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São Paulo, terça-feira, 22 de julho de 2003

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PAINEL DO LEITOR

Recado
"Gostaria de mandar um recado ao presidente do Tribunal Superior Trabalho, senhor Francisco Fausto: votar em Lula não foi estelionato nenhum. Fraude é querer impedir a reforma da Previdência para, assim, assegurar aos marajás, como o ex-juiz do Trabalho Nicolau dos Santos Neto, aposentadorias de R$ 18 mil por mês -para ele, como "prêmio" por ter desviado R$ 169 milhões com a mais completa omissão do TST, que deveria ter controlado a aplicação do dinheiro público na obra. Ocorreu estelionato duplo, sendo o povo brasileiro a grande vítima."
Aloisio Simas (Contagem, MG)

Explicações
"Gostaria que o governo explicasse à população qual é a racionalidade por trás dos subtetos para o funcionalismo público estadual e municipal. Por que um funcionário federal tem um teto 25% maior do que um estadual? O governo está dizendo que um professor federal vale mais que um estadual e que ambos valem mais do que um municipal? Ou será que essa é apenas uma medida para agradar aos governadores?"
Marcio March Garcia (São Paulo, SP)

Cinismos
"Parabenizo Fernando de Barros e Silva pelo artigo "Cinismos" (pág. A2, 21/7). Não entendia por que os tucanos dizem que o governo Lula está sem rumo. Agora entendi: é porque ele comprou o pacote completo de FHC, que passou oito anos no governo e deixou o país com praticamente todos os indicadores econômicos e sociais fora dos eixos."
Maria Tereza Pereira (Belo Horizonte, MG)

Espetáculo
"Alguns leitores têm escrito para esta seção dizendo que a Folha só critica o governo Lula. Discordo totalmente dessa visão. Para mim, a Folha é o único órgão de imprensa que mostra com imparcialidade o "espetáculo do deslumbramento" que acometeu o presidente, a primeira-dama e afins."
Marcia Campos (Uberaba, MG)

Fotos
"Sintomática a intenção da Folha na publicação de sequência fotográfica com o ministro Miguel Rosseto na Primeira Página da edição de 15/7. Presta-se às mais variadas interpretações. Fico com a de que, após anos de uma elite travestida em solucionadora de problemas agrários, enfim um ministro do Desenvolvimento Agrário veste a camisa do segmento-alvo de sua pasta. Ficar à vontade, sem gravata, vivenciando o dia-a-dia do pessoal da área rural, dignifica o cargo exercido."
Cesar Luiz da Silva Pereira (Curitiba, PR)

Ouro garantido
"O presidente da República vestiu a camisa dos atletas que vão aos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo, desejando que eles tragam muitas medalhas. Seria mais seguro que vestisse a camisa do analfabetismo e da repetência na América Latina, porque essas medalhas de ouro já estão garantidas."
Ascenso Furtado (Rio de Janeiro, RJ)

Sem recessão
"Será que é preciso estudar nas melhores universidades do mundo para resolver o problema da recessão econômica no Brasil? Será que todos os que nos administram -desde a prefeita de São Paulo até o nosso presidente- não sabem que cada real tirado do povo em forma de impostos, taxas, multas de trânsito etc. é real que deixa de ir para o consumo? Consequentemente, algum bem ou serviço deixou de ser consumido e fez que a sua produção fosse diminuída, causando a dispensa de mão-de-obra. Como podemos acreditar no futuro de um país onde se paga essa quantidade absurda de impostos e de taxas? Como levar a sério um país onde o salário mínimo é de R$ 240 e uma simples multa de trânsito chega a R$ 600?"
Gilberto R. da Silva (Carapicuíba, SP)

Fusão aérea
"É vergonhoso ver como se desenvolvem as tratativas para a realização da fusão da Varig com a TAM e o apelo despropositado que a Varig vem fazendo para obter ajuda do BNDES, do Banco do Brasil e da Petrobras Distribuidora antes mesmo da realização da fusão. A sociedade precisa ter acesso aos planos para a realização dessa fusão, pois tenho sérias dúvidas sobre a viabilidade dessa operação -a não ser que uma reestruturação radical seja feita nas operações das empresas, sobretudo no que tange à Varig, que tem problemas estruturais que geraram problemas de fluxo de caixa há muito tempo e que são coroados com os problemas de governança corporativa. A TAM, salvo engano meu, foi vítima de uma conjugação de problemas, como um plano de crescimento muito ousado, que se baseou em capitais de terceiros e que não se sustentou. Enfim, espero que, depois de terem desfrutado do butim, não venham oferecer os restos à sociedade brasileira -via BNDES e outros mais-, pois o argumento de que o setor aéreo não pode ser desnacionalizado é uma grande falácia."
Luiz Roberto Costa, consultor econômico (São Paulo, SP)

Justiça, educação e saúde
"Parabenizo o jornalista Gilberto Dimenstein pela sua coluna de domingo passado no caderno Cotidiano ("Homem é o sexo frágil'). Nós, da sociedade civil, empregados da iniciativa privada, empresários, aposentados e até desempregados, não nos organizamos para ter nossos direitos defendidos ante os lobbies de servidores privilegiados. Membros do Judiciário, numa organização invejável, querem manter até o fim os seus privilégios -como se eles fossem seres iluminados. Será que eles não sabem que, na situação atual do país, essa tão nobre categoria profissional deveria dar a sua cota de sacrifício? Por que essa classe é tão prepotente? Não me lembro de nenhuma ocasião em que esses servidores se tenham mobilizado para que a Justiça fosse mais rápida e para que não causasse a milhões de brasileiros uma espera interminável. Mas os "iluminados" argumentam que tantos benefícios são necessários para que a carreira seja atrativa. Se é para privilegiar algum segmento dos servidores, eu privilegiaria os professores e os médicos, que trabalham de dez a 12 horas por dia e recebem uma quantia muito menor se comparada ao que recebem os servidores do Judiciário. Devemos lembrar ainda que, com educação e saúde, muitas situações que acabam na Justiça nem existiriam."
Fábio Silveira (São Paulo, SP)

Armas
"Existem muito mais carros em circulação no Brasil do que armas de fogo e, assim, é muito maior o número de acidentes que envolvem automóveis do que os que envolvem armas. Mas ninguém ousa apresentar um projeto que eleve a idade mínima para que se obtenha uma carteira de motorista dos atuais 18 para 25 anos. Ainda assim, no Exército brasileiro, ensina-se os recrutas com 18 anos a usar um fuzil em nome da pátria. Mas, pelo projeto sobre posse de armas, para que esse mesmo cidadão possa adquirir uma arma legalmente, ele terá de esperar até completar 25 anos! Para defender o Brasil, pode-se empunhar uma arma aos 18 anos, mas, para a defesa própria, deve-se esperar até os 25."
Paulo Boccato (Bauru, SP)


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