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São Paulo, domingo, 20 de abril de 2003

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PAINEL DO LEITOR

Guerra
"Não consigo compreender como pôde uma organização de respeito e credibilidade mundial como a ONU ter sido enganada pelo presidente Geoge W. Bush. Ele se utilizou dela para desarmar o Iraque e, depois, atacou-o, destruindo uma infinidade de vidas inocentes, não aceitando nenhuma sugestão da ONU. Agora Bush negocia a tomada de poder com a ONU e outros países, como se fosse tudo normal.
E a Organização das Nações Unidas ainda age como se nada tivesse acontecido. Onde estamos?"
José Batista de Carvalho Filho (Campinas, SP)

Postura
"Muito adequado o editorial "Timidez constrangedora" (pág. A2, 17/4). É inadmissível que o Brasil não tome uma posição sobre os dois assuntos mencionadas no texto: o caráter terrorista das Farc e o assassinato de opositores por Fidel Castro. Primeiro, porque simplesmente o Brasil não pode ficar em cima do muro, o que significa ser absolutamente incoerente com o discurso de defesa dos direitos humanos e das regras de convivência internacional.
O governo está tomando posturas esquecendo-se de que representa todo um país, e não um partido. O PT, por ter laços com as Farc e Fidel tão desprovidos de bom senso que são difíceis de serem desatados, pode ficar em silêncio, mas não o Brasil. Lula se esquece mais uma vez de tirar a estrela do PT da lapela e substituí-la pela bandeira do Brasil."
Renato Skaf (São Paulo, SP)

Cuba
"O governo Lula está exportando agora o conceito tão particularmente brasileiro de "relatividade" dos direitos humanos. Senti-me envergonhado com a abstenção brasileira na votação da resolução do Conselho de Direitos Humanos da ONU que solicitava a Cuba o recebimento de uma representante do Alto Comissariado para Diretos Humanos e enojado com a explicação dada pelo governo sobre o assunto.
Seguindo seu raciocínio, o assassinato em massa de judeus por Hitler teria sido "assunto muito interno", como afirma o futuro embaixador do Brasil em Cuba, Tildem Santiago, sobre as execuções do regime castrista."
Leandro Nogueira Monteiro (São Paulo, SP)

"Sobre a punição aos sequestradores cubanos e a posição do governo brasileiro, acho o seguinte, deixando de lado os aspectos ideológicos:
Se o Brasil tivesse uma Justiça tão rápida e certeira como a cubana, com certeza não estaríamos envolvidos neste estado de guerra civil;
As ações dos grupos ditos de "direitos humanos" degradou de tal forma a repressão do crime que hoje vemos um "legalismo" de defesa dos criminosos em benefício dos bandidos, e não em defesa da sociedade;
Deixemos de lado esses intelectuais privilegiados, ociosos, com boa moradia, segurança particular, bem nutridos e com boa renda, e perguntemos a nós, o povo brasileiro, que temos de trabalhar nove horas por dia, como escravos, sem nenhum apoio do governo, o que achamos. Com certeza, a grande maioria aprovaria o fuzilamento desses sequestradores."
Paulo Esteves Júnior (São João da Boa Vista, SP)

Compromisso
"Estou inconformado com a preocupação excessiva do governo Lula com a inflação e em satisfazer as exigências desse ser abstrato chamado "mercado". E a população, como fica nessa história? Estamos sofrendo o maior arrocho salarial de todos os tempos, pois, para os economistas -e ao que parece até para o próprio presidente da República-, os salários definitivamente não fazem parte da economia.
Tudo está indexado (preços de produtos de consumo essencial e tarifas públicas) e, o que é pior, pelo dólar! Espero que o governo resgate logo seus compromissos de campanha, antes que seja tarde demais para todos nós."
Marcelo Vieira Miranda (Espírito Santo do Pinhal, SP)

Máscara
"O grande contraste entre o PT de ontem e o PT de hoje, evidenciado em tão pouco tempo, é a prova incontestável de que o poder não modifica, apenas desmascara."
Alvaro Bernal de Almeida (João Pessoa, PB)

Economia e ideologia
"Um notável pensador do século 19 afirmou que, "se o real estivesse à mostra, não haveria a necessidade de fazer ciência". Obviamente, não estamos falando da moeda nacional, mas sim da realidade objetiva, cuja compreensão não prescinde do conhecimento da essência do fenômeno em suas múltiplas implicações. Por isso mesmo, os conceitos de ciência e de ideologia se contrapõem, sendo esta última uma verdadeira contrafação da realidade objetiva, ainda que os seus difusores procurem passar as suas idéias e postulados como verdades absolutas.
A proposta de reforma do sistema financeiro nacional, que, dentre outros objetivos privatizantes, contempla a independência do Banco Central, assenta-se em pressupostos ideológicos que buscam legitimar a hegemonia do capital financeiro e especulativo, em detrimento da formação de uma poupança interna vital para o fomento das atividades produtivas e da renda nacional."
Alcyr Medeiros Guimarães (Brasília, DF)

Capitão Ubirajara
"A atitude do governador Alckmin, defendendo um notório torturador, não honra a memória de seu criador, o saudoso governador Mário Covas."
Israel Jaques Wainer (Brasília, DF)

"Prezado governador Alckmin, lendo seu artigo na Folha de anteontem ("A nomeação que não fiz", pág. A3), não tenho como discordar de suas posições antitortura e anti-repressão. Tampouco parece ser intencional e em nível do titular do governo do Estado a nomeação de moto próprio de alguém ligado à tortura no passado.
Contudo, quando as críticas vêm de todas as partes, inclusive de José Carlos Dias, alguém insuspeito para escrever sobre o assunto, e também conhecendo o estatuto do funcionalismo, fica claro que não se deseja a demissão ou impedir que o tão citado delegado trabalhe; apenas que não seja premiado por funções ditas de Estado, pois sua carreira só teria seguido por "tempo de serviço", e não por "merecimento".
Mesmo que suas funções, no seu dizer, sejam burocráticas e a designação feita pela chefia imediata, não se trata de condená-lo, mas de deixá-lo em função afastada das ligadas à inteligência, e que se aposente após o tempo devido. É o mínimo de coerência que se admite em relação a seu passado e convicções."
Celio Levyman (São Paulo, SP)

Problemas
"Todo problema tem uma solução, por mais complicada que ela seja: seca do Nordeste; invasão de terras pelo MST, violência no Rio de Janeiro, em São Paulo e outras capitais; sistema penitenciário; transporte urbano nos grandes centros; corrupção; etc.
Tudo isso, volto a frisar, tem solução, mas os governantes gostam mesmo é de administrar os problemas, e não de os resolver. Pois como vão pedir votos na próxima eleição, se não tem problema nenhum para 'resolver'?"
Edésio Cláudio Verduro (Presidente Prudente, SP)


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