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São Paulo, segunda-feira, 20 de outubro de 2003

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LUZ NO TÚNEL

São cada vez mais numerosos e intensos os sinais de que os EUA saem de um período de retração para iniciar nova fase de crescimento. Resta saber se o cenário será de expansão sustentável ou se apenas de mais uma "bolha" transitória.
Os dados do Federal Reserve (banco central dos EUA) mostram que a produção industrial no país subiu 0,4% em setembro, depois de uma queda de 0,1% em agosto.
A capacidade instalada vem sendo usada com intensidade crescente. O mercado de trabalho se aquece e caem as solicitações de benefícios por trabalhadores desempregados.
A demanda por novas residências demonstra vigor renovado e bate recordes históricos, animada pelos juros em nível inédito de baixa.
É o começo de uma possível retomada. Mas não se sabe ainda o seu vigor ou direção. São preocupantes, por exemplo, os indicadores de inflação. Excluídas as tarifas de energia, a inflação medida pela variação de preços ao consumidor ficou em apenas 0,1% em setembro. A inflação anual é de apenas 1,7%, o que reflete ainda uma pressão generalizada de baixa nos preços, motivada, entre outros fatores, pela competição entre empresas que procuram sobreviver num mercado ainda retraído. É a menor inflação dos últimos 37 anos.
Os dados relativos ao mercado de trabalho também têm a sua dose de ambiguidade. O aquecimento reflete, a rigor, uma redução nas demissões, mas ainda não se registra uma nova onda de contratações.
A questão mais importante continua sem resposta: os sinais de aquecimento refletem apenas um fôlego renovado do consumo, amparado em taxas de juros muito baixas? Ou as empresas começam já a investir e, assim, a criar as condições para a expansão da capacidade produtiva e, portanto, das contratações?
Enquanto não houver respostas mais conclusivas para essa dúvida, os mercados continuarão a conviver com um cenário que é, por enquanto, de reversão da fase ruim, porém sem garantias de que se inicia uma autêntica e duradoura bonança.


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