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MENOS ÁLCOOL
O governo estuda uma série
de medidas de restrição ao
consumo de álcool. As diretrizes definidas pelo grupo interministerial
criado para propor normas que reduzam os danos causados pela bebida
incluem limitações à propaganda,
sobretaxação e até mesmo a proibição da venda em certos lugares.
As propostas, apesar de ainda genéricas, caminham na direção correta. É preciso urgentemente convencer as pessoas de que o álcool é uma
droga, e não um produto que possa
ser consumido sem maiores consequências. Num certo sentido, a bebida é ainda pior que o cigarro, pois,
no caso do tabagismo, a vítima é primordialmente o fumante, que optou
por essa condição conscientemente.
Já o álcool atinge não só os que escolheram beber, mas terceiros, como
em acidentes automobilísticos e homicídios por motivos fúteis e agressões domésticas.
Sendo assim, faz todo o sentido banir a propaganda de bebidas da TV.
O jovem não precisa de estímulos para envolver-se com drogas. A sobretaxação também é bem-vinda. Não
apenas tende a reduzir o consumo,
como pode prover o Estado com recursos adicionais para o tratamento
e prevenção do alcoolismo.
A limitação da venda tende a ser
mais polêmica. Existe a proposta de
impedir a comercialização em determinados horários em regiões mais
violentas, para tentar reduzir homicídios associados ao álcool. É de prever que, mais uma vez, os mais pobres serão os mais afetados.
Apesar da linha geral correta, existem razões para duvidar da real disposição do governo em impor restrições à propaganda de cerveja na TV.
Uma manobra do Planalto já evitou
que a limitação à publicidade de bebidas com teor alcoólico inferior a 13
graus Gay-Lussac -basicamente
cerveja, "ices" e vinhos- fosse aprovada pelo Congresso em maio. Resta
apenas esperar que a saúde fale mais
alto do que os lobbies, e as recomendações do grupo interministerial se
materializem em leis.
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