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PROMESSA DE LATA
O Ministério Público negociou com a Prefeitura de São
Paulo um cronograma para eliminar
do município as chamadas escolas
de lata. Essas unidades, montadas a
partir de contêineres metálicos, foram construídas durante a gestão
-de funesta memória- do prefeito
Celso Pitta. Restam ainda 51 delas.
Pelo acordo agora firmado, a prefeitura terá que substituir 19 dessas escolas até o final do ano e o restante
até o fim do ano que vem.
Uma das promessas de campanha
da prefeita Marta Suplicy era reformar essas unidades, consideradas
inadequadas e insalubres. O compromisso, no entanto, não foi cumprido. A prefeita fez investimentos
vultosos nos CEUs, mas não desativou os contêineres, criando um violento contraste na área educacional.
As "escolas de latinha", como são
chamadas pela população, não possuem isolamento térmico, nem
acústico. De acordo com estudantes,
durante o verão, as salas de aula tornam-se insuportavelmente quentes e
no inverno excessivamente frias. Outro problema é que, em dias de chuva, o barulho é tanto que torna impossível o acompanhamento da exposição do professor.
Nos CEUs, uma das principais vitrines da prefeitura petista, a situação
é bastante diferente. Em cada um deles, os alunos dispõem de um cinema, um teatro, oficinas culturais,
piscinas e quadras de esportes, além
de salas de aula adequadas.
Os CEUs são custosos e suas características os aproximam mais de um
programa de inclusão social e cultural de moradores das periferias do
que de uma proposta a ser universalizada na educação municipal. Ainda
assim, é preciso reconhecer que esses centros têm trazido benefícios à
população. Sua existência, no entanto, não exime de modo algum a prefeita de aprimorar as demais instalações e o ensino da rede pública. E o
fim das escolas de lata é um passo
importante nesse sentido, que deixou de ser dado dentro dos prazos
prometidos em campanha.
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