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MAIS DEVAGAR
Mais um indicador revela os
elevados custos do exagero
com que vem sendo conduzida a política macroeconômica no Brasil.
Trata-se do cadastro nacional do Ministério do Trabalho que registra admissões e demissões de empregados
com carteira de trabalho.
No fechamento de 2005, esse cadastro apurou uma elevação de 1,25
milhão no número de empregados
formais em relação ao final de 2004.
Isso significa uma redução relevante,
da ordem de 18%, no ritmo de criação desses empregos, pois ao longo
de 2004 o saldo entre contratações e
dispensas chegara a 1,52 milhão.
Essa perda de dinamismo do mercado de trabalho formal não surpreende. O recrudescimento do
aperto fiscal e da prática de juros altíssimos contribuiu para uma forte
redução do crescimento da economia: a velocidade de alta do PIB, que
foi de 4,9% em 2004, diminuiu pela
metade no ano passado.
Vale lembrar que a maneira pela
qual o governo vem divulgando esses
dados do emprego formal alimenta
uma falsa impressão sobre a velocidade da criação de vagas. Parcela relevante dos empregos formais apurados não corresponde à abertura de
novos postos, e sim à formalização
de vagas já existentes. Sem explicitar
essa diferença, o governo infla a criação de empregos e escamoteia os
efeitos, saudáveis, da ação fiscalizadora do Ministério do Trabalho.
Maior formalização das relações de
trabalho e sobretudo mais crescimento da economia são ingredientes
básicos para combater o desequilíbrio das contas da Previdência Social, pois estimulam a arrecadação de
contribuições. Desde 2003 esse desequilíbrio, como proporção do PIB, se
mantém relativamente estável.
É evidente que uma expansão menos anêmica da economia teria viabilizado uma trajetória mais favorável,
até porque um ambiente de maior
crescimento dá aos empregadores
melhores condições para arcar com
encargos trabalhistas.
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