São Paulo, sexta-feira, 20 de dezembro de 2002

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PAINEL DO LEITOR

Banana gigantesca
"É um verdadeiro escândalo o recente aumento dos vencimentos dos "nobres" deputados. O deputado Severino Cavalcanti (PPB-PE), principal articulador desse absurdo, justifica que a maior parte dos congressistas está pendurada no cheque especial e não poderia viver com o salário de um caminhoneiro. De repente sinto-me como uma caricatura de um palhaço fracassado, que apenas observa as peripécias dos "representantes da nação". Na verdade, eles defendem apenas seus interesses pessoais e dão uma banana gigantesca para o povo trabalhador."
João Paulo Passarelli (São Paulo, SP)

Quartel de Abrantes
"Com o anúncio, ainda que parcial, do ministério de Lula e com as declarações do futuro presidente do Banco Central -de que seguirá à risca a cartilha de Armínio Fraga-, não há dúvida do que realmente mudará no Brasil em 2003: o presidente. Hoje, ele é alto, magro e doutor. Amanhã, será baixo, gordo e sem diploma -exceto o de presidente eleito, como ele mesmo disse na cerimônia de diplomação. Tudo o mais ficará como "dantes no quartel de Abrantes". As promessas de campanha continuarão, como sempre, sendo descumpridas. O povo já sabe o que virá -ou continuará- por aí: taxa de juros, lucros dos banqueiros, desemprego e violência cada vez maiores; crescimento econômico, justiça social e perspectivas de melhoras cada vez menores."
Nelson Xisto Damasceno Filho (Belo Horizonte, MG)

Novo governo
"Em relação às afirmações contidas na coluna "A falta de autocrítica do PT" (Opinião, pág. A2, 18/12), de Fernando Rodrigues, esclareço o seguinte. 1. Sustento tudo o que disse na CPI dos Bancos, cujo relatório é de domínio público. 2. Sustento, como sustentei à época, que todos os indícios de operações especulativas e/ou de vazamento de informação privilegiada teriam de ser investigados em profundidade. Lamentavelmente, o entendimento da CPI, comandada por parlamentares da base do governo Fernando Henrique Cardoso, foi outro. Foi o governo, e não o PT, que preferiu abafar as denúncias que apresentei. 3. No artigo que escrevi para essa Folha em 28/11/99 -que é mencionado pelo colunista-, o que afirmei foi: "Neste episódio, muito mais grave do que a nossa denúncia dos casos Marka e FonteCindam foi o comportamento de grandes bancos internacionais como o Chase Manhatan e o grupo J.P. Morgan e Morgan Garanty Trust, entre outros, que compraram grandes valores em dólar às vésperas da desvalorização e depois dirigiram o ataque especulativo contra o real". O jornalista, além de citar de maneira imprecisa o texto publicado anteriormente, substituiu o nome dos bancos que mencionei por uma inserção de sua própria lavra -"entre os quais o BankBoston'-, induzindo o leitor a uma interpretação equivocada do que eu realmente escrevi. 4. O BankBoston, embora tenha modificado a sua posição no mercado de câmbio à vista, como citei em meu depoimento, não realizou operações relevantes no mercado de títulos cambiais, não obteve ganhos no mercado futuro de câmbio da BMF e não teve fundos de capital estrangeiro com grande lucratividade naquele período (segundo os dados oficiais que pude obter na ocasião). Ou seja, o seu comportamento no episódio da desvalorização do real aparecia como menos contundente -em termos de ganhos especulativos- em comparação com aqueles bancos que, sim, citei explicitamente, destacando a necessidade de uma investigação profunda e abrangente sobre essas instituições estrangeiras."
Aloizio Mercadante, deputado federal -PT-SP (Brasília, DF)

Resposta do repórter Fernando Rodrigues - A expressão "entre os quais o BankBoston" está entre colchetes, formato usado pela Folha para inserir uma explicação que ajuda a compreensão do leitor. Era necessário explicar, pois o deputado sempre incluiu o BankBoston entre as instituições que teriam supostamente se beneficiado da desvalorização do real em 99.

Cultura
"Pela escolha de seu ministro da Cultura, o nosso novo presidente não só patenteia o seu muito restrito conceito de cultura como demonstra o seu profundo conhecimento sobre o uso da velha fórmula "pão e circo para a plebe ignara". Muito lógico. Afinal, para atender a uma população em que quase 40% não sabem ler ou escrever corretamente, um ministro da Cultura em tempo integral seria mesmo algo supérfluo. Daí por que conferir a tarefa a um cantor/compositor de música popular que, nas horas vagas, será ministro. Registro aqui a minha profunda tristeza diante da demagogia e da irresponsabilidade com que são tratadas as coisas da nação."
Elza Maria Naclério Homem Baider (Vinhedo, SP)

FGTS
"Fiquei indignado ao ler a reportagem "Ipea quer reter multas do FGTS" (Dinheiro, pág. B5, 17/12), na qual o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada defende que os 40% da multa sobre o saldo do FGTS vá para um fundo do governo, e não para o trabalhador. Será que há tantas oportunidades de emprego para o trabalhador "pular de galho em galho" como fala o senhor Ricardo Paes de Barros? Será que o trabalhador sério terá de pagar pela minoria? Espero que esse jornal, que é respeitado e confiável, nos mantenha sempre informado sobre esse assunto."
Louis Frederic Fruneaux (Mogi-Guaçu, SP)

Radiobrás
"A propósito do texto "O PT e a tentação da Radiobrás" (Ilustrada, pág. E2, 18/12), gostaria de esclarecer que fui nomeado para a equipe de transição como seu representante para tratar especificamente da área de comunicação social, isto é, para levantar informações relevantes para o diagnóstico do setor. Essa é a razão pela qual, nas últimas semanas, tenho ido com frequência à Radiobrás ou procurado dirigentes não só da Radiobrás mas também da Acerp (Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto-TVE) e de outras assessorias de comunicação do governo. Não se trata, portanto, de nenhuma "tomada de poder", como afirma o texto, mas apenas de uma ação legítima e acertada entre o novo governo e o atual. Aliás de amplo conhecimento no país. Finalmente, reitero que não fui nomeado nem convidado para ser presidente da Radiobrás."
Wilson Thimoteo Júnior, representante designado para preparar o diagnóstico sobre a área de comunicação social na equipe de transição (Rio de Janeiro, RJ)

Boas-festas
A Folha agradece e retribui os votos de boas-festas recebidos de: Mariangela Bordon (São Paulo, SP); Alexandra Guima e Félix C.A. Waig, Divisão de Informações do Escritório Econômico e Cultural de Taipei (São Paulo, SP); Adrian Alexandri, gerente de Comunicação da Anhembi Turismo e Eventos da Cidade de São Paulo (São Paulo, SP); Paulo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical (São Paulo, SP); FGV-EAESP (São Paulo, SP); Alexandre Barros (São Paulo, SP); Felsberg e Associados (São Paulo, SP); Sérgio Ricardo Tannuri (São Caetano do Sul, SP).


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