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São Paulo, quinta-feira, 20 de novembro de 2003

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IRAQUE EM QUESTÃO

O presidente norte-americano, George W. Bush, reafirmou ontem, em discurso no Reino Unido, as linhas gerais de sua política em relação ao Iraque, assegurando, como esperado, que os norte-americanos não irão recuar. Em nova demonstração de força militar, o pronunciamento foi precedido pelos mais intensos bombardeios contra alvos iraquianos desde o anúncio oficial do fim dos combates.
Anunciada como um episódio da guerra contra o terrorismo, a invasão, como se sabe, contou com amplo apoio da população norte-americana. A percepção generalizada nos EUA era a de que Saddam Hussein constituía uma ameaça iminente à segurança e à paz mundiais. A intervenção, porém, acabou gerando, com o passar do tempo, críticas e desconfianças nos próprios EUA, a exemplo do que já ocorria em diversos outros países, incluindo tradicionais aliados de Washington.
Segundo o jornal "USA Today", os norte-americanos relutam em admitir que ir a uma guerra possa ter sido um erro. Em nenhum momento da Guerra do Golfo, em 1991, registrou-se maioria contrária. Foram necessários mais de três anos de Vietnã para que a parcela dos que censuravam a intervenção se mostrasse maior do que a dos que a apoiavam. Em 1971, quando o presidente Nixon já retirava tropas, ainda cerca de 40% defendiam a guerra.
Segundo pesquisa Gallup, realizada na semana passada, no caso do Iraque a decepção poderá ocorrer de forma inédita. É verdade que 56% dos norte-americanos afirmam que a invasão valeu a pena. A margem de erro da pesquisa, porém, é de 3 pontos, o que permite levantar a hipótese de um quadro de divisão de opiniões. Contribuem para essa leitura alguns sinais enfáticos de insatisfação. Em abril, por exemplo, 80% dos norte-americanos aprovavam a atuação do país no Iraque. Na semana passada eles eram apenas 42%.


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