|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
A VOLTA DA VIOLÊNCIA
Mais uma vez vai se materializando em Israel e nos territórios palestinos um cenário contrário
às conversações de paz. Não apenas
a possibilidade de entendimento está
mais distante, como há sinais de que
poderá ocorrer um agravamento da
violência. A deterioração de um quadro de negociação que, se não era
exatamente o ideal, parecia, ao menos, estável, deu-se em menos de 48
horas. Na terça-feira, um terrorista
suicida palestino explodiu um ônibus em Jerusalém matando 19 pessoas, incluindo crianças.
O atentado encontrou, como de
hábito, feroz resposta por parte de
Israel, que deflagrou uma operação
militar em Gaza para assassinar Ismail Abu Shanab, liderança do grupo extremista Hamas, que assumiu a
autoria da explosão. Com isso, dirigentes das principais organizações
radicais palestinas anunciaram o fim
do cessar-fogo contra alvos israelenses. A trégua vinha sendo precariamente mantida havia algumas semanas, num sinal auspicioso de que as
negociações poderiam avançar.
Os dois lados preparam-se agora
para um novo "round" de ataques,
dando prosseguimento a uma dinâmica perversa, diante da qual a comunidade internacional tem se mostrado impotente. A violência não será
superada enquanto ambas as partes
não renunciarem à "última vingança". Já não cabe perguntar quem está
certo ou errado, quem começou e
quem terminou a mais recente série
de provocações, mas buscar uma saída para o conflito.
Seria desejável que Israel assumisse
os riscos de retirar-se dos territórios
ocupados e de renunciar à colonização dessas áreas. São gestos dessa
magnitude, além do indispensável
fim das ações terroristas por parte de
organizações palestinas, que poderão dar consistência ao constantemente reiniciado, mas jamais concluído, processo de paz.
Texto Anterior: Editoriais: INCERTEZAS Próximo Texto: Editoriais: MENOS ÁLCOOL
Índice
|