São Paulo, sábado, 22 de junho de 2002

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FERNANDO RODRIGUES

Alianças de Lula e de Serra

BRASÍLIA - A fase de construção dos alicerces das candidaturas presidenciais termina no dia 30 deste mês. Até lá, pela lei, os partidos terão de fechar as alianças e os apoios nos Estados e no plano nacional.
Nesta etapa da disputa, dois candidatos têm levado ampla vantagem sobre os demais na eleição presidencial. José Serra (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) devem entrar no mês de julho com arcos de apoio mais amplos do que os de seus adversários.
É difícil saber qual dos dois está mais bem colocado no campo das alianças. Só será possível observar com mais precisão quando a campanha eleitoral começar de fato -e as promessas puderem ser, ou não, convertidas em apoio de fato.
Tome-se o caso do tucano. Formalizou uma aliança entre o PSDB e o PMDB. Juntas, essas duas siglas terão o maior tempo de propaganda de TV na campanha presidencial.
Aparentemente, não faltarão fundos para o candidato José Serra -a julgar pela convenção nacional do PSDB, realizada no sábado passado. Dava para sentir o cheiro do dinheiro no local dada a riqueza da festa.
Apesar desse esforço, Serra continua na casa dos 20% nas pesquisas. O apoio real das seções estaduais do PMDB está atrelado ao desempenho do candidato. Sem melhora real até o final de julho, haverá defecções.
No caso de Lula, vale o mesmo raciocínio. A aliança arrancada a fórceps com o PL terá serventia prática se o petista conseguir se manter na faixa dos 40% nas pesquisas.
Não foi por ideologia que os liberais (sic) se aliaram aos petistas. Apenas enxergaram ali uma perspectiva de poder. Se Lula despencar, o apoio minguará. É impossível prever se o petista ficará nos seus confortáveis 40% enquanto a economia se liquefaz e o PT enfrenta o escândalo do caixa dois em Santo André.
Até agora, ao que parece, Lula não foi abalado. Mas esta será uma campanha suja. Se uma onda não pega, logo vem outra. E essa máxima vale para o petista e para o tucano.


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