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EMÍLIO ODEBRECHT
A força do nosso etanol
O ETANOL combustível brasileiro é motivo de orgulho
para o país. Mesmo em meio
à crise mundial, nossa produção
não recuou: as vendas no mercado
interno passaram de 9,101 bilhões
de litros nos primeiros 6 meses de
2008 para 10,713 bilhões no mesmo período de 2009, um salto de
17,7%.
Tal vigor se deve a vários fatores,
dos quais o mais importante são as
décadas de esforço e talento de brasileiros investidos nesta área.
Nosso etanol é um combustível
de alto desempenho e viável econômica, ambiental e socialmente.
Não precisa de subsídios, e sua produção vem sendo aperfeiçoada por
empresas e pesquisadores de nosso
país, nos diversos elos de sua cadeia produtiva.
Seus competidores são os hidrocarbonetos e outros biocombustíveis, como o feito a partir do milho
nos EUA. Tem vantagens sobre
ambos e poderia se expandir pelo
mundo não fossem as barreiras comerciais.
O etanol de cana é sustentável
por definição. O CO2 emitido pelo
uso do combustível renovável no
motor de um carro já foi compensado pela quantidade do mesmo
gás absorvida pela planta durante
seu crescimento. E é uma das energias renováveis que menos demanda a utilização de energia fóssil para sua produção.
A emissão de CO2 pelo etanol de
cana é 89% menor que a da gasolina, ao passo que no caso do etanol
de beterraba, usado em alguns países europeus, tal redução é de 46%,
e no de milho, de apenas 31%.
O etanol de milho americano é
totalmente dependente de subsídio público e, ao taxar a importação do etanol brasileiro, os Estados
Unidos prejudicam simultaneamente nossa economia, sua própria economia e o combate à crise
climática global.
Vez por outra acusam o Brasil de
tratar mal os trabalhadores do setor. Alguns países usam tal pretexto para impedir a venda de nosso
etanol lá fora. Mas as condições
nos canaviais, que de fato já foram
ruins, mudaram.
Hoje, os contratos de trabalho
incluem transporte, saúde, alojamentos, alimentação, equipamentos de proteção individual e até
mesmo a requalificação, pois a mecanização do plantio e do corte da
cana avança e acabará por modernizar radicalmente o trabalho na
área.
Adicionalmente, via cogeração,
nossas usinas produzem energia
elétrica tão limpa como a de origem hídrica e tende a crescer a
produção dos chamados plásticos
verdes, cuja matéria-prima, o etanol, substitui a nafta e o gás natural.
Cedo ou tarde os biocombustíveis ocuparão o lugar dos hidrocarbonetos como locomotivas da economia mundial. Quando este dia
chegar, estaremos prontos para
ocupar o lugar que nos cabe.
EMÍLIO ODEBRECHT escreve aos domingos nesta coluna.
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