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PAINEL DO LEITOR
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Impostos
"O governo tem dinheiro para
criar o Fundo Soberano -que, segundo alguns, é "subsídio para os ricos'- e não tem dinheiro para a
emenda 29 da saúde, que "atende
aos mais pobres". E vem querer ressuscitar o imposto da CPMF?"
TANIA TAVARES (São Paulo, SP)
Lavagem de dinheiro
"Aparentemente inovador e de
acordo com os anseios da sociedade, o projeto de lei que cria uma nova Lei do Crime de Lavagem de Dinheiro é um tremendo retrocesso.
Os três pontos principais de tal
texto são os seguintes: (i) abolição
do rol de crimes antecedentes que
dão origem ao recurso financeiro
lavado, (ii) aumento de pena e (iii)
acesso, sem autorização judicial,
aos dados cadastrais do acusado.
Com eles, todos nós estamos sujeitos ao absurdo e draconiano caso
prático: uma pessoa furta um frasco
de xampu importado e o revende
por R$ 15. Tal valor é então depositado em sua conta corrente. Segundo a nova lei, tal pessoa estaria sujeita a uma pena de até 18 anos de
prisão (muito superior à pena de
homicídio, por exemplo) e ainda teria seu sigilo bancário e cadastral
quebrado sem autorização judicial.
Tal inovação legislativa, exemplo
do que chamamos de "legislação de
pânico", é exatamente do que não
precisamos para tentar conter a
crescente criminalidade no país."
AUGUSTO DE ARRUDA BOTELHO, advogado criminalista, diretor do Instituto de Defesa do Direito de
Defesa (São Paulo, SP)
Educação
"Em relação ao artigo de Gilberto
Dimenstein de 18/5 ("O mistério do
câncer", Cotidiano), informo que a
prova do Saresp foi aplicada na Escola de Aplicação da USP no final
do ano letivo de 2007, quando a
maioria dos alunos presentes era
constituída dos que estavam em recuperação, não representativa da
totalidade.
Nossos alunos alcançaram médias superiores às registradas no
Estado; o cálculo do Idesp, atribuindo pequeno peso ao grupo com
"desempenho avançado", contribuiu para o índice. No Enem-2007,
alcançamos a melhor nota entre as
escolas públicas de ensino regular
da capital. Diferentemente das particulares e mesmo de outras escolas
de aplicação do país, a nossa não
realiza exame seletivo para a admissão, optando por sorteio público entre os inscritos.
Quanto a "não ser uma escola de
periferia", é importante destacar
que parte significativa dos alunos
origina-se de famílias de baixa renda; 1/3 recebe auxílio da universidade para continuar na escola.
Um dos desafios da instituição é
garantir oportunidades de desenvolvimento amplo a todos os seus
alunos, independentemente das
suas condições econômicas ou
culturais.
Não atribuí à falta de professores
o desempenho da instituição. Muitos problemas enfrentados são similares aos das demais escolas
diante do desafio de tornar o conhecimento, social e historicamente construído, acessível e estimulante para as crianças e adolescentes do século 21."
VANDERLEI PINHEIRO BISPO, diretor da Escola de
Aplicação da Faculdade de Educação da USP (São
Paulo, SP)
Justiça espírita
"A respeito da reportagem de anteontem no caderno Cotidiano,
ocorreram-me umas perguntas:
1) quem atestará a autenticidade
de uma mensagem alegadamente
psicografada?; 2) como a parte contrária poderá questionar algo constante de um testemunho psicografado?; 3) onde e quando ocorrerá a
psicografia? no tribunal ou no centro espírita? em dia e hora estipulados pelo juiz ou na ocasião que o espírito testemunha julgar adequada?; 4) como ficam as partes cuja
convicção não seja espírita?"
MIGUEL ZWI (Campinas, SP)
"A propósito da espiritualização
do Judiciário, eu pergunto: e se Satanás resolvesse intervir nos tribunais em favor dos assassinos, corruptos, politiqueiros, ladrões, estupradores...? Seria ouvido?
O "gênio do mal" poderia recorrer
ao contraditório, ou seja, ao direito
de defesa em favor desses seus sinistros pupilos?"
