa performance no Pan, no entanto, não deve nutrir ilusões quanto
ao desempenho brasileiro na próxima Olimpíada, a ser realizada no ano
que vem na Grécia. Como se sabe, o
esporte olímpico do país, mesmo registrando progressos, tem muito a
evoluir em comparação com o das
principais potências mundiais.
Atenas poderá ser um bom termômetro com vistas ao Pan de 2007,
quando o desafio será duplo, pois
além de competidor, o Brasil será o
organizador do evento. Com pretensões de tornar-se também sede de
uma Olimpíada, o país, representado pela cidade do Rio de Janeiro, poderá ao longo da organização do
próximo Pan melhor avaliar se de fato terá condições de promover um
evento de tal magnitude.
A organização do Pan de 2007 merece o apoio da sociedade e das autoridades governamentais, mas deve
ser acompanhada com rigor. Os riscos de desvios e irregularidades não
são incomuns nessas ocasiões, mesmo em países tidos como mais evoluídos e menos corruptos.
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