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INTERNET FALADA
H á uma pequena revolução em
germe no Brasil com a entrada
dos serviços de telefonia pela internet. O VoIP (voz sobre protocolo de
internet, na sigla em inglês) faz com
que a ligação trafegue pela rede de
computadores e se conecte com a
malha telefônica apenas em seu destino. Virtualmente anula o custo relativo ao fator distância nas chamadas.
Companhias que têm de se comunicar em base regular com subsidiárias, clientes e fornecedores em várias cidades do país ou até no exterior
encontram no VoIP um modo de baixar bastante seus gastos com telefonia. O barateamento das chamadas
chega a superar os 80% na comparação com interurbanos tradicionais.
Algo como 70 mil empresas brasileiras já aderiram à nova tecnologia.
O segmento doméstico vai aos poucos acompanhando a marcha, mas a
disseminação da facilidade nesse caso está mais restrita, pois um dos requisitos para ter acesso ao serviço
-a conexão em banda larga- está
presente em apenas 6,7% dos lares.
A perspectiva de crescimento desse
mercado é geométrica. A consultoria
Merrill Lynch estima que os provedores de telefonia pela internet nos
EUA tenham, ao final deste ano,
mais de 12 milhões de assinantes
-quatro vezes mais do que em 2003.
O elevado potencial de negócios favorece o surgimento de uma miríade
de pequenos provedores de VoIP no
Brasil. As companhias telefônicas se
preparam para disputar o mercado.
Com a presença dos grandes provedores e das empresas de TV a cabo, a
competição promete ser aguda, o
que beneficiará o consumidor.
Age bem a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) ao eximir-se por ora de interferir na competição pela telefonia na internet, no que
segue a opção de sua homóloga
americana, a FCC. O fato de o avanço
do VoIP estar contido no fenômeno
maior da convergência das tecnologias da informação vai exigir no futuro próximo abordagem mais sofisticada, transdisciplinar, dos reguladores. Basta lembrar que uma nova e
decisiva fase dessa revolução tecnológica -a TV digital- bate à porta.
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