UOL




São Paulo, sábado, 20 de setembro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PAINEL DO LEITOR

Lula e o STF
"Lamentável a atitude de Sua Excelência, o presidente Lula, ao não comparecer à cerimônia dos 175 anos do Supremo Tribunal Federal (Brasil, página A4 de ontem). Parecem evidentes as tentativas do Palácio do Planalto no sentido de desmoralizar o Poder Judiciário, uma vez que não se aceitam as críticas e se busca a manipulação do consenso a qualquer custo. Perde a democracia -que, aliás, não pode prescindir de um Judiciário independente, para garantir e sustentar a sua própria existência."
Hugo Frederico Vieira Neves (Florianópolis, SC)

Porte de armas
"Juízes exercem atividades de risco e, por isso, podem comprar armas (Cotidiano de anteontem, página C1). Entendo que estudar na Estácio de Sá, no Rio de Janeiro, morar na região dos Jardins, em São Paulo, ser filho de grande empresário, dirigir automóvel seminovo, ir ao cinema e tantas outras atividades também são de risco. E quem as exerce não pode comprar armas. Isso só confirma a idéia de que "todos são iguais perante a lei, mas uns são mais iguais que outros"."
Paulo Ricardo Simon (São Paulo, SP)

 

"A movimentação da sociedade civil em torno do desarmamento nacional é oportuna. Sua semelhança com o movimento das Diretas-Já, a favor da democratização do país, é emocionante. Assim como as eleições diretas foram a maior conquista política do Brasil, o desarmamento pode ser a maior conquista de cidadania dos brasileiros. Mas somente decretos não bastam para o desarmamento, assim como eleições por si sós não resolvem. Se atentarmos para as pesquisas, verificaremos que, na maioria, as vítimas e os praticantes da violência são jovens pobres, moradores da periferia das grandes cidades, com idade entre 14 e 24 anos. Eles estão excluídos dos empregos, das universidades, da educação com qualidade, da informática, do acesso à cultura e das áreas de esportes e lazer -sem contar seus problemas com saúde e moradia. Nessas circunstâncias, a violência consiste em jovens pobres matando jovens pobres. Democracia social, distribuição de renda e desarmamento da população já."
Luiz Carlos dos Santos (São Paulo, SP)

Ajuda às elétricas
"O governo federal vai conceder ajuda de R$ 3 bilhões a concessionárias de energia elétrica ("Conta de luz é garantia em ajuda a elétricas", Dinheiro, 17/9). Gostaria de perguntar ao presidente Lula se os milhões de brasileiros que, endividados e/ou desempregados, estão registrados negativamente na Serasa e nos SPCs de todo o país também não merecem empréstimos do BNDES com juros reduzidos. Dinheiro público, como o nome já diz, é para o benefício da população, não da iniciativa privada."
Osório Silva (Nova Friburgo, RJ)

Financiamento e dívidas
"O governo federal, na busca desesperada de soluções para o crescimento econômico, vem adotando medidas que certamente surtirão efeitos maléficos para a sociedade brasileira. O financiamento para a compra de eletrodomésticos e os empréstimos bancários com descontos de prestações no contracheque deixarão o povo brasileiro mais endividado do que já está. Diga-se, aliás, que grande parte da população não tem dinheiro nem para comprar comida. É uma situação extremamente grave. A política econômica está seguindo o caminho errado. O governo está estimulando o endividamento da maioria dos consumidores. Aqui vai meu conselho a cada brasileiro: fuja das dívidas."
Airton Benedito Garcia (Ribeirão Preto, SP)

Apostas no mercado
"O investidor desavisado tem o péssimo costume de comprar ações na alta e vendê-las na baixa, amargando prejuízos irreversíveis e fazendo a festa dos especuladores e dos profissionais do mercado. Já vimos esse filme várias vezes: atraídos pela euforia nas Bolsas e pela perspectiva de lucro fácil, como se comprar ações fosse apostar em um cassino, poupadores inexperientes investem suas economias em aplicações de risco e de retorno (quando há) a médio e longo prazos. Fica o alerta: cuidado, incautos, tudo o que sobe cai em maior velocidade."
Pedro Alberto de Araújo Lima (Brasília, DF)

