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EMERGÊNCIA CLIMÁTICA
Um estudo de cientistas britânicos e canadenses publicado
na edição desta semana da revista
"Nature" dá mais um passo no sentido de corroborar a tese de que o acúmulo na atmosfera de gás carbônico
e outros gases pode ter relação direta
com mudanças no clima do planeta.
A partir de dados colhidos durante
40 anos por estações meteorológicas, a pesquisa reúne indicações de
que esses gases provocam alterações
na pressão atmosférica na superfície
da Terra. Como a temperatura, a
pressão tem influência sobre os ventos e os padrões pluviométricos.
Embora, segundo os próprios
cientistas, o mecanismo exato do fenômeno ainda esteja por ser explicado, o estudo relaciona mudanças no
clima do hemisfério Norte às variações de pressão, registradas em todos os modelos climáticos em que a
concentração de gases aumenta. No
norte da Europa, a redução da pressão seria responsável pela intensificação das chuvas no inverno, enquanto no sul seu aumento teria efeito inverso, com secas prolongadas.
A pesquisa reforça os argumentos
dos que defendem uma redução urgente na emissão de gases, em especial o CO2, produto da queima de
combustíveis fósseis, notadamente o
petróleo. O Protocolo de Kyoto, acordo internacional destinado a reduzir
essas descargas, só poderá entrar em
vigor quando nações que representem 55% das emissões dos países industrializados o ratificarem.
Até agora, 97 países aderiram ao
tratado, mas eles são responsáveis
por 40,07% das emissões. Os EUA,
que respondem sozinhos por
31,06% das descargas dos países industrializados, se retiraram do protocolo em 2001. A esperança é que a
adesão da Rússia, prevista para este
ano, permita sua implementação.
Não deixa de ser mais uma ocorrência trágica o fato de o governo
norte-americano ter atrasado a aplicação de um acordo que parece fundamental para as próximas gerações
dois anos antes de se lançar à guerra
atual, que teria como um dos objetivos o controle das reservas petrolíferas iraquianas.
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