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ELIANE CANTANHÊDE
Fogo amigo. Amigo?
BRASÍLIA - O PSB acomodou Roberto Amaral no Ministério da Ciência e
Tecnologia e deixou o ex-governador
Anthony Garotinho, do Rio, falando
cobras e lagartos do governo Lula.
O PPS nomeou Ciro Gomes ministro da Integração Nacional, liberando o presidente do partido, Roberto
Freire, para produzir "papers" cobrando um projeto para o governo
Lula. O último deles foi parar nesta
semana no gabinete presidencial.
O PDT instalou Miro Teixeira no
Ministério das Comunicações, enquanto o eterno líder do partido, Leonel Brizola, usa a voz, os gestos e a internet para malhar o governo Lula.
Dá-se, então, que os petistas Babá,
Heloísa Helena e Luciana Genro não
estão conseguindo brilhar sozinhos
na oposição, pois dividem espaço
com líderes "aliados". José Aníbal e
Jorge Bornhausen que se cuidem,
porque até agora não passam de
"oposição moderada".
Dizem as más línguas que o trunfo
do governo e do PT contra o "fogo
amigo" está concentrado na Casa Civil, onde, aliás, o presidente do PT,
José Genoino, tem ido muito ultimamente. A bem da verdade, são aqueles 30% de cargos ainda disponíveis e
que o PMDB disputa a tapa.
A esta altura, e também pela personalidade e pelo interesse de cada um,
cargos não seguram as críticas de políticos muito experientes como Brizola e Roberto Freire. Também já não
seriam suficientes para Garotinho,
que tem sido sistematicamente provocado, cutucado, irritado pelo governo. Especialmente por Dirceu.
Assim, la nave va. Enquanto Dirceu
se esfalfa para segurar o PMDB, o PT
mantém bolsões ameaçadores, e os
partidos aliados parecem bem divididos entre fiéis e infiéis -ou críticos.
É por isso que, entre um jantar e
outro com os peemedebistas, Dirceu e
Genoino tratam de dar amendoins à
turma mais governista do PPS, do
PDT e do PSB. Por enquanto ela (essa
turma) é maioria. Mas, dependendo
de como o governo e a economia caminhem, podem rapidamente se
transformar em minoria. Em política, como em saúde, é melhor prevenir
do que remediar.
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