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LUZ NO TÚNEL
São cada vez mais numerosos e
intensos os sinais de que os
EUA saem de um período de retração
para iniciar nova fase de crescimento. Resta saber se o cenário será de
expansão sustentável ou se apenas de
mais uma "bolha" transitória.
Os dados do Federal Reserve (banco central dos EUA) mostram que a
produção industrial no país subiu
0,4% em setembro, depois de uma
queda de 0,1% em agosto.
A capacidade instalada vem sendo
usada com intensidade crescente. O
mercado de trabalho se aquece e
caem as solicitações de benefícios
por trabalhadores desempregados.
A demanda por novas residências
demonstra vigor renovado e bate recordes históricos, animada pelos juros em nível inédito de baixa.
É o começo de uma possível retomada. Mas não se sabe ainda o seu
vigor ou direção. São preocupantes,
por exemplo, os indicadores de inflação. Excluídas as tarifas de energia, a
inflação medida pela variação de preços ao consumidor ficou em apenas
0,1% em setembro. A inflação anual
é de apenas 1,7%, o que reflete ainda
uma pressão generalizada de baixa
nos preços, motivada, entre outros
fatores, pela competição entre empresas que procuram sobreviver
num mercado ainda retraído. É a menor inflação dos últimos 37 anos.
Os dados relativos ao mercado de
trabalho também têm a sua dose de
ambiguidade. O aquecimento reflete, a rigor, uma redução nas demissões, mas ainda não se registra uma
nova onda de contratações.
A questão mais importante continua sem resposta: os sinais de aquecimento refletem apenas um fôlego
renovado do consumo, amparado
em taxas de juros muito baixas? Ou
as empresas começam já a investir e,
assim, a criar as condições para a expansão da capacidade produtiva e,
portanto, das contratações?
Enquanto não houver respostas
mais conclusivas para essa dúvida,
os mercados continuarão a conviver
com um cenário que é, por enquanto, de reversão da fase ruim, porém
sem garantias de que se inicia uma
autêntica e duradoura bonança.
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