São Paulo, terça-feira, 20 de agosto de 2002

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PAINEL DO LEITOR

Mesmo enredo
"Socorro! Não aguento mais tanta falta de vergonha. Estou perplexo com tantos atores ruins nesse palco que são as eleições. E o espetáculo é horrível: alianças escusas, roubos, desvios, favorecimentos, irresponsabilidade fiscal, cassação, troca de acusações etc. O enredo não muda. Estão subestimando a nossa inteligência, o nosso bom senso e, principalmente, a nossa memória."
Arnaldo Xavier Silva (Campinas, SP)

Novos tempos
"Que coisa! Não imaginava que iria ver tão cedo um empresário (José Alencar, vice de Lula) defendendo a redução da jornada de trabalho e um "sindicalista" (Paulinho, vice de Ciro) manifestando-se contra ela. Com "sindicalistas" desse tipo, o trabalhador está frito. Que coisa!"
Eron Bezerra (São Paulo, SP)

Política e religião
"Cada um tem o direito de defender a plataforma que quiser, até mesmo se for o caso de misturar política com religião. Se até Enéas tem direito de se candidatar, por que não um "Garotinho'? Mas espera-se, no mínimo, coerência. Quem usa a Bíblia como isca eleitoral pode se enrolar no anzol. Como é possível ter em uma mão a Bíblia e na outra um mandado judicial que proíbe a divulgação de conteúdo de fitas que são de interesse público? O que há para esconder? Cadê a liberdade de imprensa?"
Cleber Santos (Rio de Janeiro, RJ)

Orçamento Participativo
"A reportagem "Lula abandona Orçamento Participativo", publicada no caderno Eleições 2002 no domingo passado, 18/8, traz dois graves equívocos relativos ao PT: 1º) O título "Lula abandona Orçamento Participativo não corresponde à verdade, como o próprio texto demonstra. Os três petistas entrevistados (inclusive eu) defendem a consolidação do Orçamento Participativo nos níveis municipal e estadual e apontam a sua inviabilidade no nível federal, pelo menos a curto prazo. 2º) Está inteiramente fora de cogitação a proposta de realizar referendo sobre a pena de morte (como sugeriu quadro publicado com a reportagem). Para nós, seria o equivalente a outros exemplos absurdos, como a volta da escravidão ou a adoção da tortura."
Maria Victoria Benevides, cientista política e membro da Comissão do Programa do PT (São Paulo, SP)

Resposta do jornalista Fábio Zanini -
A pena de morte foi citada como exemplo hipotético de tema de plebiscito pelo professor Francisco de Oliveira, que coordena documento sobre reforma política do Instituto Cidadania.

Montanhas
"Rita Camata também não respondeu no debate de domingo à pergunta de Paulinho sobre o que fez o governo com a "montanha de dinheiro" arrecadada com as privatizações. Serra, que também não tinha respondido a Ciro no debate dos presidenciáveis (segundo Ciro, a montanha seria de R$ 70 bilhões), declarou, na entrevista à Folha/UOL, genérica e laconicamente, que o dinheiro serviu para "amortizar dívidas do governo". E só. É pouco, muito pouco mesmo para tão relevante assunto. Enquanto isso, o povo continua perplexo com essa montanha de pouco caso."
Amaro Alves de Almeida Neto (São Paulo, SP)

Alavanca
"Espero que o bom desempenho de Rita Camata no debate entre os candidatos a vice-presidente sirva de alavanca para mover e sacudir os candidatos do PSDB a cargos de governador e de deputado. Estes, ao pensarem apenas em si próprios, estão participando de coligações espúrias em detrimento de Serra e dividindo palanques com prefeitos que apóiam outros postulantes. O mínimo que se espera deles é que ajudem quem queira ajudar José Serra."
Manoel Antunes (São José do Rio Preto, SP)

Diagnóstico
"Quero cumprimentar o professor Paulo R. Feldmann pelo excelente artigo intitulado "Renda concentrada: faltam consumidores" (Dinheiro, pág. B2, 19/8). O artigo mostra com absoluta clareza a principal causa dos problemas econômicos brasileiros. É uma verdadeira aula de economia. Gostaria que os presidenciáveis lessem o artigo e seguissem a recomendação que ele sugere. O diagnóstico está perfeito."
Airton Benedito Garcia (São Paulo, SP)

Timão?
"Aqueles otimistas incorrigíveis, que acreditavam que o Timão seria o máximo, podem pôr as barbas de molho. Domingo passado, enfrentando o São ("amarelão') Caetano, o time mostrou a dura realidade. O goleiro só tem altura -e, mesmo assim, tomamos gols de cabeça de dentro da pequena área. Os zagueiros são lerdos e marcam mal. Os meio-campistas são "folgados" (Vampeta e Renato), e os atacantes, medíocres. Esperar o que de atacantes com apelidos como Santiago "El Tank" e Gilmar "Parrudo'? Só se for para disputar o campeonato de futebol americano."
Laércio Zanini (São Paulo, SP)

Fim de governo
"O final de oito anos de mandato do atual governo se faz de maneira melancólica e com poucos aplausos. Afinal, a rede social não foi capaz de colocar em ordem o desemprego de 12 milhões de brasileiros. Vemos promessas não cumpridas, rombo nas contas públicas, criminalidade, fome, miséria e o aumento vertiginoso da exclusão social. O preço da reeleição é impagável, e não poderemos mais negociar as chances que nos foram tiradas."
Carlos Henrique Abrão (São Paulo, SP)

Renda Mínima
"Na reportagem "Famílias ficam sem receber Renda Mínima" (Cotidiano, pág. C6, 9/8), a Folha diz meias verdades e não informa corretamente seus leitores sobre o Renda Mínima. Não houve corte ou suspensão nos pagamentos. Nos distritos de Lajeado e de Capão Redondo, foram pagas as 12 parcelas do programa como determina a lei. Interrupção seria no meio do período de pagamento, coisa que não aconteceu. A reportagem não explicita que as famílias citadas já receberam suas 12 parcelas e que estão em processo de renovação. Fica a impressão de que houve um corte abrupto, sem aviso e em desacordo com a lei. Nada disso ocorreu. O procedimento está rigorosamente dentro da lei e todas as famílias são avisadas sobre a duração de 12 meses do Renda Mínima -com a possibilidade de renovação, que não é automática. A prefeita Marta Suplicy, o secretário Márcio Pochmann e a assessoria de comunicação da SDTS explicaram à reportagem que não houve corte e que o processo de renovação das bolsas para as famílias com período completo já foi iniciado. Todas as 180 mil famílias beneficiadas na cidade serão, em seu tempo, recadastradas para avaliação e renovação das bolsas."
Estanislau Maria, assessor de comunicação da Secretaria Municipal do Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade (São Paulo, SP)



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