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São Paulo, domingo, 22 de junho de 2003

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PAINEL DO LEITOR

Universidade
"Parabenizamos o reitor da Unicamp, Carlos Henrique de Brito Cruz, por seu corajoso e lúcido artigo "A universidade pública e a Previdência" ("Tendências/ Debates", pág. A3, 20/6). Seduzida, ainda, pelas promessas e esperanças do governo Lula, a opinião pública não percebeu que se prepara a desqualificação dos servidores e o desmanche do serviço público, principalmente no campo da educação e da pesquisa -o que, é claro, compromete qualquer projeto de futuro. Fazendo justiça aos professores universitários, Brito Cruz desmonta com competência a demagogia barata do discurso governamental, defende a dignidade dos professores e alerta para as consequências nefastas da "reforma". Precisamos, urgentemente, de centenas, de milhares de manifestações como essa."
Laymert Garcia dos Santos e Stella Senra
(São Paulo, SP)

Planejamento familiar
"Não vejo nenhum de nossos governantes preocupado em traçar uma estratégia para promover o controle de natalidade entre as camadas mais pobres da população. Estão apenas preocupados em prover alimentos e em gerar uma renda simbólica, ou seja, cuidam da consequência, e não da causa. É fato que os casais que mais têm filhos são justamente aqueles que têm menos condições de criá-los. Trazem ao mundo pessoas que não terão perspectivas, que serão incorporadas a um exército de mão-de-obra não qualificada de desempregados e que serão pais de crianças sem futuro. Conscientização e incentivo ao planejamento familiar deveria ser um objetivo nacional. Ou será que há interesse em manter a população carente em constante crescimento?"
Luis Carlos Ferreira
(São Paulo, SP)

Rapidez
"O governador Geraldo Alckmin apresentou projeto de lei para a cobrança de 5% de contribuição previdenciária dos funcionários públicos do Estado de São Paulo e nossos queridos deputados aprovaram-no rapidamente, sem a menor chance de que fosse discutido com a sociedade. Tamanha rapidez nós só vemos na época que os deputados votam o aumento dos seus próprios vencimentos. Por que eles não votam tão rapidamente leis que melhorem as condições da saúde e da educação no Estado? Por que não votam um aumento salarial para os funcionários públicos, que estão há oito anos sem aumento? Por que não se preocupam com a melhoria dos hospitais e das escolas públicas do Estado? Os deputados deveriam ser ágeis para minimizar o problema dos milhares de desempregados com projetos de requalificação profissional e com a realização de concursos públicos nas diversas áreas carentes."
Sandro Cunha dos Santos
(Ribeirão Preto, SP)

Suprema Corte
"Após ler com entusiasmo a reportagem "Kirchner muda nomeação de juízes" (Mundo, pág. A10, 20/6), senti que há de fato interesse de governantes em "passar a limpo" a história de seus países. Seria de bom alvitre que o mesmo ocorresse com o nosso mandatário supremo, Luiz Inácio Lula da Silva. Como seu eleitor, sou partidário das reformas até então pretendidas, mesmo sabendo que serei "tosquiado" em mais um percentual no meu parco salário de aposentado no serviço público -haja vista a estagnação que ocorre nos vencimentos dessa área desde a era FHC. Mas é bom que se esclareça que tal estagnação não contempla aqueles que legislam em causa própria, magistrados, membros de tribunais etc. etc. É chegado o momento de adotar atitudes como a de Kirchner, pela qual "(...) os ministros do Supremo serão escolhidos por tempo de serviço, competência e ética, e não mais por indicação política do presidente da República".
Richard Davies
(Contagem, MG)

Direita truculenta
"O presidente nacional do PT, José Genoino, tem razão em temer o ressurgimento da direita truculenta ("Críticas de aliados fortalecem extrema direita, diz Genoino", Brasil, pág. A8, 20/6). Mas, se isso acontecer -e ao contrário do que ele diz-, a culpa será da própria cúpula petista, que, avocando para si o domínio da verdade absoluta, não admite críticas e pune os próprios membros do partido que lhe cobram coerência."
Odilon O. Santos
(Marília, SP)

Economia real
"Em vez de adequar a política monetária às necessidades da economia real, o governo, ingênuo, caiu no truque "da meta de inflação" como pilar de sustentação da política monetária. Pior: entrou na "jaula de ferro" de metas de inflação baixíssimas. Se fosse sábio, o governo teria apurado o índice de sacrifício que decorre da perda de produção, de emprego e de competitividade e da concentração de renda devido à estipulação de uma meta de inflação tão baixa como a vigente. Para um país com as carências do Brasil, um nível de inflação de até 15% tem custos econômicos desprezíveis e permite a retomada da atividade econômica."
Luiz Mariano de Campos
(Rio de Janeiro, RJ)

Anteriores
"Presidente e governantes anteriores não têm nenhuma moral para questionar Lula. O que fizeram durante anos foi destruir a maioria dos micro e pequenos empresários, impor salários de fome para a maioria da população, arruinar o emprego e fazer o país ser ainda mais dependente do capital financeiro nacional e internacional."
Jair Munhoz
(Indaiatuba, SP)

Sem efetivo
"Com certeza, se existisse o policiamento comunitário -com policiais fazendo rondas a pé 24 horas por dia-, o assassinato da analista de sistemas em Botafogo não teria ocorrido. Na rua Lauro Muller e adjacências, já tivemos, durante curto período de tempo, há três anos, esse tipo de policiamento. A criminalidade, os furtos de veículos e o uso de drogas praticamente desapareceram. Só não entendemos por que esse tipo de policiamento foi suspenso aqui e nunca mais voltou. Há muitos anos as associações de moradores lutam ferrenhamente pela implantação do policiamento comunitário, que é uma forma de policiamento preventivo, amigo e parceiro dos moradores e comerciantes. Uma polícia que, por ser preventiva, tem uma cara amiga. Mas a resposta dos comandantes dos batalhões nas repetitivas -e por isso já cansativas- reuniões dos conselhos comunitários de segurança é sempre a mesma: "Falta efetivo".
Abílio Tozini, presidente da Alma -Associação de Moradores da Lauro Muller e Adjacências
(Rio de Janeiro, RJ)


"Hoje, com certeza, milhares de brasileiros estão-se perguntando: "Quantas pessoas mais terão de perder suas vidas para que nossos governantes se conscientizem da necessidade de tomar atitudes drásticas contra a violência?". Estamos vivendo uma guerra civil não declarada, e o exemplo mais recente é o caso dos militares que faziam a segurança do filho do presidente. Até quando seremos vítimas de bandidos? Até quando teremos de conviver com essa violência imposta ao país?"
Turíbio Liberatto
(São Caetano do Sul, SP)


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