São Paulo, sábado, 21 de fevereiro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PAINEL DO LEITOR

PT no poder
"Na justiça como na política, quem perde o controle ou se apóia em discursos contaminados pela raiva para comprovar seu ponto de vista perde a razão. Foi isso o que senti ao ler o texto de Clóvis Rossi de 18/2 (Opinião), a começar pela infeliz idéia de "aproveitar Fernando Collor de Mello no governo Lula". Por que essa mesma sugestão não foi dada nas diversas ocasiões em que o governo de FHC esteve envolvido em situações muito semelhantes? Teria sido por uma questão de solidariedade tucana? E quanto às acusações de que o governo petista "comete crimes de decoro a cada segundo'? Acho que o senhor Clóvis Rossi deveria formular então a extensa lista de tais crimes cometidos pelo atual governo petista. Quem sabe, assim, poderia provar ao leitor que também não é um homem que se utiliza apenas de metáforas para convencer as pessoas."
Cristina Bôa Nova (São Paulo, SP)

 

"Em sua coluna de 18/2, Clóvis Rossi definiu de maneira objetiva, direta e inquestionável o governo do senhor Luiz Inácio Lula da Silva, assim como, o Partido dos Trabalhadores. Em nome do esplendor do poder, das viagens, do luxo, das mordomias palacianas, dos ternos caros, o presidente abdicou de tudo o que disse em mais de 20 anos de luta. Aliás, acho que ele não perdeu a alma. Ela foi vendida. E o custo disso para nós, brasileiros, será altíssimo!"
Adilson Minossi de Oliveira (Florianópolis, SC)

Caso Waldomiro
"O artigo da professora Marilena Chaui publicado em 18/2 demonstra o quão mal informada (para dizer o mínimo) está a ilustre petista. À parte o seu elogio da reforma da Previdência, que, segundo ela, não retira direitos, o artigo é por si só um elogio da hipocrisia (que parece ser ultimamente a marca registrada de seu partido). Com palavras mais pomposas, ela diz o que Stanislau Ponte Preta dizia com muito mais humor e muito mais claramente: ou mamemos todos, ou mate-se a vaca! O nosso sistema eleitoral é, de fato, falho, mas a corrupção é, antes de tudo, responsabilidade dos corruptos -ativos e passivos."
Wilson Roberto Maluf, professor titular do Departamento de Agricultura da Universidade Federal de Lavras (Lavras, MG)

Taiwan
"Gostaria de tecer alguns comentários em relação à carta do senhor Shang Deliang, conselheiro de imprensa da Embaixada da República Popular da China no Brasil ("Painel do Leitor", 14/2). A questão da determinação do status legal de Taiwan teve seu marco em 1895, quando a China, pelo Tratado de Paz de Shimonoseki, cedeu deliberadamente a ilha, "ad perpetuam", ao Japão, que a colonizou até sua derrota na Segunda Guerra Mundial. Apesar de a China insistir em que Taiwan sempre fora parte de seu território, nem sequer pestanejou ao livrar-se dela e abandonar toda a população taiwanesa à própria sorte, entregando-a aos japoneses. A argumentação de que Taiwan seria um território da China mal pode resistir ao teste dos fatos históricos e da filosofia do direito internacional. Se a pretensão chinesa sobre Taiwan fosse admitida, os russos perderiam a base lógica de sua soberania sobre Okinawa e os mongóis perderiam a de sua própria soberania, porque a Sibéria, Okinawa, a Mongólia e Taiwan foram, historicamente, "parte da China" e, portanto, deveriam ser considerados "territórios chineses". O fato de Taiwan manter relações diplomáticas com cerca de 30 países e de ser reconhecido por eles não implica que os demais entendam que a ilha não exista. Significa apenas que tais Estados e governos não pretendem com ela se relacionar. A determinação do status legal de Taiwan é uma questão que deve ser resolvida pelo povo taiwanês, por meio de um plebiscito, livre e justo, por corresponder ao meio mais pacífico de solução de pendências, mantendo-se conforme à filosofia da ONU. Comparada a 1,3 bilhão de chineses, a população taiwanesa -23 milhões- pode parecer reduzida. Mas o número de habitantes não deve ser condição para que se decida se eles merecem ou não ser respeitados. A utilização de ameaça e chantagem para alcançar um fim espúrio, práticas muito difundidas num passado longevo, não mais subsiste num mundo civilizado do século 21. Pressões e bravatas não deveriam corresponder à tônica de um povo que tem mais de 5.000 anos de história para remediar uma injustiça causada pela China, que entregou Taiwan aos japoneses. A humildade e os gestos amistosos é que deveriam nortear a conduta do continente em relação à ilha."
Poo-Ny, Hwang, advogada, presidente da Associação Jurídica Taiwanesa do Brasil (São Paulo, SP)

Véu
"Excelente o artigo de Luiza Nagib Eluf de 18/2 ("O véu e outras coisas mais", "Tendências/Debates", pág. A3). O filme "Em Nome de Deus" vem enriquecer ainda mais esse debate, que já passava da hora de acontecer. O que se permite praticar em nome de um Deus, em várias sociedades, é um absurdo cuja discussão merece mesmo vir à tona."
Anete Araujo Guedes (Belo Horizonte, MG)

Bombril
"A reportagem "Ex-presidente no país tem prisão decretada" (Dinheiro, pág. B4, 17/2) referiu-se ao executivo Gianni Grisendi como "presidente do Conselho de Administração da Bombril". Mas Gianni Grisendi nada tem a ver com a Bombril. O presidente do Conselho de Administração da Bombril, desde 27 de julho de 2003, é o senhor Valder Viana de Carvalho. A notícia sobre Gianni Grisendi refere-se a outra empresa, a Bombril Holding, que não tem ligação nenhuma com a Bombril. Antigamente, houve ligação entre as empresas, ligação que foi rompida há quase um ano por decisão da Justiça. A Bombril S/A, tradicional fabricante de produtos de limpeza, é dirigida por um administrador judicial, como empresa totalmente independente, tanto da Bombril Holding como dos antigos controladores italianos de seu capital. Pedimos que essa confusão seja evitada também nos títulos, nas quais muitas vezes, por questão de espaço, a Bombril Holding é citada apenas como Bombril. Para o leitor, pode ficar a impressão de que os problemas ocorrem com a empresa mais conhecida, a Bombril S/A."
Carlos Brickmann, assessoria de imprensa da Bombril S/A (São Paulo, SP)

83 anos da Folha
A Folha agradece as mensagens pela passagem de seu 83º aniversário recebidas de: Cosette Alves e João Sayad (São Paulo, SP); Serys Slhessarenko, senadora -PT-MT (Brasília, DF); Arthur Virgílio Neto, senador -PSDB-AM (Brasília, DF); Mozarildo Cavalcanti, senador -PPS-RR (Brasília, DF); Pauderney Avelino, deputado federal -PFL-AM (Brasília, DF); Afanasio Jazadji, deputado estadual -PFL-, vice-presidente da Associação Paulista de Imprensa (São Paulo, SP); Jabes Ribeiro, prefeito de Ilhéus (Ilhéus, BA); José Aristodemo Pinotti (São Paulo, SP); Acesso, Assessoria de Comunicação (São Paulo, SP); Lael Sampaio (São Paulo, SP); Ana Maria Izzo (São Paulo, SP); Silvonei Amaro, jornalista (São Paulo, SP).


Texto Anterior: Wálter Maierovitch: O PT surpreende de novo
Próximo Texto: Erramos
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.