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ELIANE CANTANHÊDE
Fênix e cinzas
BRASÍLIA - Líder do PSDB na Câmara e considerado o serrista-mor do
Congresso, o deputado Jutahy Magalhães Jr. ironizou ontem a imprensa,
que é acusada de governista e de serrista, mas enterrou várias vezes a
candidatura José Serra.
Segundo Jutahy, Serra é a fênix da
campanha, vive ressurgindo das cinzas: não iria conseguir lançar-se candidato, nem ganhar a convenção,
nem decolar, nem fechar o acordo
com o PMDB. Iria ser abandonado
por FHC e chegou "morto" ao início
da propaganda eleitoral gratuita,
com a eleição polarizada entre o favorito Lula e o então ascendente Ciro
Gomes.
"Vocês escreveram várias vezes que
ele iria perder todos os apoios que estão aqui hoje", ironizou o líder tucano ontem na chegada de candidatos
fortes nos Estados, e agora serristas
desde criancinhas, para a reunião de
ontem. Exemplos: Aécio Neves (MG),
Jarbas Vasconcelos (PE), Esperidião
Amin (SC), Cássio Cunha Lima (PB).
Serra não está morto. Está bem vivo. Mas tem novas etapas de fênix
para vencer e está indo com tudo para impedir que Lula ganhe no primeiro turno. Basta ver os programas
tucanos de TV contra Lula e o PT.
São programas duros, tentando resgatar o velho estereótipo de que o PT
significa confronto e baderna e forçando uma comparação entre supostas qualidades de Serra e desvantagens de Lula, como formação acadêmica e experiência administrativa.
Mas nem só de propaganda na TV
vivem os marqueteiros de Serra, que
ontem fizeram um apelo para os tais
candidatos nos Estados finalmente se
engajarem na campanha.
O recado cai como uma luva em
Aécio, que está perto de ganhar o governo de Minas já no primeiro turno,
enquanto Serra está lá embaixo nas
pesquisas no Estado. A campanha
serrista quer pelo menos aproximar
os dois índices. E é difícil.
A campanha de Serra partiu para o
tudo ou nada contra o franco favoritismo de Lula. Serra tem sido "a fênix
da campanha", como diz Jutahy. E
agora é definitivo: ou continua fênix,
ou simplesmente vira cinzas.
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