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São Paulo, sexta-feira, 21 de fevereiro de 2003

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PAINEL DO LEITOR

CNI
"Diferentemente do que a Folha informou na Primeira Página ontem, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) não elogiou o aumento da taxa básica de juros de 25,5% para 26,5%. A CNI divulgou ontem nota à imprensa sobre o assunto. Sua íntegra é: "A elevação da taxa básica de juros da economia de 25,5% para 26,5% foi forte e vai produzir sacrifícios adicionais, com impacto recessivo ao setor produtivo. Monteiro Neto disse esperar que a duração dessas medidas seja de curto prazo, com a retomada do processo de redução dos juros. Para o presidente da CNI, o único aspecto positivo da medida anunciada agora à tarde pelo Banco Central é a demonstração da disposição do governo em não dar trégua à inflação". A reportagem da página B4, assinada por Adriana Mattos, comete outro equívoco quando cita um comunicado da CNI que supostamente mostraria discordância em relação à Fiesp. Distorce o sentido da nota divulgada pela entidade ao afirmar que a CNI considerou "positiva" a elevação dos juros por demonstrar a disposição do governo em não dar trégua à inflação. Infelizmente, minhas declarações foram retiradas do contexto divulgado."
Armando Monteiro Neto , presidente da CNI (Brasília, DF)


Juros
"Em menos de dois meses de governo, pela segunda vez assistimos a uma elevação na taxa de juros, agora para 26,5%, patamar que desaquece ainda mais a economia, preocupa todos os setores, neutraliza a estabilidade do real, favorece o setor financeiro e elimina a possibilidade de crescimento e de desenvolvimento das atividades empresariais. Se queremos cumprir metas de segurança, não podemos viver do medo e do pânico que rondam os mercados, mas, sim, da confiança e da credibilidade interna."
Carlos Henrique Abrão (São Paulo, SP)


Oportunismo eleitoral
"Nunca gostei do deputado Lindberg Farias, principalmente por sua medíocre atuação como presidente da União Nacional dos Estudantes, mas hoje sou obrigado a reconhecer seu importante papel no cenário nacional. Em seu artigo "Palocci caminha para o isolamento" ("Tendências/Debates", pág. A3, 20/2), ele mostra que a população brasileira foi mais uma vez vítima do oportunismo eleitoral. O antigo discurso oposicionista de Lula e do PT agora se revela uma enorme mentira, já que a política econômica adotada pelo atual governo é mero continuísmo da era FHC. É como questionou no mesmo dia o jornalista Clóvis Rossi ("Governo de manual", Opinião, pág. A2): "Será que um partido que se preparou tanto para governar, que fez dossiês sobre praticamente todos os temas da realidade tupiniquim, não tem ao menos uma idéia que não seja seguir cegamente o manual?"."
Flávio Galvão Pereira (Campinas, SP)


INSS
"O Projeto de Reabilitação Profissional do INSS, conhecido como Reabilita e já implantado em 360 agências da Previdência Social, foi assunto de três cartas publicadas neste "Painel do Leitor" (dias 16, 17 e 18 deste mês). A esse respeito, o Ministério da Previdência Social esclarece alguns pontos. O Reabilita prevê a atuação do médico perito como orientador profissional, o que evita a demora no encaminhamento ao programa e a consequente acomodação do segurado à situação de beneficiário. O modelo fixa acordos de homologação com as empresas e parcerias com o Ministério Público do Trabalho para a fiscalização do cumprimento da reserva de vagas ao reabilitado. A diretoria de Benefícios do INSS promove fóruns de discussão do projeto e realiza oficinas para o preparo de pessoal técnico e administrativo das áreas envolvidas nele com o objetivo de otimizar e padronizar os recursos materiais (próteses, por exemplo) do Reabilita. Neste ano, R$ 8 milhões serão empregados na implantação do projeto em mais 300 unidades de atendimento da Previdência Social, o que exige o trabalho de médicos, assistentes sociais, psicólogos, sociólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e enfermeiros. Em 2002, o INSS gastou R$ 5 milhões com o programa e reabilitou 10.706 segurados. O projeto é divulgado no site www.previdenciasocial.gov.br."
Wladimir Gramacho, assessor de imprensa do Ministério da Previdência Social (Brasília, DF)


Banco Central
"No quadro publicado com a reportagem "Autonomia do BC divide a bancada do PT na Câmara" (Brasil, pág. A5, 16/2), meu nome foi incluído no item "sem opinião". O que eu disse, na verdade, é que sou radicalmente contra a independência do Banco Central (dogma da visão neoliberal da economia). Quanto à autonomia, sou aberto à discussão de propostas -como a do Sindicato dos Funcionários do Banco Central, que defende uma autonomia relativa (nos aspectos financeiro e orçamentário da instituição e técnico dos servidores), na qual o BC seria controlado por um conselho monetário ampliado, com a participação de entidades de classe, e pelo próprio Congresso Nacional. Para termos uma posição conclusiva, é preciso que o governo apresente aos parlamentares os parâmetros para esse assunto."
João Alfredo, deputado federal -PT-CE (Brasília, DF)


Venezuela
"Totalmente unilateral a reportagem da Ilustrada de 18/2 sobre a atividade cultural na Venezuela. Dos três ouvidos, um é dirigente de uma das TV privadas que, conforme constatou in loco Clóvis Rossi, é dirigente do movimento golpista e faz cobertura, sem nenhum pluralismo, da vida do país. Outro é um opositor cultural. O terceiro é um membro de uma banda pop que pretende ser equidistante. A reportagem não encontrou ou não procurou ninguém favorável ou independente, mas fortemente crítico da oposição e do papel da grande imprensa? Teria encontrado vários no Fórum Social Mundial ou se se tivesse perguntado aos jornalistas da Folha que estiveram fazendo cobertura na Venezuela. A reportagem foi totalmente inútil se queria dar uma visão de conjunto do tema."
Emir Sader , professor de sociologia da USP e da Uerj (Rio de Janeiro, RJ)


Candidatura
"Sou candidato a sucessor da AES na Eletropaulo nas mesmas condições em que se deu a sua privatização. Recebo um baita empréstimo do BNDES e dou em garantia o próprio bem adquirido. Os lucros produzidos eu remeto para o exterior. Não pago o empréstimo, devolvo a laranja chupada e... bye-bye! Desse jeito compro tudo, até circo pegando fogo. É difícil acreditar que o povo brasileiro admita tão bovinamente ser roubado sem esboçar nenhuma reação. E o Ministério Público e o Banco Central? O que pensam a respeito disso?"
Nelson Xisto Damasceno Filho (Belo Horizonte, MG)


82 anos

"A Folha agradece as mensagens pela passagem de seu 82º aniversário recebidas de: José Viegas Filho, ministro da Defesa (Brasília, DF); Waldir Pires, ministro-chefe da Controladoria Geral da União (Brasília, DF); Augusto Heleno Ribeiro Pereira, chefe do Centro de Comunicação Social do Exército (Brasília, DF); Verena Nygaard, presidente da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (Porto Alegre, RS); Milton Monti, deputado federal PL-SP (São Paulo, SP); Suze Smaniotto e Ângela Cassiano, Accesso - Assessoria de Comunicação (São Paulo, SP).


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