TÚLLIO MARCO SOARES CARVALHO
(Belo Horizonte, MG)
"A comissão provisória coordenadora da Associação Jurídico-Espírita do Estado de São Paulo esclarece que a doutrina espírita aceita o
fenômeno mediúnico como fato natural, evidenciado por inúmeros
acontecimentos e obras literárias
de domínio público, além do consubstanciado por Allan Kardec em
"O Livro dos Médiuns".
Quanto ao uso da psicografia como meio de prova, cumpre registrar
que o atual sistema jurídico brasileiro não veda o uso de documentos
produzidos por psicografias, porque faz referência a qualquer documento, em sentido amplo, imperando o livre convencimento do
juiz na aceitação da prova.
Entretanto, a AJE-SP, por estar
em sua fase de estruturação administrativa e legal, não discutiu e não
se posicionou sobre a questão relativa à utilização de cartas psicografadas como meio de prova em processos judiciais.
A entidade não foi fundada para
fazer apologia de tal questão, mas a
discutirá e a estudará à luz da doutrina espírita e do ordenamento jurídico, como toda e qualquer outra
questão polêmica, sempre com o rigor científico, filosófico e moral
inerente ao espiritismo."
TIAGO CINTRA ESSADO, promotor de Justiça, coordenador da comissão provisória
(Ribeirão Preto, SP)
Zélia Gattai
"Tão lamentável como a perda da
escritora Zélia Gattai foi a indiferença e a falta de reconhecimento
com que este "Painel do Leitor" tratou a sua morte, sem ao menos publicar uma mensagem de consideração e respeito a uma das grandes
memorialistas do Brasil."
FILIPE LUIZ RIBEIRO SOUSA (São Carlos, SP)
Controladoria Geral
"Ao contrário do que vem informando a coluna "Painel" (Brasil,
pág. A4) em sucessivas notas, nos
últimos dias, a Controladoria Geral
da União não faz e nunca fez classificação de despesas protegidas por
sigilo. Essa providência é de competência de cada órgão do governo
federal que trabalha com esse tipo
de despesa.
O ofício encaminhado por esta
CGU, em janeiro, ao Banco do Brasil, restringiu-se a comunicar ao BB
quais órgãos têm despesas protegidas por sigilo e a pedir que o bloqueio dessas informações fosse feito na origem, ou seja, desde o banco, antes de seu encaminhamento à
CGU (para divulgação no Portal da
Transparência), de forma a evitar o
trânsito desnecessário dessas informações.
Clara evidência de que não há nenhuma interferência da CGU nessa
questão é o fato de que as alegadas
alterações teriam ocorrido entre fevereiro e abril, enquanto o mencionado ofício da CGU ao Banco do
Brasil data de janeiro, como informa o próprio "Painel"."
PEDRO FORMIGLI, assessoria de comunicação da
CGU (Brasília, DF)
Luta armada
"Em relação ao artigo "Falácias
sobre a luta armada na ditadura"
("Tendências/Debates", 19/5), de
Marco Antonio Villa, gostaria de
perguntar por que o PCB não é lembrado no seu esforço para resgatar o
"estatuto histórico dos responsáveis
pela derrocada do regime militar'?
É sempre assim. Quando os comunistas acertam e lutam pelas liberdades democráticas, "historiadores", em especial, os esquecem.
Por terem escolhido uma estratégia que os levou a lutar, nos bairros,
nas comunidades de base, nos sindicatos, no MDB, no movimento feminista, no movimento pela anistia, junto com as demais forças de
resistência, entre elas vários grupos
que haviam anteriormente optado
pela luta armada, o PCB foi massacrado, do Oiapoque ao Chuí. O saldo
do horror foram muitos mortos, desaparecidos e torturados.
Só na semana em que o jornalista
Vlado foi assassinado, em São Paulo, éramos 95 presos: operários, sindicalistas, médicos, arquitetos, estudantes, jornalistas, todos militando pela reconquista da democracia.
Mais importante do que apontar
as "falácias" é contar a história como
ela foi, por inteiro. A reconquista da
democracia foi a luta de milhões. E
também do PCB e das organizações
que anteriormente optaram pela
luta armada."
MARISE EGGER-MOELLWALD (São Paulo, SP)
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