São Paulo, terça-feira, 22 de fevereiro de 2005

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PAINEL DO LEITOR

Transportes
"Gostaria de manifestar minha estranheza em relação à reportagem do jornalista Alencar Izidoro intitulada "Ônibus intermunicipal não terá bilhete único" (Cotidiano, 17/2), que acabou suscitando o editorial "Transporte integrado" (21/2). O repórter fez a cobertura da audiência pública para a licitação referente à concessão das linhas intermunicipais da Grande São Paulo e deixou de prestar um importante serviço, pois não explicou quais as mudanças e os benefícios que a concessão trará aos usuários do sistema. Além disso, a reportagem não deixou claro para o leitor aspectos importantes. O título da reportagem transmite uma idéia equivocada de que o bilhete único nunca será estendido aos ônibus intermunicipais. Em entrevista, afirmei que haverá integração do bilhete único com os ônibus intermunicipais. No quinto parágrafo, a reportagem diz que "a inclusão do sistema de ônibus da EMTU poderá ser negociada a partir de 2007", informação que não foi transmitida na entrevista (gravada pela assessoria de imprensa da Secretaria dos Transportes Metropolitanos). Ainda sobre a integração com os ônibus metropolitanos, o jornalista utiliza uma declaração sem contextualizá-la quando diz: "Querer abraçar o mundo não dá. Vamos implantar a integração? Vamos, com metrô e CPTM até dezembro. Se eu fosse esperar, iria levar mais uns dez anos". Na realidade, durante a entrevista, foi explicado que, após resolver a questão da integração do bilhete único ao metrô e à CPTM, começaremos a pensar na inserção metropolitana e vamos tratar o assunto com 38 municípios que têm legislações municipais diferentes. Além disso, o texto não explica que a bilhetagem eletrônica já está sendo implantada nos ônibus intermunicipais da região metropolitana de São Paulo, conforme foi dito na entrevista. A reportagem também passa uma idéia equivocada ao afirmar que a licitação do transporte intermunicipal da Grande São Paulo será feita depois de uma "pressão da Promotoria". A entrevista deixou claro que os trabalhos para providenciar a licitação referente à concessão do sistema metropolitano de ônibus tiveram início em julho de 2004, três meses antes de a Secretaria dos Transportes Metropolitanos ser acionada pelo Ministério Público. Em relação ao reajuste anual da tarifa, o texto também omitiu uma informação importante para o usuário dos ônibus intermunicipais: após a concessão, a definição da tarifa continuará sendo da competência do governo do Estado, que poderá não autorizar anualmente o reajuste da passagem, dependendo do resultado da avaliação das planilhas de custos das empresas de ônibus."
Jurandir Fernandes, secretário de Estado dos Transportes Metropolitanos (São Paulo, SP)

Resposta do repórter Alencar Izidoro - O secretário afirmou na entrevista que não é possível apostar na inclusão dos ônibus da EMTU no bilhete único até 2006 e que, por ser um processo "mais longo", ela poderia ser negociada nos próximos anos. A licitação das linhas intermunicipais -exigida por lei- teve seus primeiros decretos publicados em 1998, mas até hoje não saiu do papel e deve ter seu edital publicado quase seis meses depois de a secretaria ter sido acionada pelo Ministério Público.

Usina de Angra
"O professor Rogério Cezar de Cerqueira Leite foi feliz em seu artigo, publicado no último dia 3 ("O conflito de Angra 3 não serve a ninguém", "Tendências/Debates'), ao afirmar que o conflito em torno da retomada da construção de Angra 3 não serve ao país. O desenvolvimento da tecnologia nuclear no Brasil é uma questão de Estado, em que se devem considerar a preservação da capacitação tecnológica adquirida nos últimos 20 anos e a possibilidade de viabilizar a indústria nuclear. Ao contrário do que afirmou o professor, porém, o projeto de Angra 3 não tem uma tecnologia obsoleta. O reator pertence ao grupo de geração 2, o mais moderno em operação. Em janeiro de 2004, foi iniciada a construção do primeiro reator de geração 3, a usina TVO, de 1.500 megawatts, na Finlândia. Os reatores de geração 4 estão ainda em fase de estudo e entrariam em operação após 2030. A afirmativa de que a usina não agregará novos conhecimentos carece de solidez. Angra 3 será importante para nos desenvolvermos em sistemas que ainda não dominamos. Não usufruir da capacitação adquirida com as usinas em operação no desenvolvimento dos novos projetos seria uma insensatez, pois resultaria em perda de tempo e de dinheiro, além do risco de inviabilizar esse setor no Brasil."
Edson Kuramoto, presidente da Associação Brasileira de Energia Nuclear - Aben (Rio de Janeiro, RJ)

Educação
"Basta alguém tecer algum comentário crítico sobre a qualidade do ensino da escola pública que lá vem o governo do Estado de São Paulo enaltecer o seu feito na área, dando bônus aos professores e acesso à internet nas escolas, construindo mais salas de aulas ,valorizando a figura do profissional de ensino e blablablá. O governo só não explica como pode um aluno passar seis anos na escola e não aprender absolutamente nada. Quando os profissionais que comandam a educação neste país descerem de seus luxuosos gabinetes e fizerem uma entrevista simples com um aluno da 5ª ou da 6ª série do ensino fundamental, ficarão horrorizados com a realidade. Aí, quem sabe, eles percebam que alguma coisa tem de ser feita urgentemente. Aprovar o aluno que não sabe absolutamente nada é simplesmente exportar estatísticas."
Gilberto Ribeiro da Silva (Carapicuíba, SP)

Folha, 84
"Na comemoração dos 84 anos da Folha, nossos votos são que o jornal continue com a mesma força jovem e aguerrida, oferecendo diariamente ao Brasil a contribuição de seu jornalismo cívico." Mario Ernesto Humberg e Helio Cerqueira Júnior, coordenadores-gerais do PNBE -Pensamento Nacional das Bases Empresariais (São Paulo, SP)
 

"Parabéns à Folha.
Nestes 84 anos de existência, a direção do jornal, ao lado de seus funcionários e colaboradores, soube conduzir com credibilidade, competência e imparcialidade esse que é o maior jornal do Brasil. Sucesso!" José Barbosa Coelho, presidente da Câmara Municipal de Osasco (Osasco, SP)
 

"Desejamos aos colaboradores da Folha muitas felicidades e agradecemos pelos relevantes serviços prestados ao povo brasileiro nesta passagem dos 84 anos."
Henry Katayama (São Paulo, SP)

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