Casamento da prefeita
"Com muita surpresa, li no "Painel do Leitor" de ontem agressões gratuitas ao PSDB e ao governador Geraldo Alckmin feitas pelo senhor Luis Favre, em carta que deveria ser uma resposta a excelente artigo do jornalista Fernando de Barros e Silva. Favre, que vai se casar com a prefeita Marta Suplicy, não desperdiçou a chance de atacar o governador. É um desespero causado pela esmagadora reprovação da prefeita nas pesquisas. Ao explorar seu casamento no melhor estilo das colunas de fofoca, a prefeita tenta fazer com que a população esqueça o custo social da obra faraônica chamada CEU (Centro Educacional Unificado). Também quer encobrir sua fábrica de impostos, seus desmandos no transporte público e a nulidade de sua administração no que tange à habitação popular. O governador comanda um projeto inovador de recuperação da Febem. Ela foi subordinada à Secretaria da Educação, novas unidades menores e mais bem preparadas estão sendo construídas e convênios com empresas foram firmados para garantir emprego aos adolescentes que passam pela instituição. Desejo felicidades ao casal e garanto ao senhor Favre que trabalhamos para, em breve, poder dar essa felicidade à sofrida e abandonada população da capital."
Edson Aparecido, deputado estadual e presidente do PSDB-SP (São Paulo, SP)

 

"Gostaria de conhecer a pesquisa que a Folha deve ter em mãos dando conta de que ou critica o PT rotineiramente ou morre. A linha editorial deste jornal é 100% de perseguição. É um jornalismo rasteiro, em que a denúncia de hoje não precisa, necessariamente, ser comprovada amanhã. E pensar que a Folha já acusou o PT de denuncismo. Quem pratica denuncismo é o jornal, que parece nada ter aprendido com a Escola Base. A perseguição a Marta Suplicy é outro caminho seguido pela Folha para tentar sujar a imagem do PT. Não conseguirão, mas, pelo jeito, continuarão tentando."
Washington Luiz de Araújo (Rio de Janeiro, RJ)

Educação em SP
"Parabéns ao secretário da Educação do Estado de São Paulo, Gabriel Chalita, pelo texto "Por uma educação poética" ("Tendências/Debates" de ontem, pág. A3). Foi com a visão "poética" descrita no seu artigo que iniciei minhas atividades como educadora profissional no programa Escola da Família. Não posso, porém, deixar de registrar a minha indignação com o programa ao atrasar por mais de dez dias o salário de seus profissionais. Aproveito para fazer uma pergunta ao secretário: como os educadores irão propiciar aos seus aprendizes a consciência do que é o bem, desenvolver o caráter ético e o fortalecimento de valores como honestidade, lealdade, respeito, civilidade, fraternidade, solidariedade e senso de justiça e ainda equilibrar razão e emoção estando com seus salários atrasados?"
Mariana Maretti Marangoni Valli (Campinas, SP)

Futebol e INSS
"Como corintiano, estou realmente impressionado pela sugestão criativa que a eficiente diretoria do meu time está querendo dar ao caso Vampeta. A idéia de mandar para o INSS o atleta com mais de 15 dias de "estaleiro" serviria para economizar, ao mesmo tempo em que tornaria o jogador mais responsável pelo seu tratamento. Só um detalhe: só poderia fazer uso desse recurso o clube de futebol que estivesse rigorosamente em dia com o INSS e não tivesse nenhum de seus empregados, atletas ou funcionários, com salários atrasados."
Laércio Zanini (Garça, SP)

Texto Anterior: Não - Ricardo Seitenfus: O "mal menor"
Próximo Texto: Erramos
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.