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FERNANDO RODRIGUES
Alianças de Lula e de Serra
BRASÍLIA - A fase de construção dos alicerces das candidaturas presidenciais termina no dia 30 deste mês. Até
lá, pela lei, os partidos terão de fechar
as alianças e os apoios nos Estados e
no plano nacional.
Nesta etapa da disputa, dois candidatos têm levado ampla vantagem
sobre os demais na eleição presidencial. José Serra (PSDB) e Luiz Inácio
Lula da Silva (PT) devem entrar no
mês de julho com arcos de apoio mais
amplos do que os de seus adversários.
É difícil saber qual dos dois está
mais bem colocado no campo das
alianças. Só será possível observar
com mais precisão quando a campanha eleitoral começar de fato -e as
promessas puderem ser, ou não, convertidas em apoio de fato.
Tome-se o caso do tucano. Formalizou uma aliança entre o PSDB e o
PMDB. Juntas, essas duas siglas terão
o maior tempo de propaganda de TV
na campanha presidencial.
Aparentemente, não faltarão fundos para o candidato José Serra -a
julgar pela convenção nacional do
PSDB, realizada no sábado passado.
Dava para sentir o cheiro do dinheiro
no local dada a riqueza da festa.
Apesar desse esforço, Serra continua na casa dos 20% nas pesquisas.
O apoio real das seções estaduais do
PMDB está atrelado ao desempenho
do candidato. Sem melhora real até o
final de julho, haverá defecções.
No caso de Lula, vale o mesmo raciocínio. A aliança arrancada a fórceps com o PL terá serventia prática
se o petista conseguir se manter na
faixa dos 40% nas pesquisas.
Não foi por ideologia que os liberais
(sic) se aliaram aos petistas. Apenas
enxergaram ali uma perspectiva de
poder. Se Lula despencar, o apoio
minguará. É impossível prever se o
petista ficará nos seus confortáveis
40% enquanto a economia se liquefaz e o PT enfrenta o escândalo do
caixa dois em Santo André.
Até agora, ao que parece, Lula não
foi abalado. Mas esta será uma campanha suja. Se uma onda não pega,
logo vem outra. E essa máxima vale
para o petista e para o tucano.
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