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Editoriais
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Em céu azul
MENOS DE dois meses se
passaram, e o quadro
sucessório nas maiores
capitais do país experimenta notável reversão. Em fins de julho,
observava-se uma relativa fragilidade, nas pesquisas de intenção
de voto, dos candidatos identificados com os governos locais.
Hoje, segundo o Datafolha, a situação é outra.
As máquinas municipais e estaduais vão firmando, num contexto de desafogo financeiro e
realizações administrativas, sua
importância no cenário eleitoral.
O caso de Belo Horizonte talvez
seja o mais expressivo: apoiado
pelo governador Aécio Neves, do
PSDB, e pelo prefeito Fernando
Pimentel, do PT, o candidato
Marcio Lacerda (PSB) tinha apenas 6% das preferências na última semana de julho; é agora o favorito, com 41% do eleitorado.
No Rio de Janeiro, o PMDB do
governador Sérgio Cabral agora
vê seu candidato, Eduardo Paes,
assumir a liderança, com 26%
dos votos, oito pontos acima do
segundo colocado. No início de
julho, Paes contava apenas com
9% de eleitores a seu favor.
O petista João da Costa, no Recife, conta com três governos, o
federal, o estadual e o municipal,
a sustentá-lo. Na pesquisa de julho, estava oito pontos atrás do
oposicionista Mendonça (DEM);
ganhou 26 pontos desde então, e
venceria no primeiro turno se as
eleições fossem realizadas hoje.
O desenvolvimento da campanha, alimentado pelo horário
gratuito, vai eliminando as perspectivas das oposições locais na
maioria das grandes cidades. "É a
economia, estúpido", declarou
um marqueteiro americano nos
anos de glória de Bill Clinton.
Longe do padrão americano, o
eleitor brasileiro se contenta
com bem menos; seja como for,
não se queixa da atual conjuntura. Os governantes de plantão, e
suas máquinas maravilhosas,
agradecem a preferência.
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