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PAINEL DO LEITOR
Saúde pública
"Como médico, não posso me omitir
em relação ao artigo do sr. ministro da
Saúde ("Tendências/Debates", pág. A3,
15/11). A Saúde nos oito anos de FHC
melhorou um pouco, mas não tanto
quanto o apregoado por Barjas Negri.
Ainda faltam materiais básicos nas
unidades de saúde tais como medicamentos, fio, agulhas, soro e esparadrapo.
Apesar de termos profissionais em
quantidade superior à recomendada pela OMS, faltam médicos no interior por
absoluta incompetência dos governantes, que não querem pagar decentemente
nosso trabalho.
O problema da saúde é político. Falta é
vontade para resolvê-lo."
José Ricardo Fontes Laranjeira
(Brasília, DF)
Queda do Palmeiras
"Torcedor palmeirense está preocupado à toa. A queda para a segunda divisão
foi uma tática da direção do clube para
conseguir um título inédito para o Verdão: o de campeão da segunda divisão. É
só esperar; e o Ibis não atrapalhar."
Oswaldo Catan (São Paulo, SP)
"Triste e lamentável o rebaixamento
do time do Palmeiras. No entanto, mesmo sendo torcedor alviverde espero que
não haja virada de mesa para favorecer
os times rebaixados, pois é preciso começar a mudar nosso país, e o futebol é
parte integrante de nossa nação."
Marcos Barbosa (Casa Branca, SP)
Petrobras
"Com relação à reportagem "Licitação
da Petrobras favorece estrangeiro" (Dinheiro, pág. B6, edição de ontem), solicitamos a publicação dos seguintes esclarecimentos:
O aço NV-40, adotado na estrutura
principal da P-51 e da P-52, é um produto de maior resistência, adequado ao uso
em projetos de plataformas semi-submersíveis e produzido em diversos países -não apenas Noruega, Alemanha e
Inglaterra, como citado.
Não há empecilhos para sua fabricação no Brasil. Em consulta à Usiminas,
previamente ao início da licitação, nossos engenheiros verificaram que a siderúrgica tem condições de fabricar o aço
NV-40 em curto prazo.
Também não procede a informação de
que os eletrodos para a soldagem teriam
de ser importados. Esse tipo de obra inclui processos de soldagem já empregados pela indústria nacional.
Com relação ao treinamento de operários, não há qualquer desvantagem para
o mercado nacional, uma vez que a capacitação de soldadores para obras de
vulto é atividade rotineira de qualquer
estaleiro. A qualificação é a mesma para
a soldagem de aço NV-36, amplamente
utilizado pela indústria nacional.
As informações estão disponíveis na
documentação técnica entregue a todos
os participantes da licitação que, no momento, se encontra em fase de esclarecimentos técnicos e gerenciais, não tendo
até agora surgido, por parte dos licitantes, nenhuma solicitação sobre as questões citadas na reportagem."
Carlos Pinto, gerente de imprensa da
Petrobras (Rio de Janeiro, RJ)
Resposta do jornalista Chico Santos -
A Petrobras confirma que o aço não é
fabricado no país. Os técnicos ouvidos
pela Folha reafirmam que, no caso de
uso de aço não produzido aqui, o material de soldagem deve ser também importado, bem como o soldador precisa
de treinamento especial.
Força Sindical
"Em relação ao texto "Operação mãos
limpas começa a sair do papel" (Dinheiro, pág. B9, 17/11), gostaríamos de ressaltar que a Força Sindical foi citada de forma imprudente, sem nem sequer ser ouvida. É importante esclarecer:
1) Quem primeiro constatou as irregularidades, referentes às verbas do FAT
(Fundo de Amparo ao Trabalhador), no
Sindicato dos Metalúrgicos de Itaquaquecetuba, foi a equipe de fiscalização da
Força Sindical, que mantém 26 pessoas
para essa função;
2) Após a comprovação dos fatos, a direção da Força Sindical declarou nulos os
cursos, devolveu integralmente, com
correção monetária, os valores ao Ministério do Trabalho.
3) A Força Sindical decidiu expulsar tal
entidade de seus quadros.
Já há algum tempo estamos sendo citados em supostas irregularidades, muitas
vezes de forma anacrônica, descontextualizando e desvirtuando os fatos, o que
acaba por induzir a opinião do leitor."
Paulo Pereira da Silva, presidente da
Força Sindical (São Paulo, SP)
Políticas contra a fome
"Não se erradica a fome com comida,
mas com educação. Os milhões de subnutridos no Brasil decorrem da má distribuição de renda.
As causas são corrupção, incapacidade
administrativa, sistema político sem
compromisso com o bem comum e,
principalmente, a hipocrisia cristalizada
na mente dos promotores de programas
de combate à fome.
O povo é perversamente levado a pensar que auxiliar o próximo com um prato
de comida contribui para a eliminação
da fome no país.
Para realmente combater a fome, o
país precisa mudar, mas isso somente
acontecerá quando houver uma alteração de comportamento social, que começa com a erradicação do analfabetismo, a formação de profissionais e a implantação da boa educação."
Eudes de Oliveira Mattar
(Rio de Janeiro, RJ)
Governo Lula
"Ver as fotos de Lula e Itamar se enroscando em abraços de pura politicagem,
chega a incomodar pela hipocrisia.
Quem mandou Lula receber o apoio dele
e de outro igual (José Sarney), dois políticos que se imaginam estadistas?"
Laércio Zanini (Garça, SP)
"Neste momento, Luiz Inácio Lula da
Silva leva com ele a esperança de milhões. Há em Lula um pouco da gente
brasileira. Para nós, especialistas em
prevenção de acidentes do trabalho,
também há o Lula que um dia conheceu
o desespero de um acidente desse tipo.
Por isso, temos esperança de que ele cuide desse assunto com uma atenção muito especial.
Cerca de 3.000 trabalhadores a cada
ano não voltam para casa vitimas de acidentes. Apenas na cidade de São Paulo,
310 mil trabalhadores apresentam sintomas evidentes de lesões por esforços repetitivos. O trabalho seguro e saudável é
um direito universal e muito bem definido em nossa Constituição.
Esperamos que o Brasil de Lula seja o
Brasil onde trabalhar venha a ser sempre
um ato para a vida e para a plenitude."
Maria José Pereira da Silva O'Neill,
jornalista, Instituto Nacional
de Prevenção às LER/Dort
Cosmo Palásio Moraes Jr, técnico e
consultor de Segurança no Trabalho
(São Paulo, SP)
Perda de tempo
"Que a posse do presidente da República seja rodeada de solenidade especiais é
fato admissível. Por outro lado, torna-se
inconcebível a discussão em torno da
mudança da data da posse com argumento de que tal data inviabilizará a presença de autoridades internacionais.
Nesse sentido, alguns congressistas já se
comprometeram a agilizar a votação. Isso vai de encontro a outras necessidades
de incomparável importância ao equilíbrio do nosso país, como a reformulação
de todo o emaranhado de leis e códigos
que prejudicam metas urgentes.
A mais explícita é a da política federal
na área da segurança, que tem pecado no
combate ao crime organizado."
Wendel Freire (Brasília, DF)
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