São Paulo, quinta-feira, 19 de agosto de 2004

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PAINEL DO LEITOR

Depósito
"Em relação ao texto "Relatório do BC liga deputada a bicheiro" (Brasil, pág. A11, 16/8), que tem o subtítulo "Mulher do presidente do INSS depositou dinheiro em factoring de João Arcanjo Ribeiro", faço os seguintes esclarecimentos: 1) Reafirmo que não tenho e nunca tive nenhum tipo de envolvimento com a factoring mencionada; 2) O citado depósito de R$ 5.700 que teria sido efetuado na conta da Confiança Factoring em 10/10/2002 jamais foi feito pela minha campanha; 3) Assim que tomei conhecimento (pela imprensa) da referida denúncia, pedi averiguação imediata dos fatos e descobri que o valor se refere à quitação de serviços gráficos de publicidade e confecção de cartazes e foi pago, em cheque nominal (conforme cópia anexa), à Oriente Livraria Móveis e Gráfica Ltda., sob o nš 850.062, de 7/10/2002; 4) Ou seja, se a referida gráfica trocou o cheque em qualquer tipo de instituição financeira, não há cabimento nenhum em atribuir essa responsabilidade às minhas despesas de campanha; 5) É preciso esclarecer ainda que as cópias do cheque, do canhoto do cheque, da nota fiscal emitida pela gráfica (nš 000123) e da prestação de contas da campanha de 2002 com a Justiça Eleitoral, na qual o pagamento do referido serviço gráfico é informado, estão sendo enviadas a este jornal para que se façam os devidos esclarecimentos e que não paire nenhuma dúvida sobre a lisura da transação comercial em questão; 6) Lamento que um fato como esse tenha sido absurdamente utilizado como "prova" de uma pseudoligação minha com a referida factoring e, por extensão, com o crime organizado no Estado. Tal acusação beira à calúnia, à injúria e à difamação; 7) Por certo -e isso me parece claro devido às notícias que vêm sendo publicadas pelo jornal em relação à questão- existe um movimento orquestrado em setores ainda obscuros na busca de qualquer notícia que possa prejudicar a condução dos trabalhos do diretor-presidente do INSS, Carlos Bezerra, meu marido. Como não conseguem atingi-lo, resta a esses setores iniciar ataques, ainda que sem nenhuma comprovação, contra pessoas que o cercam."
Teté Bezerra, deputada federal (Cuiabá, MT)

Resposta do jornalista Hudson Corrêa - A reportagem se baseou em relatório do Banco Central.

Esperanças
"Parabenizo o senador Jefferson Péres pelo artigo "A última quimera" ("Tendências/Debates", pág. A3, 18/8). Pedindo permissão ao senador, faço minhas as suas palavras. Eu, como outros brasileiros, também me sinto atordoada com as atitudes do PT. Moradora de Brasília há oito meses e esperançosa com o governo do PT, vi essas esperanças ruírem com as atitudes desse governo, mas não deixarei de apoiar nossos representantes que, publicamente, manifestam sua indignação."
Maria Teresa Nemoto (Brasília, DF)

Críticas
"Não comungo do pensamento daqueles que afirmam "Lula e o PT nunca me enganaram". Porém a conivência com a corrupção e a tentativa de limitar a liberdade no país não deixam dúvida quanto à negação do discurso outrora usado pelo petismo-lulismo. Por outro lado, não concordo com a atual oposição, que critica o crescimento da economia, com geração irrisória de empregos, já que antes dizia que reivindicar benefícios sociais antes do desenvolvimento, do "crescimento do bolo", era repartir a miséria. Apesar da submissão ao FMI e ao mercado financeiro, os juros, em 19 meses de governo Lula, caíram 10%. É pouco? Mas antes das últimas eleições presidenciais não se anunciava que, no primeiro ano do governante a ser eleito, qualquer que fosse ele, pouco ou nada de positivo aconteceria? Coerência é necessária para se merecer credibilidade. Vamos criticar, ante o futuro preocupante de ameaças às nossas liberdades, com argumentos irrefutáveis."
Guaraci Vieira de Almeida (Campo Grande, MS)

