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TRANCA PETISTA
Depois de arrombada a porta,
providencia-se tranca. O adágio traduz de certa forma o que se
passou na reunião do Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores,
realizada no final de semana. Abalado pelo escândalo Waldomiro Diniz,
que provocou alongada crise política
na esfera federal, o PT houve por
bem baixar normas com o intuito de
evitar que as doações de campanha
enveredem pelo caminho da irregularidade e da falta de ética.
Proibiu, então, que os candidatos
do partido recebam recursos doados
por pessoas ou empresas envolvidas
com jogos de azar, jogo do bicho,
bingos e assemelhados -além de
outras atividades ilícitas.
Chama a atenção que tamanha obviedade não fosse já procedimento
regulamentado no partido que passou anos se apresentando à sociedade como o paladino da moral e dos
bons costumes políticos. O escândalo envolvendo o ex-assessor do ministro José Dirceu deixou, de fato, às
claras que nem tudo aquilo que o PT
pregava ou cobrava dos adversários
era fielmente seguido por seus próprios quadros e administrações.
Sinais nesse sentido também têm
sido insistentemente emitidos pelo
momentoso caso da Prefeitura de
Santo André, que sugere práticas,
para dizer o mínimo, heterodoxas.
Apesar do interesse demonstrado
pelo partido de se mostrar ainda na
"vanguarda da defesa da luta pela ética", como afirmou o seu presidente,
José Genoino, foi rejeitada no encontro a proposta para que as doações de
campanha fossem periodicamente
publicadas na internet, o que daria
ao processo, em princípio, inédita
transparência.
Preferiu-se transformar a sugestão
em projeto a ser submetido ao Congresso, de modo que possa se tornar
obrigatório para todos os partidos.
Ao que parece, a idéia original era
vanguardista demais.
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