UOL




São Paulo, quarta-feira, 19 de novembro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PAINEL DO LEITOR

Transportes
"A respeito da reportagem "Ameaçados" já articulam para garantir seus cargos" (Brasil, 16/11), tenho a dizer que é completamente descabida a afirmação de que "o ministro dos Transportes, Anderson Adauto, busca apoio até dos empreiteiros". Primeiro porque o ministro, que nunca trabalhou para assumir o cargo, também não faz lobby para nele permanecer, embora se sinta extremamente honrado em participar da equipe do presidente Lula e em servir ao presidente e ao país. Além disso, embora sejam uma categoria de empresários que prestam serviços ao Ministério dos Transportes, os empreiteiros não definem os destinos da pasta. O convite para dirigir o ministério foi feito pelo próprio presidente da República por decisão dele. Portanto qualquer definição sobre o futuro do deputado Anderson Adauto na equipe de governo cabe exclusivamente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva."
Sérgio Amaral, assessor de comunicação social do Ministério dos Transportes (Brasília, DF)

Violência
"Quero parabenizar a excelente Danuza Leão por sua sensibilidade e responsabilidade ("Será?", Cotidiano, 16/11). Toda a imprensa explorou o assassinato do casal de namorados com o intuito apenas de ganhar pontos no malfadado ibope. Ninguém se preocupou com as famílias dos dois jovens nem com a família brasileira ao noticiar o fato, ressaltando detalhes maquiavélicos e repugnantes que desrespeitam os valores morais e religiosos de todo o povo brasileiro. É de pessoas como Danuza que a sociedade precisa para ser mais bem informada tanto em quantidade como, principalmente, em qualidade."
Ruy Márcio de Carvalho (Itajubá, MG)

Fórum Social Brasileiro
"Em relação à carta "Fórum fascista" ("Painel do Leitor", 12/11), a Secretaria Estadual de Juventude do PT-MG esclarece o seguinte. 1. Esta secretaria estadual em nenhum momento convidou o senhor Marx Golgher para debater no Fórum Social Brasileiro. O único debate programado foi com o embaixador da Palestina no Brasil. 2. O debate não foi uma atividade oficial do Fórum Social Brasileiro. Foi organizado pelo diretório do PT de Belo Horizonte e pela Secretaria Estadual de Juventude do PT-MG. 3. Na hipótese de realizarmos um debate entre autoridades palestinas e israelenses, convidaremos suas representações oficiais -suas embaixadas no Brasil ou os governos desses países. O referido senhor não é representante do governo de Israel. 4. O Fórum Social Brasileiro foi a maior manifestação social ocorrida neste país. Nele respiramos o ar da liberdade, da diversidade, da luta pela autodeterminação dos povos e do respeito à pessoa humana. Construímos fóruns como esse para derrubarmos muros como o que se levanta no Oriente Médio. Resta-nos lamentar a carta rancorosa, grosseira e cheia de ódio e de mentiras escrita por esse senhor. Fica difícil acreditar que com todo esse ódio iremos construir a paz no Oriente Médio."
Nartagman Wasley A. Borges, membro do Coletivo Estadual de Juventude do Partido dos Trabalhadores em Minas Gerais (Belo Horizonte, MG)

Estatuto do adolescente
"O artigo de Rubens Naves ("Pelo cumprimento do estatuto", "Tendências/Debates", 15/11), presidente da Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança e do Adolescente, de forma digna e sóbria, traz as informações importantes para a manutenção da idade penal e para o efetivo cumprimento do Estatuto da Criança e do Adolescente. Os compromissos adotados pela sociedade brasileira, estabelecidos na nossa Constituição e na ratificação dos tratados internacionais, torna imperioso um debate afastado do plano das emoções na busca de uma implementação do Estatuto que supere as dificuldades atuais."
Guilherme Amorim Campos da Silva, presidente da Comissão Justiça e Paz de São Paulo (São Paulo, SP)

Hospitais militares
"O excelente jornalista Elio Gaspari, muito bem informado, descreve, com clareza, a situação catastrófica que enfrentam os serviços de saúde das Forças Armadas ("O bombardeio dos hospitais militares", Brasil, 16/11). Quero apenas acrescentar que, além dos 3% que lhes são descontados mensalmente, o militar da ativa, o inativo e o pensionista pagam ainda uma parcela por cada dependente e indenizam em 25% quaisquer despesas decorrentes de atendimentos médicos -exceto aquelas relativas a consultas ambulatoriais. Os mais antigos sentem saudades do atendimento prestado no passado. Hoje em dia, a maioria dos militares recorre aos planos de saúde."
Ivan Bernardino da Costa (Tatuí, SP)

Aborto
"Dom Cláudio Hummes, no artigo "Aborto e lei" ("Tendências/Debates", 16/ 11), fala uma vez mais sobre a posição da Igreja Católica sobre o aborto. De novo, a Igreja Católica se esquece de falar da vida das mulheres que decidem pela realização de um aborto, das inúmeras mulheres católicas que necessitam interromper a gravidez e o fazem de forma clandestina, vivendo esse drama solitariamente, sem o apoio explícito da hierarquia eclesial -ainda que muitas vezes suas comunidades de fé as acompanhem nesses difíceis momentos de decisão. Podemos considerar um ato tão humano e cheio de amor tanto uma mulher decidir pela continuação de uma gravidez como decidir pela sua interrupção. Esse ato encontra respaldo na mesma tradição da Igreja Católica, que afirma que "o ser humano deve obedecer sempre ao julgamento certo de sua consciência" ("Catecismo da Igreja Católica", 1800). Reconhecemos que existem razões de consciência profundas que levam as mulheres a decidir pela realização de um aborto. A decisão por um aborto não compete ao Estado nem a uma determinada religião."
Yury Puello Orozco, teóloga, integrante da coordenação da entidade Católicas pelo Direito de Decidir (São Paulo, SP)

 

"Discordo da opinião da leitora Soraya Fleischer, publicada em 17/11 ("Painel do Leitor'). Defendo a posição de dom Cláudio Hummes, exposta no artigo de 16/11, bem como o espaço a ele concedido para defender a vida. A Folha dificilmente dá espaço "generoso" para posicionamentos contrários ao aborto. Isso fica claro em muitos de seus editoriais sobre o assunto. Neles, costumam prevalecer opiniões que, no fundo, são favoráveis ao assassinato de seres inocentes e indefesos. Alega-se a preservação da vida da mãe, porém em detrimento de outra vida -tão valiosa quanto a da mãe-, a vida de um feto, ser humano em potencial, dotado já de vida e de alma. Onde está a tal "hipocrisia'? Naqueles que são favoráveis a esse crime hediondo que é o assassinato de um ser indefeso que nem sequer pode gritar por socorro ou se defender? Ou naqueles que são contrários ao aborto, posição "retrógrada" que defende a vida? Não será hipocrisia ficarmos horrorizados diante da matança de crianças, de jovens, de adultos, de baleias, de tartarugas e outros animais que merecem nosso respeito, mas não sentirmos o mesmo horror diante ao assassinato do inocente ser que vive no seio da mãe?"
Ana Cristina N. Sasaki (São Paulo, SP)


Texto Anterior: TENDÊNCIAS/DEBATES
Nabil Bonduki: O Brasil repensado a partir das cidades

Próximo Texto: Erramos
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.