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FERNANDO RODRIGUES
Lula em queda
BRASÍLIA - É devastador para o governo o resultado da pesquisa de opinião do Instituto Sensus patrocinada
pela CNT. A administração Lula vem
perdendo popularidade desde agosto
do ano passado.
O governo tinha 48,3% de aprovação em agosto. Hoje, 29,4%.
A corrosão é quase linear. Não há
oscilações significativas muito acima
da margem de erro. Mas é nítida a
trajetória lenta e gradual rumo a
uma possível impopularidade.
Também se degrada outra cidadela
lulista, o desempenho pessoal do presidente. Após a posse, Lula tinha
83,6% de aprovação para a forma como conduzia o país. Hoje, o percentual é de 54,1% -ainda uma enormidade, embora o que mais impressiona são os 29,5 pontos percentuais
jogados pela janela.
Lula gasta sua popularidade de
maneira consciente, dizem integrantes da cúpula do governo. O presidente recebeu várias opções de política
econômica ao assumir. Preferiu fazer
a maldade de uma vez -reduzir a
inflação de uma tacada só, com juros
altos e recessão. A estratégia é sofrer
no início e decolar no final do mandato. O tempo passa. A gordura não
pára de ser queimada.
O que Lula fez até agora para consertar a economia do país? Uma reforma da Previdência que está prestes a ser derrubada pelo Supremo
Tribunal Federal. A parte boa da reforma -limitar as aposentadorias
do futuros servidores-, o governo
tem medo de implementar.
Nada de reforma fiscal, tributária,
trabalhista ou do Poder Judiciário. E
tome salário mínimo miserável. Hoje, mais um espetáculo, com a Câmara reduzindo o mínimo de R$ 275 para R$ 260, a mando de Lula.
Onde estará o presidente quando os
deputados governistas urrarem de
prazer ao aprovar os R$ 260? Em Nova York. Por sorte, ainda não voou
no novo avião que mandou adquirir
para a Presidência: 65,8% dos entrevistados pelo Sensus desaprovam a
compra da aeronave.
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