São Paulo, segunda-feira, 22 de julho de 2002

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PAINEL DO LEITOR

Fracassos de Barrichello
"A cena ridícula em Magny-Cours -o carro de Rubens Barrichello pendurado no suporte enquanto os demais largavam- foi demais. Há uma certeza de que com Schumacher tal cena não aconteceria. A frequência de problemas com Rubinho só pode ser creditada à interferência da escuderia, ao carro inferior do brasileiro, à incompetência da sua equipe e à incompetência do brasileiro. Agora, mesmo que a Ferrari inteira ajude Rubinho a ganhar todas as corridas restantes, não haverá mais emoção."
Laércio Zanini (Garça, SP)

Educação mercantilizada
"A Organização Mundial do Comércio (OMC) decidiu incluir a educação como um dos setores de serviço do Gatt (Acordo Geral de Tarifas e Comércio). Essa decisão não só coloca a educação completamente à mercê do interesse do capital, como retira do Estado uma de suas responsabilidades fundamentais, além de ferir a soberania das nações, ao regulamentar a educação de forma globalizada, sem atender às peculiaridades de cada país. O grande perigo é o direcionamento da educação para a simples conformação do cidadão ao mercado de trabalho, desviando seu propósito nobre de formar o ser humano para exercer sua cidadania plena."
Cid Veloso (Belo Horizonte, MG)

Doutor Morte
"Não quero entrar em polêmica sobre a condenação, à prisão perpetua, do médico Harold Shipman, especialmente porque não conheço detalhes sobre o caso. Mas acho que o fato deveria ser utilizado para abrir uma discussão aberta e sem preconceitos sobre a eutanásia. Repetir chavões como "Doutor Morte" e chamar médicos que praticam eutanásia de "serial killers" demonstra um forte preconceito. Afinal o que é mais degradante: a morte, ou o sofrimento? Pertenço à parcela da sociedade que acredita ser função do médico preservar a saúde e não prolongar o sofrimento."
Luigi Petti (São Paulo, SP)

Tragédia africana
"Treze milhões de pessoas estão no momento morrendo de fome em Moçambique. Outros 55 milhões irão também morrer nas duas próximas décadas. Dezenove milhões já morreram, vítimas de fome, Aids e outras epidemias. Mas os EUA irão gastar US$ 350 bilhões em armas. Nosso amor ao próximo é tão pouco que não consegue ultrapassar fronteiras que, na verdade, só existem nos mapas. Não existe mais justificativa para a fome no nosso planeta. A solidariedade e o amor têm de expulsá-la."
Alexandre Camargo Tonsig (Novo Horizonte, SP)

Risco Estados Unidos
"Algumas semanas atrás líamos diariamente sobre risco Brasil, que subia cada vez mais e esculhambava nossa economia. Foi só começar o dominó dos escândalos americanos que o tal risco Brasil sumiu. De risco Estados Unidos nunca ouvi falar. Esqueceram de publicar -e deveria ser bem maior que o do Brasil. Nos EUA, parece que as coisas não vão bem. Sendo assim, sugiro que os economistas mudem de ramo e comecem a escrever telenovela mexicana."
Walter Tabax (São Paulo, SP)

Erros de alvo
"As campanhas aéreas norte-americanas, baseadas em estratégias de alta tecnologia, produzem uma série de erros no Afeganistão, que resultam na morte de centenas de civis. Antes, 200 mil iraquianos, na Guerra do Golfo, e milhares de centro-americanos, iugoslavos e outros povos tiveram vidas inocentes tragadas pelo poderio militar da América. Vivemos em um planeta refém da força bélica e da exploração financeira dos EUA, que interferem nos direitos nacionais e fazem imposições maléficas para o conjunto da sociedade dos países emergentes."
Lafaiete Luiz do Nascimento (Brasília,DF)

