São Paulo, domingo, 23 de maio de 2004

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PAINEL DO LEITOR

Rumo
"Analisando o rumo que a economia brasileira está tomando, não é preciso ser um "expert" no assunto para ver que estamos caminhando a passos firmes e fortes para um abismo de proporções inimagináveis. É fácil perceber alguns sintomas disso. Basta andar pelas ruas das grandes cidades e ver como aumentou o números de pedintes, o números de pessoas que sobrevivem revirando lixo. Acredito que nunca tenha havido um presidente da República com tanto carisma e tanto apoio popular. A esperança de milhões de brasileiros foi depositada nas mãos dele, esperança por mudanças profundas, que trariam mais empregos, mais saúde, mais educação. Mas o que vemos? Vemos ele trilhar os mesmos caminhos de seus antecessores, dizimando a classe média, sufocando o pobre. Será que é tão difícil perceber que o pobre não quer cesta básica doada pelo governo? O pobre quer trabalhar para conseguir comprá-la. Será que é tão difícil perceber que, para a economia andar, é preciso diminuir a carga tributária? Economia nenhuma no mundo sobrevive quando o Estado é sócio da iniciativa privada em quase 50% sem contribuir com absolutamente nada."
Gilberto Ribeiro Da Silva (Carapicuíba, SP)

Ordem
"Tem razão o articulista Antônio Ermírio de Moraes quando, em seu artigo de domingo passado, diz "não à desordem e ao retrocesso". Em verdade, sonharam alto os que votaram em nosso atual governante e seus companheiros, que prometeram acabar com a fome, dar trabalho a 10 milhões de brasileiros, educação, saúde, moradia e segurança para o nosso sofrido povo. O sonho transformou-se na realidade que ora vemos. Como se não bastasse, o direito à propriedade tornou-se letra morta, como demonstram as invasões de terras públicas e privadas e a arrogância e impunidade dos seus incitadores. Até quando teremos de suportar tanta calamidade e falta de autoridade e de compreensão da justiça social?"
Moacyr Rodrigues Barbosa (São Paulo, SP)

Mundo boquiaberto
"É extremamente revoltante nos depararmos com as fotos feitas na prisão de Abu Ghraib, no Iraque, onde soldados norte-americanos torturam, de todas as formas, iraquianos que não têm nenhum poder de reação. Ontem vi a foto da Primeira Página da Folha que mostra um soldado ameaçando com um cão um iraquiano amarrado. O mundo inteiro está de boca aberta com tudo isso e nada é feito contra esses atentados."
Giurbano França (Pindamonhangaba, SP)


"Não bastassem aquelas fotos iniciais de torturas praticadas pelos soldados norte-americanos contra iraquianos, surge agora nova leva de filmes e fotos que mostram ainda mais crueldade. Os ditos democráticos norte-americanos, que alegaram invadir o Iraque para encontrar armas químicas e acabar com as maldades de Saddam Hussein, acabaram por deixar o país destruído e os iraquianos com saudades de seu ex-presidente. Dessa vez as torturas passaram dos limites. Obrigaram árabes muçulmanos a ingerir bebidas alcoólicas e a comer carne de porco, práticas estritamente proibidas segundo o islã, colocaram as refeições dos prisioneiros em vasos sanitários, forçaram presos a fazer sexo uns com os outros, soltaram cães sobre homens e mulheres amarrados. Realmente é o final dos tempos. Em termos de humilhação a outros povos, os norte-americanos estão em primeiro lugar no pódio."
Fernando Al-Egypto (Petrópolis, RJ)

Amazônia
"Excelentes e importantíssimas as colocações do presidente da SBPC, Ennio Candoti, na seção "Tendências/Debates" de 20/5. A sociedade de Botânica do Brasil, em seu Plano Nacional de Botânica (PNB), considerava a Amazônia uma das áreas prioritárias para receber pesquisadores de diversas localidades do Brasil e do exterior em cursos modulares itinerantes. A maioria dos pesquisadores em botânica que saiu do sul para se fixar na Amazônia retornou para seus locais de origem. Os que organizaram o PNB sabiam que a solução seria investir na própria região, em pesquisadores potenciais locais. Infelizmente, o único presidente do CNPq que percebeu essa realidade e esteve disposto a colocar em prática pelo menos parte do PNB, José Galizia Tundizi, saiu sem conseguir atender aos anseios da comunidade científica botânica."
Nanuza Luiza de Menezes, professora titular do Instituto de Biociências da USP (São Paulo, SP)

Israel
"O Estado de Israel deve sua existência à ONU. Deveria, portanto, respeitá-la mais do que qualquer outro país. No entanto as resoluções daquele organismo exigindo a desocupação das terras palestinas e o fim do massacre contra civis inocentes têm sido sistematicamente ignoradas. Desta vez, até os EUA, verdadeiros instigadores do conflito, cruzaram os braços diante do Conselho de Segurança. A ONU, por muito menos, já decidiu enviar tropas a outros países. Por que não fazê-lo agora, para proteger ao menos pessoas indefesas, já que é praticamente unânime a visão da intransigência da direita israelense?"
Adir Claudio Campos (Uberlândia, MG)

País banguela
"Deu na Primeira Página da Folha de 19/5: "Brasil tem 26 milhões de pessoas sem dentes". Pensando bem, para que eles querem dentes se não têm o que comer?"
Rui Ernesto Otto Behr (São Paulo, SP)

Mídia
"Leitor da Folha há mais de 50 anos, agora fiquei sabendo, pelo ilustre jornalista Olavo de Carvalho ("Arma de guerra", "Tendências/Debates", 20/5), que as informações que tenho recebido lendo esse jornal provêem de "espertalhões conscientes" e "idiotas úteis que não têm idéia da origem remota de suas opiniões". Adverte também o preclaro senhor Carvalho que "a ocupação mais constante e regular" desse jornal, como integrante da grande mídia, é a "desinformação". Sou, por isso, exposto, ainda segundo o jornalista, a um "perigo monstruoso que não diminuirá" enquanto não houver um tribunal que fiscalize a Folha e outros órgãos da mídia, estabelecendo o que eles devem ou não publicar. Diante desse "perigo monstruoso", estou sem saber o que fazer: devo parar de ler jornais enquanto a solução salvadora proposta não ocorrer?"
Zenon Lotufo Júnior (São Paulo, SP)

Congresso
"Após o naufrágio da proposta de reeleição dos presidentes do Senado e da Câmara, os do andar de baixo aguardam que os senhores congressistas comecem a se interessar por aquilo que tem conteúdo verdadeiro, ou seja: reforma política, redução das férias -deles- para que fiquem idênticas às do trabalhador comum, eliminação do jeton quando das convocações extras para tratar de assuntos que deveriam ser tratados ordinariamente e da ajuda de custo para as despesas de fim de semana, entre outros penduricalhos. Esses, sim, são assuntos que certamente reduzirão o famigerado "custo Brasil"."
Juvenal Ferreira Fortes Filho (Rio de Janeiro, RJ)


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