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COMÉRCIO PIRATA
São alarmantes os números
do comércio de produtos irregulares no Brasil. Segundo uma pesquisa realizada pelo instituto Ibope,
que considerou apenas três categorias (tênis, roupas e brinquedos), a
chamada pirataria movimenta cerca
de R$ 32 bilhões anualmente e custa
ao país cerca de R$ 13 bilhões em sonegação fiscal.
Nos últimos 12 meses, sempre de
acordo com o estudo, 24% dos brasileiros adquiriram brinquedos pirateados e 29% compraram roupas falsificadas. Mesmo sabendo tratar-se
de comércio irregular, compradores
afirmam que o fator determinante da
decisão, como não seria difícil prever, foi o preço.
Esses dados devem ser considerados com cautela, uma vez que o estudo foi encomendado por empresas
interessadas no assunto. Além disso,
há dificuldades inerentes a toda pesquisa que vise a estimar as dimensões de atividades clandestinas.
Mesmo assim, os resultados podem ser vistos como uma demonstração de que, embora seja elogiável,
não basta, como fez o governo federal, criar órgãos específicos para enfrentar esse tipo de crime. Tampouco são suficientes ações episódicas e
espalhafatosas, como as batidas policiais em pontos de venda de produtos piratas ou os conhecidos espetáculos públicos de destruição de mercadorias apreendidas.
O indispensável na repressão à pirataria é que ela seja exercida com rigor e de maneira sistemática. Para
constatar que isso ainda não é uma
realidade no Brasil, basta caminhar
pelas ruas das grandes cidades, onde
a venda de produtos falsificados ou
contrabandeados é praticada a céu
aberto, em locais amplamente conhecidos, não raro sob o olhar complacente -ou quem sabe interessado- de alguns policiais.
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