|
Próximo Texto | Índice
RISCO GLOBAL
As baixas taxas de juros e os estímulos fiscais nos principais
países desenvolvidos, associados às
intervenções cambiais realizadas pelos bancos centrais asiáticos, sob a liderança do Japão, ampliaram a liqüidez internacional, reduzindo a aversão ao risco e impulsionando a retomada do crescimento da economia
mundial.
No entanto, a partir de fevereiro de
2004, os mercados financeiros internacionais passaram a apresentar
maior volatilidade nos preços dos diferentes ativos. Esse fenômeno parece estar relacionado com a presença
de novos riscos em cena.
Em primeiro lugar, a maioria dos
ativos já atingiu níveis de preços bastante elevados. Em segundo lugar, a
inflação parece ressurgir, sobretudo
nos EUA e na China. Em terceiro lugar, a especulação financeira global
gerou um volume considerável de
operações, alavancadas por dívidas,
uma vez que os lucros esperados
eram maiores do que os custos dos
empréstimos utilizados para financiar as transações. Esse movimento
se generalizou pelos mercados de títulos públicos, de ações, de moedas,
de commodities e de países emergentes, como o Brasil.
O Fed, banco central americano, já
emitiu sinais de que terá de facilitar a
digestão gradual desse gigantesco
processo especulativo a fim de não
provocar uma crise financeira global.
Isso significa criar as condições para
a liqüidação das posições e ajustes
nas carteiras dos investidores antes
de iniciar um movimento de subida
nas taxas de juros. De um modo geral, esse processo se dá por meio de
declarações dos diretores e de minutas das reuniões do banco central. Há
indicações de que esses procedimentos já foram iniciados: investidores
altamente endividados, prevendo
elevação dos juros, já começaram a
reduzir posições em diferentes mercados.
Obviamente que esses riscos -alta
dos juros nos EUA, desaquecimento
da China e queda dos preços de commodities (soja, carne, aço)- também afetam o Brasil. Esse cenário reforça a importância de o país continuar em busca da redução de sua vulnerabilidade externa, avançando na
pauta de exportações, recompondo
reservas internacionais e mantendo-se atento à taxa de câmbio.
Próximo Texto: Editoriais: TRANCA PETISTA Índice
|