Cortina de fumaça
"A Polícia Federal, o Ministério Público e os fiscais da Receita Federal efetuaram a operação Farol da Colina. Prenderam 62 doleiros, donos de casa de câmbio e até um agente da Polícia Federal. Mas o governo, na verdade, está lançando uma cortina de fumaça. Tenta mostrar serviço prendendo trombadinhas, mas livra os banqueiros envolvidos em desvios da ordem de US$ 30 bilhões, pois há um acordo entre membros oposicionistas e governistas para sepultar a tal CPI do Banestado. E o governo faz coro de indignação com os banqueiros que tiveram seu sigilo bancário quebrado -entre os quais o presidente do Banco do Brasil, Cássio Casseb, e o do Banco Central, Henrique Meirelles. O que há de misterioso na conta bancaria desses banqueiros que não pode vir a público?"
Emanuel Cancella (Rio de Janeiro, RJ)

CC5
"Em relação à reportagem "Procurador acusa precariedade em apuração" (Brasil, 15/8), gostaria de registrar que, além de informar que o atual procurador-geral da República, Claudio Fonteles, e o ex-procurador-geral Geraldo Brindeiro não iriam manifestar-se, a assessoria de comunicação da Procuradoria Geral da República forneceu à reportagem um resumo dos resultados obtidos pela força-tarefa CC5. Entre eles, havia os seguintes dados: 385 denunciados em Curitiba e 68 denunciados em Foz do Iguaçu desde agosto de 2003; 18 pessoas já condenadas à prisão e multadas pela Justiça Federal; R$ 97 milhões em bens arrestados. Lamentavelmente, esses dados não foram levados ao conhecimento do leitor. Acrescento que, em 17/8, a força-tarefa CC5 realizou, em conjunto com a Polícia Federal, diligências de busca e apreensão e de prisão em mais de 150 endereços, em sete Estados, contra doleiros envolvidos em lavagem de dinheiro -mais um resultado do trabalho realizado pelo Ministério Público Federal."
Cláudia Lemos, assessora de comunicação da Procuradoria Geral da República (Brasília, DF)

Candidaturas
"A Folha mais uma vez carrega na tinta para vender a idéia de que candidaturas petistas não vão bem, conforme a nota "Serpentário" ("Painel", Brasil, pág. A4, 17/8). Sei que não sou a única vítima e que não é a primeira vez que isso acontece comigo. Se o jornal olhasse no retrovisor, veria que, há quatro anos, seu instituto de pesquisa -o Datafolha- publicou, na véspera das eleições, a seguinte projeção sobre Osasco: Celso Giglio, com 51% dos votos, e Emidio de Souza, com 36% dos votos. Resultado oficial no dia seguinte, conforme o Tribunal Regional Eleitoral (TRE), sobre o total de eleitores aptos a votar à época: Celso Giglio, com 39,6% dos votos, e Emidio de Souza, com 36,8% dos votos. Ou seja: a Folha errou, influenciou muitos eleitores com números fantasiosos e não reconheceu o erro. Olhar no retrovisor faria bem antes de tirar conclusões apressadas."
Emidio de Souza, deputado estadual, primeiro-secretário da Assembléia Legislativa de São Paulo e candidato a prefeito de Osasco pela Frente Osasco Nossa Vida (Osasco, SP)

Resposta da jornalista Renata Lo Prete, editora do "Painel" - Detectada por pesquisas de diferentes institutos, a dificuldade da candidatura do missivista em Osasco é reconhecida pelo próprio PT. Também a menção ao Datafolha -que não guarda nenhuma relação com a nota publicada- carece de fundamento, uma vez que resultados eleitorais só podem ser confrontados com levantamentos de boca-de-urna.


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