São Paulo, quarta-feira, 21 de maio de 2008 |
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ANTONIO DELFIM NETTO Grau de investimento
A PROMOÇÃO da economia
brasileira, do mais elevado
"rating" da agência Standard & Poor's entre as classificadas
como aplicações "especulativas"
para o mais baixo "rating" das classificadas como aplicações de "investimento", era esperada havia algum tempo. O Brasil inicia uma caminhada que, se não ocorrer uma
tragédia, acabará no último degrau
da virtude, que é o "rating" AAA.
Apenas como "memória", registramos o crescimento dos mesmos países no período 1971-80, quando a primeira crise do petróleo destruiu o equilíbrio interno e externo de todos os emergentes que dependiam fortemente da sua importação. É bom lembrar, também, que o Brasil foi o primeiro deles a restabelecer o equilíbrio externo (1984), com uma imensa desvalorização cambial e uma profunda recessão. Infelizmente, a nossa dívida só foi renegociada em 1994, o que atrasou o aproveitamento daquele fato. A verdade é que nunca deixamos de melhorar nossas instituições com a inteligente superação do regime autoritário e sua consolidação na Constituição de 1988. Quando olhamos para a China (que a S&P classifica como o "rating" A) e para a Índia (que já tem há algum tempo o nosso mesmo "rating" BBB-), não podemos deixar de reconhecer algumas vantagens. Temos autonomia energética e alimentar (que elas não têm) e temos um regime político aberto (a Índia também). Não temos os problemas lingüísticos étnicos, religiosos e de fronteiras que praguejam aqueles sociedades. Já estamos urbanizados e temos uma densidade demográfica razoável. Mesmo em matéria de inflação, levamos hoje uma pequena vantagem, com a chinesa andando às voltas de 9%, a indiana, em torno de 6% e a nossa, em 5%. Isso mostra que devemos nos alegrar, mas não levar muito a sério o carimbo das agências de "ratings", porque elas não têm quem lhes dê o seu "rating". Temos crescido pouco por culpa e obra dos governos que deixaram de pensar o Brasil 25 anos à frente! contatodelfimnetto@uol.com.br ANTONIO DELFIM NETTO escreve às quartas-feiras nesta coluna. Texto Anterior: Rio de Janeiro - Ruy Castro: O problema do onde Próximo Texto: Frases Índice |
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