São Paulo, segunda-feira, 23 de fevereiro de 2004

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BALANÇO POSITIVO

As contas externas brasileiras registraram excelentes resultados em janeiro, fruto do desempenho das exportações e da liquidez internacional. Segundo o Banco Central, a balança comercial apresentou um superávit de US$ 1,6 bilhão. Com isso, as transações correntes -saldo das compras e vendas de bens e serviços com o exterior- foram superavitárias em US$ 669 milhões.
A conta de capital e financeira também apresentou resultado notável, com superávit de US$ 3,8 bilhões. As captações de médio e longo prazo totalizaram US$ 3 bilhões, e o investimento estrangeiro direto, US$ 1 bilhão. A taxa de rolagem dos empréstimos do setor privado alcançou 230% das parcelas da dívida externa vencidas no período. Isso significa que os mercados financeiros internacionais ofertaram recursos para as empresas brasileiras acima de suas necessidades de pagamentos dos débitos anteriores.
Esses resultados em transações correntes e no fluxo de capitais estrangeiros permitiram o aumento das reservas brasileiras em divisas (descontando os aportes do Fundo Monetário Internacional), que saltaram de US$ 20 bilhões em dezembro de 2003 para US$ 25 bilhões com as compras do BC, sem grandes oscilações na taxa de câmbio.
A dívida externa, no entanto, atingiu US$ 219,7 bilhões em novembro de 2003, correspondendo a 44,4% do PIB, persistindo, em termos relativos, como a maior entre as economias emergentes.
Em que pesem alguns aspectos bastante positivos, os indicadores continuam demonstrando elevada vulnerabilidade externa da economia brasileira, o que exige que o país continue perseguindo expressivos saldos comerciais.
As expectativas, quanto a isso, permanecem boas para este ano, mas ainda assim é preciso aprofundar as políticas de comércio exterior e monitorar o comportamento da taxa de câmbio, sobretudo em um cenário de crescimento do mercado interno, que provocaria um aumento importante das importações.


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