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São Paulo, quinta-feira, 23 de janeiro de 2003

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PAINEL DO LEITOR

Ações do governo
"Com relação à matéria "Lula escala Gushiken para corrigir ações do governo", publicada na edição de ontem (pág. A4), venho esclarecer: 1) É atribuição intrínseca da Secretaria de Comunicação de Governo e Gestão Estratégica participar e dar apoio ao conjunto das ações de governo. Portanto não é correto afirmar que serei "uma espécie de tutor da reforma da Previdência, dividindo com o ministro da área, Ricardo Berzoini, e o secretário do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, Tarso Genro, a articulação do tema". Isso seria extrapolar as funções constitucionais definidas para o cargo de ministro e respeitadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Entre os ministros, não há tutoria sobre o outro, ainda que caiba a esta secretaria a assessoria direta ao presidente da República nos assuntos estratégicos. 2) O debate com a sociedade sobre a reforma da Previdência continua no fórum específico para isso, o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, sob o comando do ministro Tarso Genro e do ministro da Previdência e Assistência Social, Ricardo Berzoini. É meu dever colaborar com ambos, principalmente nos assuntos relativos à política de comunicação e divulgação social. 3) Quanto ao Fome Zero, também é exagerado dizer que ajudarei na "formatação final do programa". Todos os ministérios estão envolvidos, e a secretaria prepara uma campanha publicitária sobre o assunto. 4) Para concluir, é inadmissível supor que a participação dessa secretaria tem o objetivo de diminuir os poderes e a responsabilidade dos ministros Berzoini, Graziano e Tarso Genro."
Luiz Gushiken, ministro-chefe da Secretaria de Comunicação de Governo e Gestão Estratégica (Brasília, DF)

Resposta do jornalista Kennedy Alencar - As informações foram apuradas e checadas com membros do primeiro escalão do governo.

Ajuda à África
"Gostaria de felicitar o professor Roberto Mangabeira Unger pelo artigo publicado em 7/1 (pág. A2), sob o título "África Salva". Nesse texto, identificamos a convocação a uma maior solidariedade com a África, ao mesmo tempo em que o entendemos como um vigoroso estímulo e expressa legitimação da política de cooperação que estamos desenvolvendo com o continente africano, muito particularmente com a África de língua portuguesa. Infelizmente, essa política não obtém a cobertura ideal da imprensa nacional, geralmente passando despercebida de amplos setores da sociedade brasileira. Não obstante, a cada dia mais vozes como a do professor nos orientam no sentido de uma maior aproximação com o continente, não apenas no tema da Aids, mas em muitos outros. A cooperação prestada pelo Brasil, no entanto, abrange outras áreas cruciais para o progresso dos países africanos, como a desminagem de campos, alfabetização, ensino técnico, modernização do Estado, monitoramento ambiental por satélite e desenvolvimento agrícola. Diversas agências do Estado brasileiro estão engajadas no exercício da vocação natural do Brasil de oferecer solidariedade e apoio à África. A solidariedade em língua portuguesa, em particular, já é uma realidade que se estende das franjas do Timor-Leste às costas de Cabo Verde, passando por Angola, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau e Moçambique. No governo Luiz Inácio Lula da Silva, a política de aproximação com a África será reforçada, como adiantou o presidente da República em seu discurso de posse no Congresso Nacional."
Pedro Motta Pinto Coelho, diretor-geral do Departamento de África e Oriente Próximo do Ministério das Relações Exteriores (Brasília, DF)

 

"O professor Roberto Mangabeira Unger expressa a opinião de que o Brasil não pode ficar inerme diante do drama africano em relação à Aids. Entretanto, talvez por estar algo afastado do Brasil, o ilustre professor revela marcante desconhecimento do que o Brasil tem feito quanto à Aids em relação não apenas à África, mas também a outros países em desenvolvimento. O Brasil mantém hoje programas de cooperação com mais de 30 países do hemisfério Sul. Vem oferecendo a países da África treinamento, cooperação técnica, técnicos para serviço nos programas de Aids daqueles países, assistência farmacêutica, além de transferência de tecnologia -apesar de uma escassez de recursos que não é imaginária, como o articulista também parece acreditar."
Celso Ferreira Ramos Filho, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (Rio de Janeiro, RJ)

A Folha e o governo
"Deixei de assinar a Folha na década de 80 por desacordo com as manchetes, que achava sensacionalistas e indutivas. Melhorou muito nos dias de hoje. Estou lendo notícias sobre o envolvimento do PT com a eleição de José Sarney para a presidência do Senado e não me conformo com a diferença de tratamento entre notícias semelhantes em governos diferentes. Por metade do que está acontecendo hoje, a Folha já teria "fuzilado" outros governantes, usando termos como fisiologismo, "toma lá, dá cá" etc. A família Sarney está tendo, neste governo, o que não conseguiu no governo anterior e, quem quiser, que use a sua memória para se lembrar o que a Folha falava sobre isso em épocas anteriores."
Aguinaldo Neri (Campinas, SP)

O PMDB hoje
"No passado, o PMDB foi um dos esteios da redemocratização do país, símbolo do fim da ditadura militar e timoneiro das eleições diretas. Nos dias de hoje, é um partido desacreditado, desagregado, sem identidade com o povo e que vive da dependência do poder central."
Jayme de Almeida Rocha Netto (Campinas, SP)

Ação dos EUA
"Em sua atitude em relação à Venezuela, o governo Bush revive as piores tradições norte-americanas na América Latina, a política do golpismo militar, a política da Escola (de ditadores e torturadores) das Américas."
Nayde Ribeiro de Carvalho (São Paulo, SP)

Danuza Leão
"O humor irônico de Danuza Leão, focado na realidade da vida, deixa-me embasbacado. É incrível como ela consegue passar para o papel sentimentos tão comuns na vida da gente e que muitas vezes nos passam despercebidos. Danuza consegue fazer um resumo das nossas vidas. Apesar de ser homem, consigo entender perfeitamente os meandros da alma feminina e da vida como um todo por meio de seu ponto de vista. Sempre imprimo seus artigos e passo para uma amiga minha. Ela "adooooora" e se identifica demais com eles."
Gilberto Dutra, (Mossoró, RN)

Educação ou barbárie
"Admiro a perspicácia do chargista Angeli. A charge do dia 16/1 (pág. A2, reproduzida acima) merece uma reflexão. Realmente, o aumento de emprego constatado nas áreas carentes é "do mal". A mão-de-obra desqualificada, a fome e a falta de opção para os jovens para vencer na vida levam ao crime. Infelizmente, temos assistido a um coro de vozes pedindo mais policiais, mais cadeias e de mais aparato repressivo. Gostaríamos de ver a sociedade brasileira clamando por mais empregos na área da educação, com professores bem preparados e bem remunerados, instruindo a nossa juventude para um futuro melhor."
Sebastião de Souza Pinto (Jacareí, SP)


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