Eleições
"Votar nas idéias de um partido e não no candidato? Isso pode acontecer numa democracia de Primeiro Mundo, não no Brasil, onde o povo, na maioria, nem sabe o que é partido. O que o candidato tem em mente não conta. O que vale são aspecto físico, posição social, vestimenta, sorriso postiço, companhia escolhida a dedo, abraço nas ruas, beijos nas faces das criancinhas, linguagem populista. Se possível, tudo acompanhado de bandeiras, fogos de artifício, bandas de música, trios elétricos, artistas."
Ewaldo José Romão da Cunha (Campinas, SP)

"A troca de ataques entre José Serra e Ciro Gomes envolvendo o nome do ex-presidente Fernando Collor só serve para desgastá-los e para promover nacionalmente uma candidatura restrita ao Estado de Alagoas, que deveria ser esquecida pela população brasileira."
Caio Figueiredo (Pindamonhangaba, SP)

"Jornais mostram: Rita Camata tenta chutar bola; Marta Suplicy arrisca passos de ritmo desconhecido; José Serra come pastéis em cadeira de engraxate. Todos ligados a segmentos políticos que sempre acusaram de populistas lideranças defensoras da soberania nacional e da justiça social."
Antonio Francisco da Silva (Rio de Janeiro, RJ)

Evangélicos
"O número de evangélicos cresceu, e daí?" ("Tendências/Debates", pág. A3, 19/ 7). Com esse surpreendente título, o pastor da Primeira Igreja Batista de Santo André, Levi Corrêa de Araújo, desdenha dos números oficiais que apontam o crescimento do número de evangélicos no Brasil , dizendo que tais dados não significam muita coisa para o grupo de pensadores e formadores de opinião ao qual pertence. Se está correta a crítica quanto à falta de ética no trato da política dentro de muitas igrejas evangélicas, o mesmo não ocorre com o tom do artigo, como se os evangélicos pentecostais fossem os responsáveis pelo não-crescimento das igrejas tradicionais. "Ide e pregai o Evangelho a toda criatura", ordenou o próprio Cristo."
Roberto Santos de Carvalho (São Paulo, SP)

Ciência e desenvolvimento
"Em seu artigo "Ciência, invenção, inovação" ("Tendências/Debates", pág. A3, edição de ontem), o doutor Eloi Souza Garcia afirma que não existe uma relação direta entre o nível de inovação tecnológica e a ciência de um país. Entretanto, ele parece não levar em conta o fato de que patentes são também fruto da pesquisa científica. Assim, no caso particular da Inglaterra, talvez a pesquisa não seja tão bem aplicada na indústria, mas o crescente número de patentes japonesas, coreanas e americanas nada mais é do que um reflexo da pesquisa industrial realizada nesses países. Isso mostra que há, sim, uma relação direta entre inovação tecnológica e ciência, e que não haverá desenvolvimento tecnológico no Brasil enquanto a pesquisa científica permanecer apenas nas universidades."
Marcos Gugliotti (São Paulo, SP)

Privatização da natureza
"O artigo "Modernidade Autodevoradora", de Robert Kurz (Mais!,14/07) sobre a privatização da natureza nos faz refletir sobre qual o papel do Estado na sociedade atual. Presume-se que o Estado foi criado para administrar os bens naturais e, com isso, promover o bem comum através de organizações que supram as necessidades da sociedade (saúde, educação, trabalho etc.) para que não houvesse uma disputa dos bens naturais, como estaria começando a ocorrer. Com isso, o Estado se apoderou dos bens materiais. O Estado que privatiza suas organizações possui falhas não só na administração pública como no seu princípio de existência As empresas fazem o que pela sociedade? Acabam cada vez mais com os recursos naturais e os tornem cada vez mais inacessíveis. As empresas transformaram os bens naturais em produtos e a sociedade em clientela."
Lourival Rodrigues Alves (Bragança Paulista, SP)

Animais maltratados
"A prática do rodeio é inaceitável numa sociedade que se pretende humana. Não importa a modalidade, esse esporte moral e eticamente condenável deve ser imediatamente banido da face da Terra. Pelo respeito aos direitos dos animais!" Márcio Fonseca (São Paulo, SP)



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