São Paulo, quinta-feira, 19 de setembro de 2002 |
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TENDÊNCIAS/DEBATES Reformas vitais, só com Senado forte
ROMEU TUMA
Paralelamente à implantação de leis ou medidas urgentes que garantam mais emprego, segurança e saúde aos brasileiros, os novos senadores têm que fazer da ética um bem inerente à atividade política. Nesse contexto, é indispensável a reforma política, com adoção de regras que fortaleçam os partidos, dando especial atenção à fidelidade partidária. O descontrolado número de legendas que proliferam do dia para a noite serve, muitas vezes, só como abrigo de interesses pessoais e não contribui para o fortalecimento da democracia. Como corregedor do Senado, participei do processo que, pela primeira vez na história republicana, cassou o mandato de um senador brasileiro. A punição daqueles que se provam culpados de irregularidades é um princípio que não pode ser esquecido jamais. Por conta da impunidade, vemos o Brasil registrar índices de violência superiores aos de países em guerra. No setor de segurança pública, aliás, uma proposta de emenda constitucional que apresentei em 1999 (dando poder de polícia às guardas municipais, em apoio às polícias, em convênio com os Estados) está prestes a atingir o final de tramitação. O projeto foi aprovado por unanimidade pelo Senado e, agora, transita na Câmara dos Deputados. Destina-se a dar maior eficiência e maior empenho às corporações instituídas na Constituição e que já demonstraram seu valor e sua competência em diversos episódios. No campo estritamente policial, é necessário investir em recursos humanos. Há urgência em olhar para o interior das organizações policiais e verificar o que se passa com seus integrantes. Toda a sociedade precisa se engajar nessa discussão e buscar formas que garantam um policial satisfeito com sua atividade. O policial precisa ter dignidade para se sentir merecedor do respeito de quem quer viver e trabalhar em paz com liberdade. A solução definitiva depende de capacidade administrativa oficial para aplicar o dinheiro público correta e rapidamente, no sentido de valorizar a base humana das organizações policiais. Nunca na história da República a eleição para o Parlamento foi tão vital quanto a que se apresenta. Espírito público, dever de viabilizar o crescimento econômico, respeito às instituições e aos cofres públicos são requisitos indispensáveis aos eleitos. E ao eleitor no momento de refletir e decidir seu voto. Romeu Tuma, 70, é senador pelo PFL-SP e candidato à reeleição pela coligação São Paulo em Boas Mãos (PFL-PSDB-PSD). Foi diretor-geral da Polícia Federal (1985-92) e secretário da Receita Federal (1992). Texto Anterior: Frases Próximo Texto: Cunha Bueno: Uma nova área de ação Índice |
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