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São Paulo, segunda-feira, 21 de julho de 2003

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PAINEL DO LEITOR

Carro do trabalhador
"Nos anos 50, o Brasil fez a opção errada de incentivar a indústria automobilística em vez de investir em ferrovias e transporte coletivo nos grandes centros urbanos. E agora, passados 50 anos, vem nosso ministro do Trabalho com essa péssima idéia do carro do trabalhador.
A construção de ferrovias e de metrôs nos grandes centros, por envolver obras civis, gera muito mais empregos do que a indústria automobilística e traz as vantagens que o transporte coletivo tem sobre o individual."
Victor Hargrave Alves da Silva (Campinas, SP)

Previdência e juízes
"O relatório apresentado sobre a reforma previdenciária provocou a perda do senso jurídico em alguns membros do Ministério Público e da Magistratura, que, de forma injustificada, passaram a pregar greve de seus agentes.
Primeiro, não há que se falar em greve de agentes políticos. Segundo, o subteto imposto pela PEC (Proposta de Emenda Constitucional), caso seja aprovado da forma que está, é totalmente inconstitucional. Fere o direito adquirido, ante a impossibilidade jurídica de se reduzirem vencimentos. Depois, desorganiza a hierarquia dos membros do Poder Judiciário prevista na Constituição."
Luis Donizeti Delmaschio (São José do Rio Preto, SP)
 

"É decepcionante ver leitores como o advogado Rodrigo Martinelli Reis ("Painel do Leitor", pág. A3, 19/7) criticando as atitudes do Judiciário diante da reforma da Previdência. O termômetro que mede uma democracia forte consiste em termos um Poder Judiciário independente, que possa fazer justiça. As prerrogativas que os magistrados defendem não são fisiologismo, e sim vantagens inerentes ao cargo. Tirar essas vantagens seria enfraquecer o Poder Judiciário e, consequentemente, colocar em risco a segurança jurídica de todo o país."
Cláudio Faria Leite (Divinópolis, MG)

Governo petista
"O ministro do Trabalho, Jacques Wagner, comenta o nível de desemprego afirmando que o alarme é maior que o drama. Alguns expoentes petistas, entre eles o presidente da Câmara, João Paulo Cunha, afirmaram, sem constrangimento, que fizeram oposição (leia-se boicote) apenas para chegar ao poder.
A infantaria do partido, durante o governo FHC, falava em 50 milhões de pessoas abaixo da linha da pobreza. Agora fala em 20 milhões. Os petistas criticavam também o ex-presidente por viajar demais e agora vêem razões de sobra para o atual viajar muito mais. O PT é o partido do bode na sala."
Hermínio Silva Júnior (São Paulo, SP)
 

"Ou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mostra sinais claros de mudança ou, tentando governar segundo os parâmetros da direita, corre o risco de ver voltar ao poder quem governa de maneira direitista com conhecimento de causa. Não foi para continuar a fazer o que vinham fazendo que elegemos Lula.
Queremos principalmente baixa nas taxas de juros, estímulo à produção e taxação da especulação. Se quiséssemos manter tudo como estava, tínhamos alternativas para isso. Lula foi eleito para promover mudanças."
Lázaro Curvêlo Chaves (São José do Rio Pardo, SP)
 

"Tenho lido quase todos os dias críticas e mais críticas ao governo. Gostaria de lembrar que este país levou 500 anos para ir ao fundo do poço. Agora, em seis meses, querem que o governo resolva tudo? Vamos criticar, mas vamos ter coerência.
Tenho ouvido certas figuras carimbadas, até ontem grudadas nas engrenagens da máquina, achando-se no direito de criticar isso ou aquilo. Não tiveram tempo de resolver?
Agora, todo mundo tem a fórmula mágica. Por que não a usaram quando estavam no poder?"
Wanderlei José Fernandes (São Paulo, SP)

Agências reguladoras
"No artigo sobre as agências reguladoras ("Voltar ao modelo estatista e fisiológico?", "Tendências/Debates", pág. A3, 19/7), o deputado Alberto Goldman parece falar de outro país ou então eu vivo em outro Brasil. Não me recordo de "exaustivas discussões no Congresso com ampla participação dos diferentes segmentos da sociedade" para a criação de tais agências.
O que conheço da atuação das agências aparece nas minhas contas telefônicas e de energia elétrica, o que, convenhamos, não é nada animador.
Penso que as agências reguladoras são importantes, mas é preciso fazer alterações em seu funcionamento, pois atualmente são tão autônomas e independentes que abdicaram de suas responsabilidades para com a sociedade e priorizaram os interesses privados."
Fabiana Tambellini (São Paulo, SP)

Salário de políticos
"É inaceitável que o dinheiro de nossos impostos seja usado para pagar três salários a cada parlamentar pela convocação extraordinária do Congresso.
Como brasileiro e contribuinte, vibrei ao ler no "Painel" de 7/7 (pág A4), na nota "Fogo cruzado" , que alguns deputados abriram mão da verba da convocação extraordinária. São sempre alentos para que não percamos as esperanças em um Brasil melhor."
Luiz Carlos Pereira (Aparecida do Taboado, MS)

Documento do PSDB
"Causou estranheza afirmação feita na reportagem "PSDB ironiza espetáculo da recessão" (Brasil, pág. A8, 18/7) de que o documento de análise produzido pelo PSDB "não é assinado por nenhum integrante do partido". Ora, um evento praticado na liderança do partido no Senado, [um documento] lido pelo presidente José Aníbal, que tinha ao seu lado os dois líderes nas duas casas do Congresso, cujas cópias foram distribuídas em papel timbrado e estão no site do partido (www.psdb.org.br) nos parece suficientemente assinado.
Gostaríamos ainda de, só a titulo de esclarecimento, lembrar que os dados divulgados relativamente ao governo Fernando Henrique, na mesma reportagem, omitiram apenas que o país -como o resto do mundo- sofreu os efeitos do 11 de Setembro, agravados com a trágica crise econômica que se abateu sobre a Argentina, além dos efeitos dos sobressaltos com a sucessão presidencial. Nenhum desses fatores ocorrem agora que tenham influído no período por nós analisado."
Antonio Melo, Assessoria de Comunicação do PSDB (Brasília, DF)

Prefeitura
"Em duas edições da semana passada, a Folha dá mais uma demonstração da diferença de tratamento dispensado à prefeita Marta Suplicy em comparação com demais governantes. No dia 15, ao referir-se à ação do governo do Estado, o jornal publica "SP anuncia suspensão de entrega de leite" (Cotidiano, pág. C5), e não "Tucano suspende a entrega de leite".
O título publicado não menciona nem o partido nem o governador. No dia 16, no entanto, a Folha noticia: "Petista propõe reduzir ISS em 40%" (Cotidiano, pág. C3), na mesma página em que o nome da prefeita abre outro título.
A Folha deveria ter uma postura equânime ao tratar os chefes de Executivo, sob pena de macular a credibilidade e a imparcialidade, atributos indispensáveis ao bom jornalismo."
José Américo Dias, secretário municipal de Comunicação e Informação Social (São Paulo, SP)


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